13.4.08

A floresta do Noddy.

Chegámos antes da hora prevista, eu e o mais novo, o que é um facto assinalável atendendo a que, por vezes, os quinze a vinte minutos de antecipação que me habituei a dar não são suficientes, e depois de um início de manhã tranquilo e de um pequeno-almoço de rapazes. Objectivo? ir buscar a irmã, a mais nova das meninas, que a festa de aniversário de uma amiguinha tinha proporcionado uma dormida fora de casa, que eu me lembre, a primeira noite nestas circunstâncias. Louvável a iniciativa, tinha já eu pensado no dia anterior, quer dos pais da amiguinha, quer de quem meteu a braços o empreendimento. Tempos de mudança que devem ser registados, já que, pelos vistos, outros locais há que não apenas os Colombos e afins. A festa de aniversário teve lugar no Museu Nacional de História Natural, ali na Rua da Escola Politécnica, num local onde alguns de nós nos habituámos a situar como o Jardim Botânico. Ao frenesim da véspera seguiu-se o inevitável cansaço dos miúdos que deram a uma costa onde os esperavam os pais e, a avaliar pelas caras da mocidade, seria levado a crer que uns estavam de ressaca e a outros tinha passado por cima um comboio. Mas todos felizes e ainda descobrindo uma energia que eu adivinhava soterrada, para contar sem interrupções as peripécias da noite, entre brincadeiras e pedagogia. O tempo de espera que nos restava, a mim e ao caçula, foi ocupado com um passeio pelo Jardim Botânico onde pudemos observar, in loco, a floresta do Noddy e as grandes árvores onde os malvados Sonso e Mafarrico se escondem do Senhor Lei depois de terem aprontado travessuras na Cidade dos Brinquedos. A verdade é que já me tinha esquecido como é aprazível a luxuriante vegetação das imensas árvores que parecem tocar os minúsculos pedaços de céu que os nossos olhos alcançam por entre as copas frondosas que nos acolhem e ralaxam, e nos fazem sentir longe da cidade e em contacto com a natureza. Por momentos indaguei-me em silêncio se estaria em Lisboa... é que apenas eu e o mais novo falávamos a língua de Camões. Entre pedidos de auxílio e diálogos, ouvi falar italiano, francês, espanhol, inglês e outra língua que suponho tratar-se de origem eslava. Portugueses eram dois e suportando-me de uma breve estatística momentânea, suponho que deveriam ser cerca de 5%. Se calhar era por ser muito cedo, que lá mais para a tarde a percentagem inverter-se-à... será? se calhar não...

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