27.4.08
Hum... estás quase pronto para o mar, rapazinho.
Contrariamente ao que acontece com alguns dos meus amigos, e razões legítimas haverá da parte deles, não tenho nada contra piscinas mesmo conhecendo os motivos que os levam a olhar desconfiados para elas. Mas há piscinas e piscinas, e estou a referir-me apenas às que são públicas. E há umas que são públicas mas onde os não-sócios pagam um preço que demove muita gente dos seus intentos, e as torna agradáveis. Não é simpático dizer isto mas é assim que algumas coisas acontecem na vida. E quer se queira, quer não, onde é que as crianças aprendem a nadar como deve ser? Quer dizer, eu aprendi no mar, numa pequena cidade costeira em Angola, o meu pai com água pela cintura a atirar-me para perto, estendendo os braços e convidando-me a nadar até ele. Uma forma muito pouco ortodoxa e contrária à pedagogia, eu sei. Mas aprendi a nadar e não ganhei medo do mar, antes pelo contrário. Talvez fossem os seus dotes de professor improvisado. Mas voltemos às piscinas, que foi numa delas que passei a tarde do dia 25 na companhia da minha sobrinha e dos meus infantes, como alguém um dia os apelidou carinhosamente. Lá para os lados do Parque das Nações. Já notei que os meus mais novos manifestam uma especial afinidade com a água e quem sou eu, logo eu, para os contrariar? Estava até curioso para constatar, in loco, os progressos do caçula de três anos a caminho dos quatro, relativamente às aulas de natação. Um miúdo irrequieto e a necessitar de uma atenção permanente, principalmente com uma piscina por perto. É que o rapaz é mesmo dado a travessuras. Para meu alívio, mas não descanso, fiquei a saber que passei a ter uma margem de tolerância de cinco segundos para uma distracção. O garoto manda-se para dentro de água, faz questão de tocar com os pés no fundo, volta cá cima, respira, dá umas braçadas, volta a respirar antes de dar outras e, calmamente, segura-se à borda da piscina, sorridente. E eu a pensar que agora é que toda a atenção é pouca, que ele já se julga um Mark Spitz. Mas de volta para casa, confesso que senti uma sensação de tranquilidade. Este Verão vou pô-lo em cima de uma prancha para apanhar umas ondas, como já fazem as irmãs. É que o mar é infinitamente melhor que a piscina e é ele que separa os rapazes dos homens, filhote. Mas terás tempo para saber isso.
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4 comentários:
eu que faço parte do universo desconfiado das piscinhas, dou-lhe os parabéns pelas conquistas do caçula.
Obrigado, Once.
Mas na verdade não tenho tido assim uma contribuição por aí além neste assunto. E, segundo me dizem, a professora de natação do caçula está sempre desejosa que a aula dele termine ;).
E o paisão todo babadão, né?
Com reforços, ainda vai conseguir impor respeito ao mar :)
Cristina, primeiro quero que o novo reforço aprenda a respeitar o mar, depois... bom, depois logo se vê :).
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