6.4.08
Coisas de rapazes.
Aniversário do afilhado, um menino que ao olharmos para ele nos devolve a consciência de que o passar do tempo é implacável. Menino? um rapazola de catorze anos, de voz grossa contrastando com o sorriso ainda gaiato. O programa foi de e para rapazes, dos onze aos quarenta e oito, que os homens não deixam nunca de ser rapazes. E foi muito divertido, ao ar livre, ali para os lados da Lagoa Azul. O programa era muito simples e havia apenas duas actividades, a confirmar a genética masculina... não nos ponham a fazer muitas coisas ao mesmo tempo. Divididos em dois grupos, enquanto um deles jogava matraquilhos humanos, nada de sobrolhos franzidos ou ares admirados que eu já explico, o outro desbravava a natureza na modalidade de kart cross. Imaginem um insuflável rectangular com uma altura de cerca de um metro; agora juntem-lhe umas balizas também insufláveis às cabeceiras, umas barras de onde estão colocados cinturões que prendem os matraquilhos, ou melhor, onde nos prendem a nós pela cintura. Uma bola daquelas de espuma para ninguém se magoar, meia dúzia de regras (constantemente quebradas, claro... não se esqueçam que não havia meninas à mistura) e aí têm os tais matraquilhos humanos. É divertido à brava, com situações absolutamente hilariantes. Eu curti mais o kart cross apesar do cepticismo inicial. É que quando se fala de karts ou motas, a minha praia é mais o asfalto. Mas rendi-me e para o fim, já nem queria que o kart, que mais parece um aranhiço, andasse a direito na terra. Sempre pé a fundo, com a traseira a baloiçar que nem uma louca desgovernada, apenas controlada à custa de braços, entre solavancos que, não fossem os cintos bem apertados, nos atirariam borda fora. No fim imaginei-me um campeão do Dakar, na chegada ao Senegal, vitorioso, cansado, coberto de pó e aclamado por milhares de pessoas, apesar de batido na última prova pelo afilhado. Não se riam, que o moço mexe bem naquilo e só me bateu porque é mais leve, não muito mais, mas uns quilitos num kart fazem toda a difrença. Ficou prometida a desforra, que ele não se fica a rir assim sem mais nem menos. Coisas de rapazes, que é como me senti esta tarde.
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3 comentários:
Mike, que bom é ter-se um espírito jovem, sempre, independentemente das cronologias...
Se o espírito for jovem o corpo tenta acompanhar (risos)...
Mas é isso mesmo!
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