30.11.09

Porque hoje é segunda-feira, os meus filmes.

Este filme é simplesmente sublime. Não me apetece escrever mais nada sobre A Vida é Bela. Apenas que é sublime. E porque gosto de rir, escolhi este pedaço.

27.11.09

O início da presidentA, o meu final # 1

... e o mirtilo, coitado, infeliz e sozinho, estava branco como a bola de neve que o esmagava. É que o mirtilo deixava-se encantar ouvindo as histórias fantasiosas que o avô da presidentA do nosso blogobairro lhe contava e, fascinado, um dia pôs-se a caçar pirilampos incandescentes, na esperança de o aquecerem e não acabar congelado como os outros mirtilos. Só que apanhou um susto de morte quando se deparou com um gambuzino que era o terror do reino das princesas do gelo, com fama (e proveito) de Don Juan, entre as exímias amazonas. E ficou assim, descolorado, branco como a bola de neve que o esmagava, quando o gambuzino lhe perguntou com um vozeirão que o deixou petrificado: olha lá ó mirtilo, o que andas tu a fazer por estas bandas? não sabes que este reino é meu? estou-te a ver... se tivesses asas estavas a pensar em arrastar uma delas a uma amazona... já olhaste para ti? cresce e congela, ó frutinho desengonçado e sem graça.

Bom fim-de-semana.


Foto: Outros Olhares

26.11.09

O que é nacional é bom. (XXI)


Portugal é um dos países com mais horas de sol da Europa. E o sol quando nasce não é para todos. Por isso, apesar de andar sumido, o nosso é nacional e é, indiscutivelmente, bom.
Foto: João Silva

25.11.09

Precisamos ter uma conversa.

As mulheres não são complicadas. Nós homens é que somos primários e desmazelados. Elas têm uma inteligência emocional superior e uma intuição aguçadíssima. E testam os homens com uma mestria cirúrgica fazendo-se valer de uma arte de manipulação fascinante. Precisamos ter uma conversa é uma frase que nós, homens, quando ouvimos, dá-nos a sensação de ter sido proferida pelo Diabo. Sim, que um Anjo nunca nos arremessaria com tal frase. E tem razão quem diz que, neste tipo de conversas, apenas Elas saem vencedoras. Quando a avassaladora frase é pronunciada, nós homens fazemos uso de todos os subterfúgios e desculpas, a maior parte delas tão esfarrapadas quanto a vestimenta do mais mendigo dos mendigos. Nesse momento colocamos o som da televisão mais alto, esquecendo-nos que o comando não é nosso e só está nas nossas mãos por uma momentânea benevolência. Vamos para a casa de banho, achando que Elas se esquecem do assunto, ou fingimo-nos cansados, esperando uma tolerância inexistente, ou uma misericórdia que nunca aparece. Os brasileiros têm uma palavra que tem tanto de carinhosa como irónica para o precisamos ter uma conversa. Chamam-lhe papo-cabeça. Só há, no meio disto tudo, uma coisa que nunca entendi. Conhecendo Elas as nossas fraquezas, sabendo Elas como nos manipular e tendo uma inteligência emocional e uma intuição superiores, e sendo Elas mais a encarnação do Diabo que dos Anjos, porque razão nunca tentam proferir essa maldita frase, dando início ao papo-cabeça, sentadas ao colo dos homens de lingerie, entre afagos e sorrrisos. Era vê-los conversar, até do que não desejariam. Um dia ainda alguém me há-de fazer entender, estou certo. E há-de ser começando por proferir a frase precisamos ter uma conversa.

23.11.09

Porque hoje é segunda-feira, os meus filmes.

Quase levou Coppola à ruína, pondo em causa, inclusivamente, o conforto de toda a sua familia. Prova melhor não haverá sobre as suas convicções e paixão pelo cinema. Um elenco de luxo, com alguns grandes actores em início de carreira, como Harrison Ford, Martin Sheen, Frederic Forrest e Laurence Fishburne. Vi Apocalypse Now várias vezes e continuo a vibrar sempre que o revejo. Baseado na obra Heart of Darkness de Joseph Conrad, Francis Ford Coppola realizou um filme galardoado com todos os prémios de que a indústria do cinema dispõe, nos EUA, França, Japão, Reino Unido e Itália. Um filme intenso e épico, onde a crueza da guerra e a essência do ser humano se misturam sob a mestria de uma realização magistral e de uma banda sonora inesquecível. Um filme que já faz parte da história do cinema.

21.11.09

Diz a minha mãe.

Quando passo alguns dias com a minha mãe, é inevitável que filosofemos sobre a vida e também, com muita naturalidade, sobre a morte, a única certeza com que a vida nos brinda. Fazêmo-lo, como disse, com a naturalidade com que os africanos o fazem. Diz a minha mãe que deseja ser transformada em cinzas e que elas sejam lançadas ao mar, para que ele leve o seu corpo até à sua África. Para ela, a sepultura da sua alma é o coração dos seus filhos e dos seus netos. Diz a minha mãe, com um sorriso sereno.

Estou rendido...

... a esta cantora nascida na Nigéria, onde passou a infância, antes de se mudar para a Alemanha. Acreditem ou não, foi-me apresentada pela minha mais nova, que tem onze anos, apesar de ter confessado que fora a irmã mais velha a responsável por gostar da Nneka Egbuna. Depois, quando resolvi acompanhar este Heartbeat com o meu jambé, foi a vez dela se render. Em dias de chuva como o de hoje creio que os vizinhos enlouquecem. Ou talvez não, talvez se rendam, também, ao som contagiante da Nneka.

20.11.09

Às minhas comentadoras.

A esmagadora maioria das pessoas que me comenta são senhoras. Nunca percebi muito bem porquê, mas se querem saber, sinto-me lisonjeado. Hoje, quando estava no barbeiro e quando deixava que os meus olhos passassem, com pouco interesse, pelas páginas de um jornal diário, descobri que o Johnny Depp, ele mesmo, o pirata das Caraíbas, tinha sido eleito, não me perguntem por quem, o homem mais sexy do ano pela segunda vez, facto apenas conseguido por outros dois cavalheiros que dão pelos nomes de Brad Pitt e Georges Clooney. Andava, já há dias, a pensar como poderia eu retribuir a simpatia e assiduidade de quem me comenta. Apesar de achar que este tipo de posts não contribui para o bom nome e reputação do Desconversa, as minhas comentadoras merecem este este gesto. Dos comentadores do sexo masculino conto poder esperar a máxima tolerância e compreensão e, podem estar certos, serão compensados devidamente numa próxima oportunidade.

Bom fim-de-semana.


Foto: Outros Olhares

18.11.09

O que é nacional é bom. (XX)

É uma das referências da escola de arquitectura do Porto. Nasceu em Matosinhos, formou-se em arquitectura na Escola Superior de Belas Artes do Porto e tem obras registadas desde 1952, quando projectou a cozinha da casa de sua avó. Siza Vieira foi galardoado com inúmeros prémios, entre os quais, a Medalha de Ouro Superior Counsil of Arquitecture do Colégio de Arquitectos de Madrid, o Prémio Mies vn Rohe Award for European Architecture, o Prémio Pritzker da Fundação Hyatt de Chicago, o Prémio Nacional de Arquitectura, Prémio Secil, Medalha Alvar Aalto, The Prince of Wales Prize da Universidade de Harvard, Wolf Prize in Arts, Urbanism Special Prize of France, Royal Gold Medal for Architecture do Royal Institute of British Architects e o RIBA – Royal Gold Medal em 2009. Álvaro Siza Vieira é um arquitecto com prestígio internacional e a sua obra pode ser admirada em vários pontos do mundo. É nacional e é bom.

Meus companheiros inseparáveis (XIX)

Otis Redding

O homem que imortalizou Respect, Dock of the Bay e My Girl.

Aqui ao vivo, numa versão electrizante e demoníaca de Satisfaction.

17.11.09

Recuperação económica ou dicas de culinária?

Primeiras Damas devem manifestar uma cultura geral abrangente, desde matérias complexas como a recuperação económica até às mais singelas como a culinária. E ter a capacidade de o fazer com um simples gesto, como é caso de Mrs Obama e Madame Sarkozy. Resta saber se estarão a referir-se à recuperação económica dos seus países ou à faca que habitualmente usam para trinchar o perú.

Muros.

Exceptuando os muros que os meus pais ergueram no legítimo exercício de educadores, eu não tive um muro, como a Luísa e a Cristina descrevem, partilhando memórias gratas de uma infância feliz. Gostei de ler, mas não gosto de muros. Em Angola não era hábito construirem-se muros. Ao contrário das suas aldeias, os colonos idos da Metrópole encontraram quimbos sem muros. As fotografias que a minha mãe me mostra de cidades com casas sem muros no interior de Angola nos anos 20, levam-me a crer que quem para lá foi absorveu a cultura africana e a mentalidade dos nativos. A quinta da família do meu pai, em Chaves, tinha muros. Mas nunca os considerei meus, nem nunca gostei ou me habituei a eles, e foram tantos os que encontrei quando cheguei a Portugal. Os muros têm algo de medieval que não me agrada. Tal como as aldeias. A minha aldeia, aquela que a GJ gentilmente inventou para mim, não tem muros. Ao contrário do que acontece por estas paragens, em que o mar parece ter fim quando toca o céu, na minha aldeia a linha do horizonte permanece o que é. Imaginária. Até quando faço construções de Lego com o meu mais novo raramente sobram peças para se erguerem muros. Excepção feita às fortalezas construídas para os Gormitis, mas aí estamos a brincar às guerras. Entendem-me?

16.11.09

Porque hoje é segunda-feira, os meus filmes.

Já soube parte dos diálogos, tantas foram as vezes, creio que sete, que vi Casablanca. Curiosamente, eu que nem sou apreciador de teatro, Michael Curtiz dirigiu Casablanca, em 1942, baseado numa peça de teatro. Alguns críticos consideram-no o melhor filme de todos os tempos. Não iria tão longe, até porque existe Citizen Kane. Casablanca marcou-me para sempre e, neste caso, não foi pela estatística dos prémios (Óscar para o melhor filme, melhor realizador e melhor argumento, para além das nomeações para melhor actor principal, melhor actor secundário, melhor fotografia, melhor montagem e melhor banda sonora). As interpretações irrepreensíveis de Humphrey Bogart e Ingrid Bergman foram marcos nas carreiras de ambos e referências pessoais na forma como passei a olhar para o cinema. Casablanca tem, porventura, os diálogos mais memoráveis do cinema. E tem tudo o que a vida tem. Cinismo, paixão, medo, homens que se dão com Deus e com o Diabo, mistério, incerteza, corrupção e esperança. Casablanca não foi, para mim, o início de uma bela amizade com o cinema, mas uma amizade que, estou e crer, se perpetuará até ao fim da minha vida. E sim, a Ingrid Bergman era linda.

Porque hoje é segunda-feira.

As minhas actrizes favoritas darão lugar aos meus filmes. Não direi que são os favoritos porque defini-los como tal seria uma missão quase impossível. Os filmes marcam-nos de maneiras diferentes e fazem-no com maior ou menor intensidade, consoante a fase da nossa vida e o dia ou o momento em que os vemos. Para além disso, como não sou capaz de me abstrair da componente técnica que envolve o cinema, há filmes que me marcaram por esse lado e outros que me tocaram pelo lado emocional da história. Mas, confesso, que “os meus filmes” deixaram mais marcas pela técnica. E leia-se técnica um conjunto de atributos que vai desde a realização à riqueza do argumento, passando pela fotografia, interpretação, montagem, banda sonora ou mesmo produção. Não sou imune ao lado emocional da história, por isso “os meus filmes” passarão por aqui às segundas-feiras, algumas vezes associados a uma visão muito pessoal, outras sem uma linha que seja que assinale ou fundamente a minha escolha. Até pode muito bem ser porque achei a actriz fantástica. Pelo competente desempenho, claro.

13.11.09

Isto é a sério?

Bom fim-de-semana.

O que é nacional é bom (XIX)

É o realizador mais velho do mundo em actividade e autor de trinta e duas longas-metragens. É professor honorário da Academia de Cinema de Skopje, recebeu o Prémio Mundial do Humanismo, é doutor honoris causa pela Universidade do Algarve, recebeu distinções nos festivais de cinema de Cannes, Veneza e Montreal, as suas obras foram reconhecidas com o Leão de Ouro por duas vezes, recebeu uma Palma de Ouro e foi condecorado pelo Presidente da República com a Ordem de Sant’iago e Espada. Manoel de Oliveira é um cineasta admirado, respeitado e com reputação mundial. Manoel de Oliveira é nacional e é bom.

11.11.09

4 & 1 Quarto?

Uma mulher e um homem.
Outra mulher, outro homem.
As almas suspensas, adiadas, dilatadas, transidas.
Atrevem-se e gozam. Juntos. Os quatro. Até ao fim.
Dois homens agora. Duas mulheres de fora.
Onde fica o amor? Que sobra a alma?
Talvez pouco. Talvez tudo.
Não sabem. Alguém sabe?

Não vos vou contar o fim do mais recente romance da Rita Ferro, até porque ainda não sei como é o princípio. Mas mesmo que soubesse, não contava. É que em 20 anos e depois de 20 livros, a Rita não gosta que lhe contem o fim.

Business as usual, mas...

... mas estava em Amsterdão e tinha uma manhã livre, numa cidade de que gosto e onde me sinto bem, por isso decidi apontar a agulha da bússola ao Museu Van Gogh sem me preocupar com a reunião, habitualmente dura, que me esperava a seguir ao almoço. Acreditem ou não, a maioria das pessoas que encontrei no museu eram jovens. Bem sei que se tratava do Museu Van Gogh e não do da Marinha, mas mesmo assim o facto não me passou despercebido e não consegui evitar uma fugaz comparação sobre o que se passa em Portugal. E eu não sou fã de museus, mas isso agora não interessa. A segunda surpresa, e esta divertiu-me mais, foi ter descoberto que o Vincent nasceu a 30 de Março, exactamente 107 anos antes da minha mãe me ter dado à luz. Van Gogh, um dos meus pintores favoritos, sempre me intrigou na sua abordagem. Um homem cheio de fantasmas, avesso à cidade e que amava o campo. Um homem que manifestava na tela o seu lado mais naif quando a natureza era retratada, mas quando se tratava do ser humano era incapaz de pintar um sorriso. Um homem atormentado que o talento e a mestria do pintor não traíram, tão sofridos e marcados são os rostos que a sua obra nos oferece. Descobri, também, que o Vincent, como é carinhosamente tratado no país das tulipas, escrevia bem, com uma caligrafia exemplar e que, nas suas inúmeras cartas dirigidas a amigos e ao irmão Theo, raramente deixava que transparecessem os seus tormentos. Afinal, tal como na vida e no business, fui ao Museu Van Gogh para me deliciar com a obra do pintor e descobri o homem e parte da sua vida. Como eu gosto.

9.11.09

Vou ali mas hei-de voltar. Até breve.

Amsterdão, onde me espera, de novo, a defesa de mais um business plan.

6.11.09

Bom fim-de-semana.


O que é nacional é bom (XVIII)

No Reino Unido é conhecido como the special one. Percebe-se porquê depois de, na sua passagem por Terras de Sua Majestade, ter revolucionado o Campeonato Inglês de Futebol. Inquieto e controverso, mas competente e eficaz, José Mourinho conta na sua fulgurante carreira com inúmeros títulos e troféus. Dois Campeonatos Nacionais, uma Taça de Portugal, uma Supertaça portuguesa, uma Taça UEFA, uma Liga dos Campeões, dois Campeonatos Ingleses, uma Taça da Liga Inglesa, uma Taça de Inglaterra e um Campeonato Italiano no seu ano de estreia, caminhando a passos largos para o bi-campeonato. É reconhecido mundialmente, é nacional e é bom.

2.11.09

Porque hoje é segunda-feira.


As minhas actrizes favoritas:

Catherine Zeta Jones

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