21.11.09
Diz a minha mãe.
Quando passo alguns dias com a minha mãe, é inevitável que filosofemos sobre a vida e também, com muita naturalidade, sobre a morte, a única certeza com que a vida nos brinda. Fazêmo-lo, como disse, com a naturalidade com que os africanos o fazem. Diz a minha mãe que deseja ser transformada em cinzas e que elas sejam lançadas ao mar, para que ele leve o seu corpo até à sua África. Para ela, a sepultura da sua alma é o coração dos seus filhos e dos seus netos. Diz a minha mãe, com um sorriso sereno.
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16 comentários:
:-)
(eu fico-me pelas águas salgadas e pelo vento, sem necessidade de ir para mais sítio nenhum...)
Porque navegar é sempre preciso...
Fugidia,
Eu tenho que confessar que em relação à última viagem e à última morada não tenho uma opinião muito formada. Até há uns tempos atrás costumava dizer que tanto me fazia... quem cá ficasse que fizesse o que achasse melhor. Hoje inclino-me mais para as cinzas, bastando-me, também, as águas salgadas... sem vento. ;)
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Sempre, Cristina.
Navegar é sempre preciso. :)
A última morada fica no coração dos que amámos e na pele de quem acariciámos. As cinzas são a última viagem e o retorno ao útero que nos gerou. É o regresso ao interior da terra que nos viu nascer, onde tudo se germina e alimenta até mais ver.
Hoje é a minha vez de enaltecer a sabedoria da senhora Sua Mãe, Mike.
Eu também desejo ver as minhas cinzas espalhadas bem longe daqui. No rio da Prata, que acaricia Buenos Aires e Colónia del Sacramento, unindo a Argentina e o Uruguai
Estou como o Mike, ainda não tenho uma posição definitiva sobre o assunto. Mas leitura recente pôs-me a pensar e...
GJ,
A senhora a falar até parece a minha mãe. (riso abafado)
(Acho que vou ser severamente punido por este comentário... risos) :)
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Carlos,
Rio da Prata que conheço razoavelmente. Argentina, Buenos Aires, Uruguai, Montevideo, Punta del Este... ai que agora fiquei com saudades. :)
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Luísa,
Leitura recente pô-la a pensar e... um dia haveremos de ter uma opinião, certo? ;D
Cinzas espalhadas no mar, com ou sem vento. Se calhar, prefiro com vento. Já dizia o Carl Sagan: "Somos feitos de pó de estrelas e para elas devemos voltar". Definitivamente, com vento e no alto mar!
E é verdade, masi não somos que pó, sim. Pronto, Catarina... seja com vento, então. :)
que lindo texto, Mike...
Mike,
Como são preciosas essas conversas!
Sabe que hoje tenho pena de não ter
apontado pormenores porque o tempo esbate-os e tendo os pais ja partido é difícil "recupera-los".
Pelas frases da sua Mãe vê-se que é uma senhora especial. A sepultura ser o coração dos filhos e netos é de uma profundidade e beleza!
Um xi especial para quem tem uma Mãe assim!
Júlia, simpatia da sua parte. :)
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Bacouca,
É uma senhora especial, sim. Obrigado pelo seu comentário. :)
Um xi especial.
Não gosto da morte, tenho medo de morrer.
Não gosto de falar desse final triste, que desde que nascemos ele espera por nós.
Não quero morrer.
Jokas
A tua mãe é uma mulher sábia e doce, Mike. Só pode ser, quem fala assim.
Ó Ana, eu hesitei em escrever, mas acho que vai ter mesmo que ser: é a única coisa de que não escapamos, menina. Mais vale encarar com serenidade. (sorriso sereno)
Pois é, Ana. :)
Obrigado pelas tuas palavras. :)
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