Rumámos ainda mais para o interior, para um local onde nos estava reservado o troféu que todos os caçadores sempre fizeram questão de possuir. Os “big five”. Outrora de espingarda ao ombro, hoje de máquina fotográfica a tira-colo. Um local mítico, no fim do mundo, onde as terras são mais férteis e a savana é invadida por uma vegetação densa e bosques de acácias. Ali ficaríamos três dias, que um dos “big five”, o leopardo, de tão tímido e fugidio, não é presa fácil. Confesso que ficaria dias sem conta, alternando as idas madrugadoras à selva com as horas relaxantes passadas na piscina com vista para o interminável vale, e sentindo a minha África de manhã à noite. Naquela piscina o cheiro não é de maresia, é de terra. O ar não é salgado e suavisado pela brisa marítima, é denso e soprado pela savana. Ali a vida está no seu estado mais selvagem e o coração bate apressado, de máquina fotográfica em punho, numa tentativa de capturar os animais que se tornam apenas presas para quem tem a destreza de se mostrar predador. Naquelas paragens, em pleno território Masai, terra de um povo guerreiro que crê ter sido escolhido por Deus, e onde o nascer do sol é uma alvorada tardia, não se descansa apenas o corpo, agitam-se os sentidos e recupera-se o espírito.
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19 comentários:
Se a Karen Blix fosse viva perguntar-se-ia, certamente: "África Minha ou África do Mike?" :)
Hum,
vou ter de ir lendo este blog aos bocadinhos para apanhar a crónica do princípio :-)
Fugidio o leopardo? Julgava que eram as tigresas :-p
Coloque, s. f. f., tiguesas entre aspas...
(gargalhada audível na savana...)
Cristina, :)
E eu responder-lhe-ia África do Mike, oh Karen... que viveste uma história bonita em África mas eu sou nado e criado lá. :)
(A verdade é que ser nado e criado não a torna mais minha que dela. Mas é mais minha... porque sim, pronto!)
Gargalhada audível na savana = a leopardos em fuga e ala que se vai um dos big five, Fugidia :)
Não sei se as "tigresas" são fugidias (riso baixinho), mas os leopardos sei que sim (riso a descontrolar-se... schiu...)
lol lol lol
Também tenho gargalhadas "big five": é a que produzo neste instante e que tem os seguintes predicados:
1. ginástica facial;
2. ginástica das cordas vocais;
3. ginástica abdominal;
4. relaxamento neurológico e
5. sorriso persistente.
:-)
Pronto! A rir assim, desapareceram todos os five, não ficou nenhum big para a foto. :) :)
Sorry!
(sustendo a respiração... 1, 2, 3... respirar... sustendo a respiração... explodindo a rir!)
:-)))
Tem graça, Cristina: juro que ia escrever exactamente o mesmo, quando abri esta caixa de comentários!
É que esta África do Mike parece-me a verdadeira África, descrita com paixão e conhecimento de causa. Fico sempre com vontade de fazer as malas, voar para lá e fazê-la África Minha!
Parabéns por mais um texto magnífico, Mike.
Mike
Esta não foi, infelizmente, a África que conheci. O 'trilho' que fizémos era muito comercial e muito concorrido, portanto, não tendo chegado a vislumbrar qualquer animal selvagem, sequer.
Fico-me, assim, pelo sonho construído pelos seus magníficos relatos e fotografias de fazer inveja.
Um abraço
Muita simpatia sua, Ana.
Se resolver fazer isso não me venha dizer que a culpa foi minha. ;)
Deixe-se ficar por aí, nos Barbados, que está muito bem. :)
Mas os animais selvagens e toda aquela imensidão africana estão por lá à sua espera. Faça as malas e vá, caro Pedro.
Um abraço.
Se alguém encontrar o " en" de Blixen, digam-lhe, por favor, para voltar ao lugar donde nunca deveria ter saído :)
Ah, não me quer de volta, é???
Será medo do "trielo"? Mas eu até já passei o volante à Fugidia, agora voltou a ser duelo e eu já sou só pendura... sorte sua, claro.
Cristina, :) (muitos risos)
Oh Ana todos a queremos de volta... rogamos para que volte, mas como a sabemos deliciada por essas paragens... :)
Duelo, trielo, pendura e sei lá mais o quê, isso não interessa... Só a (minha) vitória tem importância (risos).
Enfim... no fundo, no fundo, eu só lá vou para o almoço...
e como a vitória cheira a cabrito, até já sei o que vou comer! Há batatinha assada a acompanhar a vitória, espero (a da Fugidia, claro)...
Hum...
querida Ana, as férias estão a deixar-lhe os neurónios mais "moles"?!?!
Espero?!?!
Não há dúvidas, minha querida: conte com o almoço: eu passo directamente para a mousse :-)))
"Espero" referia-se à existência da batatinha assada, porque da sua vitória tenho eu a certeza absoluta, Fugidia!
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