Mombassa já foi uma colónia portuguesa subordinada a Goa, no século XVII. Vasco da Gama foi o primeiro europeu a visitar Mombassa, a segunda cidade do Quénia, e os vestígios lusos são bem visíveis naquela cidade histórica banhada pelo oceano Índico, um ponto estratégico na rota dos navegadores portugueses e onde o Forte Jesus, situado na parte velha de Mombassa, permanece um bastião incontornável de batalhas travadas em tempos idos e da presença dos nossos antepassados por aquelas paragens. A decisão de viajar de comboio até Mombassa revelou-se acertada e contribuiu para que eu vivesse mais uma experiência inesquecível em continente africano, com uma noite passada numa carruagem que me acolheu como se em casa estivesse. A aproximação do oceano fez-se sentir através do ar quente e húmido que, progressivamente, entrava pela janela. Cheguei a Mombassa ao amanhecer e atravessei a cidade, já numa azáfama desordenada, rumo ao hotel que me aguardava junto ao mar. Os três dias previstos para uma estadia essencialmente repousante em praias banhadas pelo Índico, acabaram por ser encurtados em vinte e quatro horas. Mombassa é rodeada de praias paradisíacas, mas apenas iguais a tantas outras espalhadas por esse mundo fora, e depois de dias tão intensos vividos na savana africana, não consegui contrariar o meu desapontamento. Mombassa foi uma decepção. Para além das horas de tédio passadas na praia, compensadas por uma dieta já apetecida de peixe e marisco, na memória ficou uma noite de luar, daquelas em que a lua ilumina a leitura de um livro à beira mar. E fiquei a conhecer a origem daqueles panos coloridos, as kangas, que as senhoras europeias usam à cintura quando o Verão dá sinais de si, e que são o traje tradicional das mulheres Swahili.
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2 comentários:
Uma coisa é certa, Mike: quando for a África vou pedir-lhe um roteiro e muitas dicas de viagem... disso não se safa!
Terei todo o gosto, Ana.
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