You are the very best, Monsieur Thielemans.

Ofereceram-me um album- lá estou eu a desconversar, acho que devia dizer um CD – que se chama The Very Best of Toots Thielemans. Quem me ofereceu sabia e sabe-me admirador deste músico belga desconhecido para muitas pessoas e que recentemente espalhou todo o seu talento e virtuosismo no Grande Auditório do CCB. Grato fiquei no momento em o presente me chegou às mãos mas infinitamente grato estou depois de o ouvir e me deliciar com o som deste senhor que faz no fim deste mês oitenta e seis anos. Toots Thielemans é um homem do jazz que começou a sua carreira como guitarrista, destacou-se no acordeão e notabilizou-se com a harmónica. Tocou e gravou com montros sagrados do jazz como Charlie Parker, Miles Davies e Ella Fitzgerald, e juntou os seus acordes a outros músico como Quincy Jones, Bill Evans, Billy Joel, Paul Simon, Lionel Richie, Astrud Gilberto, Ivan Lins e Elis Regina. As suas origens e influências musicais a par de um talento ímpar e maturidade sonora explicam a grandiosidade musical deste album. O som harmonioso e característico da “harmónica francesa” (as minhas desculpas monsieur Jean Baptiste), que evoca e nos transporta para a vida boémia de Pigalle e para as esquinas e ruas estreitas de Montmartre e o som de um jazz calmo e apurado, misturados com vozes quentes e sublimes, e acordes de bossa nova, tornam este The Very Best numa referência incontornável da boa música contemporânea e num dos melhores presentes que me recordo ter recebido nos últimos tempos.