6.5.08
Escutar Montmartre
Montmartre exerce um fascínio inexplicável sobre a minha pessoa. Sempre que vou a Paris tento ir a Montmartre, mesmo sem objectivo ou propósito algum. Apanho o metro, saio em Lamarck-Caulaincourt, subo até à Sacré-Coeur, digo olá a Pigalle, delicio-me com a vista de Paris e regresso. Tenho a sensação que se trata de uma romaria involuntária, com as minhas pernas e os meus pés numa desobediência impossível de contrariar por quem devia mandar neles. Se em Paris creio encontrar sempre algo de novo nos mesmos locais por onde já passei, em Montmartre tenho a certeza. A última vez que lá estive, e já faz algum tempo, dei-me conta que uma das razões desse fascínio se prende com o facto de escutar Montmartre. É isso, agora sei, aprendi e gosto de escutar o que esse bairro histórico de Paris situado no XVIIIº arrondissement tem para me dizer. As ruelas, as escadarias, as varandas floridas, os acordeões cansados e as pedras da calçada, entregam-nos as suas vozes em sussurros clandestinos e poéticos, contando-nos histórias de outrora, envoltas em mistério, de boémios anónimos e artistas famosos.
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6 comentários:
Só lá fui uma vez, da primeira que fui a Paris.
E desta segunda, há dois anos, senti uma vontade incompreensível de lá voltar, por causa desse apelo mágico, poético, de que fala.
Mas não foi possível :-(
Fica a vontade terrível de lá voltar rapidamente :-)
Um local mágico fugidia.
Quando lá voltar tente escutá-lo. :)
Mágico mesmo, Mike. Também adoro Montmartre, e concordo que deve haver por lá muitas vozes de artistas que cantam e dizem poesia para os incautos transeuntes...
Eu tenho essa sensação, Ana.
Como o compreendo, Mike...
E a fotografia é tão eloquente...
Cristina, :)
p.s. - Estimo em vê-la de volta. Hei-de visitá-la para ver quão sentido ficou o seu estado depois da visita ao Faial. ;)
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