30.12.09

O que é nacional é bom (XXIII).

Começaram na outra banda no início dos anos 90, com um projecto 100% em inglês e numa onda experimentalista. Esgotaram os Coliseus de Lisboa e Porto, o Pavilhão Atlântico e o Olympia de Paris. Foram-lhes atribuídos 2 Globos de Ouro, tocaram com o maestro Rui Massena num concerto memorável onde se presenciou uma brilhante fusão de hip hop e música clássica, fizeram-se acompanhar pela Orquestra Sinfónica de Praga e com Atiba The Dappa. Têm 9 albuns editados e foram coroados em Roma no MTV Europe Music Awards. Os De Weasel são nacionais e são bons.

28.12.09

Um presente de Natal muito especial: nós.

Como se aquela mão aveludada, de pele macia e suave, tivesse tomado a minha, inesperadamente. E na surpresa de um encontro, como se do primeiro se tratasse, o tempo tivesse parado e nada mais existisse. Só nós. Nós e a cumplicidade de um sorriso que desejamos inocentemente acreditar pertencer-nos. Nós e os passos dados, lado a lado, por um caminho que os dedos inquietos das mãos nuas parecem tactear subtilmente, na tentativa de perpetuar cada momento de felicidade vivida, como que segredando entre eles o que os olhares confirmam, o que os corações sussurram e os corpos desejam. Nós.

Apenas nós e a natureza que rodeia o convento erguido, numa encosta da Serra d’Ossa por monges eremitas, no século XII, em homenagem a São Paulo.

24.12.09

Uma história mais, para mais tarde contar.

Gosto pouco de deambular pelo passado, apesar de não ter queixas de grande monta ou muitas marcas de agruras remotas. Não gosto mais de me perder em perspectivas de um futuro que é, para todos, cada vez mais incerto e onde as bolas de cristal dos tempos dos nossos pais se revelavam bem mais fiáveis. Gosto mais do presente, com dias maus, dias bons, mas um dia após o outro. Contudo, hoje dei por mim a olhar para o futuro, não o meu, mas o da minha mais velha que vive noutro continente, nas antípodas, onde os meridianos fazem com que a vida dela aconteça dez horas antes da minha, exigindo uma gestão dos telefonemas com atenção redobrada. Uma da tarde aqui, onze da noite lá. Foi assim, hoje, dia 24 de Dezembro, véspera de Natal. Estava na paragem do autocarro, depois de ter terminado a labuta diária no restaurante onde trabalha a servir às mesas, para pagar o mestrado. Estava à espera do autocarro que a levaria à casa que partilha com outros jovens estudantes e onde a esperava a ceia deste Natal que, dizia ela, seria passado a bordo do bus. Rimo-nos, divirtimo-nos ao telefone e concordámos, antes de nos despedirmos, que ela teria mais uma história para mais tarde contar, a futuros herdeiros. Nesta quadra natalícia as histórias do passado que nos contavam eram algo diferentes das que contamos agora aos nossos filhos e hoje um telefonema colocou os meus pensamentos num futuro onde apenas consigo imaginar que as histórias contadas por esta nova geração serão, forçosamente, diferentes. Mas rapidamente voltei ao presente, concluindo que talvez não seja tanto assim. Talvez seja apenas mais uma história que só a mim diz respeito, sem que haja lugar a generalizações. Consequências, apenas e também, de uma educação e mentalidade que faz com haja uma história diferente a mais para contar.

22.12.09

13.12.09

Falta de tempo e falta de paciência...


... não ligam lá muito bem com blogar, por isso quando pelo menos uma delas não faltar, voltarei.
Entretanto andarei por aqui e por ali.

6.12.09

Água das Pedras para digerir.

A propósito de um post da Ana Vidal, a Teresa Ribeiro lembrou-se da declaração de amor mais arrebatadora que ouviu na vida, confessando que não fora a feliz contemplada e acrescentando que também não a tinha lido em livro ou visto em filme. Fora-lhe revelada por uma amiga muito chegada que, num assomo de indiscrição (crendo a Teresa que só acontece entre mulheres) lhe fez a inconfidência. A propósito da tal declaração arrebatadora - "Nunca tenhas medo de envelhecer. Amo cada uma das rugas que tens e sei que amarei as que vais ter. Sempre". – comentei, no Delito de Opinião, o seguinte: “Ó Teresa, este sabia-a toda, o pirata. Resta saber quando foi que fez essa declaração de amor. Teria a sua amiga 25 anos? Se calhar vou ter que engolir estas palavras porque ele continua a declarar-se passados muitos anos”. Comentário que deu origem à seguinte resposta da Teresa: “Ainda bem que levanta a questão, Mike, porque dá-me oportunidade de a contextualizar: trata-se de uma mulher de meia idade que por questões de saúde envelheceu muito mal. Era muito bonita e jovem quando ele se apaixonou por ela, há cerca de vinte anos. Mas esta declaração ele fê-la muito recentemente. E agora, Mike digira lá esta (recomendo, no mínimo, meia dúzia de águas das pedras)”.

Face a isto, pouco mais me resta senão entregar-me à digestão, seguindo a recomendação da Teresa. E já agora, porque estamos a falar em digerir, acrescentar a tanta água das pedras, um pouco de whisky. Afinal, se tenho que engolir as palavras, que o faça com chá (da Escócia, que é o único de que gosto).

4.12.09

Há que verificar sempre os TPC’s dos filhos.

Prezada Professora Emília,
Eu gostaria de deixar bem claro que não sou, nem nunca fui, uma "dançarina exótica". Eu trabalho numa loja de ferramentas e contei à minha filha o quanto a última semana foi tumultuada, antes do nevão que se previa. Nós vendemos todas as pás de que tínhamos. Todas, menos uma, que estava no depósito e que foi alvo de disputa entre os clientes. Portanto, o desenho que minha filha fez não me mostra dançando em torno de um varão. Mostra-me a vender a última pá que tínhamos na loja. Doravante, lembrar-me-ei de verificar semre os trabalhos de casa de Inglês da Maria com mais cuidado.

Atenciosamente,
Carolina Rodrigues

Bom fim-de-semana.


3.12.09

O que é nacional é bom. (XXII)

Medalha de Prata nos Jogos Olímpicos, três vezes campeã do mundo e cinco vezes campeã da Europa. Num corpo franzino mas musculado habita uma menina de forte carácter e excelência competitiva. Vanessa Fernandes não brinca em serviço, é humilde mas as adversárias habituaram-se a respeitá-la. É portuguesa e é muito boa.

1.12.09

O lançamento da reinterpretação do lendário “asas de gaivota” está prevista para a Primavera de 2010. Candidatos?...

Haverá muitos concerteza e eu, infelizmente, não serei um deles. Desenvolvido pela AMG (empresa detida pelo Grupo Daymler Chrysler), com uma carroçaria com estrutura de alumínio e uma alma generosa que nos oferece 571 cavalos de potência e 650 Nm de binário, por “culpa” do motor V8 de 6.3 litros de cilindrada. Com requintes de malvadez inspirados na tecnologia utilizada na Fórmula 1 e no DTM, não deixa as performances por motores alheios: 317 km/h, acelerando dos 0 aos 100 km/h em 3.8 segundos. O SLS AMG é seguro, confortável, com uma construção irrepreensível e, acima de tudo, é um Mercedes e é belo.

30.11.09

Porque hoje é segunda-feira, os meus filmes.

Este filme é simplesmente sublime. Não me apetece escrever mais nada sobre A Vida é Bela. Apenas que é sublime. E porque gosto de rir, escolhi este pedaço.

27.11.09

O início da presidentA, o meu final # 1

... e o mirtilo, coitado, infeliz e sozinho, estava branco como a bola de neve que o esmagava. É que o mirtilo deixava-se encantar ouvindo as histórias fantasiosas que o avô da presidentA do nosso blogobairro lhe contava e, fascinado, um dia pôs-se a caçar pirilampos incandescentes, na esperança de o aquecerem e não acabar congelado como os outros mirtilos. Só que apanhou um susto de morte quando se deparou com um gambuzino que era o terror do reino das princesas do gelo, com fama (e proveito) de Don Juan, entre as exímias amazonas. E ficou assim, descolorado, branco como a bola de neve que o esmagava, quando o gambuzino lhe perguntou com um vozeirão que o deixou petrificado: olha lá ó mirtilo, o que andas tu a fazer por estas bandas? não sabes que este reino é meu? estou-te a ver... se tivesses asas estavas a pensar em arrastar uma delas a uma amazona... já olhaste para ti? cresce e congela, ó frutinho desengonçado e sem graça.

Bom fim-de-semana.


Foto: Outros Olhares

26.11.09

O que é nacional é bom. (XXI)


Portugal é um dos países com mais horas de sol da Europa. E o sol quando nasce não é para todos. Por isso, apesar de andar sumido, o nosso é nacional e é, indiscutivelmente, bom.
Foto: João Silva

25.11.09

Precisamos ter uma conversa.

As mulheres não são complicadas. Nós homens é que somos primários e desmazelados. Elas têm uma inteligência emocional superior e uma intuição aguçadíssima. E testam os homens com uma mestria cirúrgica fazendo-se valer de uma arte de manipulação fascinante. Precisamos ter uma conversa é uma frase que nós, homens, quando ouvimos, dá-nos a sensação de ter sido proferida pelo Diabo. Sim, que um Anjo nunca nos arremessaria com tal frase. E tem razão quem diz que, neste tipo de conversas, apenas Elas saem vencedoras. Quando a avassaladora frase é pronunciada, nós homens fazemos uso de todos os subterfúgios e desculpas, a maior parte delas tão esfarrapadas quanto a vestimenta do mais mendigo dos mendigos. Nesse momento colocamos o som da televisão mais alto, esquecendo-nos que o comando não é nosso e só está nas nossas mãos por uma momentânea benevolência. Vamos para a casa de banho, achando que Elas se esquecem do assunto, ou fingimo-nos cansados, esperando uma tolerância inexistente, ou uma misericórdia que nunca aparece. Os brasileiros têm uma palavra que tem tanto de carinhosa como irónica para o precisamos ter uma conversa. Chamam-lhe papo-cabeça. Só há, no meio disto tudo, uma coisa que nunca entendi. Conhecendo Elas as nossas fraquezas, sabendo Elas como nos manipular e tendo uma inteligência emocional e uma intuição superiores, e sendo Elas mais a encarnação do Diabo que dos Anjos, porque razão nunca tentam proferir essa maldita frase, dando início ao papo-cabeça, sentadas ao colo dos homens de lingerie, entre afagos e sorrrisos. Era vê-los conversar, até do que não desejariam. Um dia ainda alguém me há-de fazer entender, estou certo. E há-de ser começando por proferir a frase precisamos ter uma conversa.

23.11.09

Porque hoje é segunda-feira, os meus filmes.

Quase levou Coppola à ruína, pondo em causa, inclusivamente, o conforto de toda a sua familia. Prova melhor não haverá sobre as suas convicções e paixão pelo cinema. Um elenco de luxo, com alguns grandes actores em início de carreira, como Harrison Ford, Martin Sheen, Frederic Forrest e Laurence Fishburne. Vi Apocalypse Now várias vezes e continuo a vibrar sempre que o revejo. Baseado na obra Heart of Darkness de Joseph Conrad, Francis Ford Coppola realizou um filme galardoado com todos os prémios de que a indústria do cinema dispõe, nos EUA, França, Japão, Reino Unido e Itália. Um filme intenso e épico, onde a crueza da guerra e a essência do ser humano se misturam sob a mestria de uma realização magistral e de uma banda sonora inesquecível. Um filme que já faz parte da história do cinema.

21.11.09

Diz a minha mãe.

Quando passo alguns dias com a minha mãe, é inevitável que filosofemos sobre a vida e também, com muita naturalidade, sobre a morte, a única certeza com que a vida nos brinda. Fazêmo-lo, como disse, com a naturalidade com que os africanos o fazem. Diz a minha mãe que deseja ser transformada em cinzas e que elas sejam lançadas ao mar, para que ele leve o seu corpo até à sua África. Para ela, a sepultura da sua alma é o coração dos seus filhos e dos seus netos. Diz a minha mãe, com um sorriso sereno.

Estou rendido...

... a esta cantora nascida na Nigéria, onde passou a infância, antes de se mudar para a Alemanha. Acreditem ou não, foi-me apresentada pela minha mais nova, que tem onze anos, apesar de ter confessado que fora a irmã mais velha a responsável por gostar da Nneka Egbuna. Depois, quando resolvi acompanhar este Heartbeat com o meu jambé, foi a vez dela se render. Em dias de chuva como o de hoje creio que os vizinhos enlouquecem. Ou talvez não, talvez se rendam, também, ao som contagiante da Nneka.

20.11.09

Às minhas comentadoras.

A esmagadora maioria das pessoas que me comenta são senhoras. Nunca percebi muito bem porquê, mas se querem saber, sinto-me lisonjeado. Hoje, quando estava no barbeiro e quando deixava que os meus olhos passassem, com pouco interesse, pelas páginas de um jornal diário, descobri que o Johnny Depp, ele mesmo, o pirata das Caraíbas, tinha sido eleito, não me perguntem por quem, o homem mais sexy do ano pela segunda vez, facto apenas conseguido por outros dois cavalheiros que dão pelos nomes de Brad Pitt e Georges Clooney. Andava, já há dias, a pensar como poderia eu retribuir a simpatia e assiduidade de quem me comenta. Apesar de achar que este tipo de posts não contribui para o bom nome e reputação do Desconversa, as minhas comentadoras merecem este este gesto. Dos comentadores do sexo masculino conto poder esperar a máxima tolerância e compreensão e, podem estar certos, serão compensados devidamente numa próxima oportunidade.

Bom fim-de-semana.


Foto: Outros Olhares

18.11.09

O que é nacional é bom. (XX)

É uma das referências da escola de arquitectura do Porto. Nasceu em Matosinhos, formou-se em arquitectura na Escola Superior de Belas Artes do Porto e tem obras registadas desde 1952, quando projectou a cozinha da casa de sua avó. Siza Vieira foi galardoado com inúmeros prémios, entre os quais, a Medalha de Ouro Superior Counsil of Arquitecture do Colégio de Arquitectos de Madrid, o Prémio Mies vn Rohe Award for European Architecture, o Prémio Pritzker da Fundação Hyatt de Chicago, o Prémio Nacional de Arquitectura, Prémio Secil, Medalha Alvar Aalto, The Prince of Wales Prize da Universidade de Harvard, Wolf Prize in Arts, Urbanism Special Prize of France, Royal Gold Medal for Architecture do Royal Institute of British Architects e o RIBA – Royal Gold Medal em 2009. Álvaro Siza Vieira é um arquitecto com prestígio internacional e a sua obra pode ser admirada em vários pontos do mundo. É nacional e é bom.

Meus companheiros inseparáveis (XIX)

Otis Redding

O homem que imortalizou Respect, Dock of the Bay e My Girl.

Aqui ao vivo, numa versão electrizante e demoníaca de Satisfaction.

17.11.09

Recuperação económica ou dicas de culinária?

Primeiras Damas devem manifestar uma cultura geral abrangente, desde matérias complexas como a recuperação económica até às mais singelas como a culinária. E ter a capacidade de o fazer com um simples gesto, como é caso de Mrs Obama e Madame Sarkozy. Resta saber se estarão a referir-se à recuperação económica dos seus países ou à faca que habitualmente usam para trinchar o perú.

Muros.

Exceptuando os muros que os meus pais ergueram no legítimo exercício de educadores, eu não tive um muro, como a Luísa e a Cristina descrevem, partilhando memórias gratas de uma infância feliz. Gostei de ler, mas não gosto de muros. Em Angola não era hábito construirem-se muros. Ao contrário das suas aldeias, os colonos idos da Metrópole encontraram quimbos sem muros. As fotografias que a minha mãe me mostra de cidades com casas sem muros no interior de Angola nos anos 20, levam-me a crer que quem para lá foi absorveu a cultura africana e a mentalidade dos nativos. A quinta da família do meu pai, em Chaves, tinha muros. Mas nunca os considerei meus, nem nunca gostei ou me habituei a eles, e foram tantos os que encontrei quando cheguei a Portugal. Os muros têm algo de medieval que não me agrada. Tal como as aldeias. A minha aldeia, aquela que a GJ gentilmente inventou para mim, não tem muros. Ao contrário do que acontece por estas paragens, em que o mar parece ter fim quando toca o céu, na minha aldeia a linha do horizonte permanece o que é. Imaginária. Até quando faço construções de Lego com o meu mais novo raramente sobram peças para se erguerem muros. Excepção feita às fortalezas construídas para os Gormitis, mas aí estamos a brincar às guerras. Entendem-me?

16.11.09

Porque hoje é segunda-feira, os meus filmes.

Já soube parte dos diálogos, tantas foram as vezes, creio que sete, que vi Casablanca. Curiosamente, eu que nem sou apreciador de teatro, Michael Curtiz dirigiu Casablanca, em 1942, baseado numa peça de teatro. Alguns críticos consideram-no o melhor filme de todos os tempos. Não iria tão longe, até porque existe Citizen Kane. Casablanca marcou-me para sempre e, neste caso, não foi pela estatística dos prémios (Óscar para o melhor filme, melhor realizador e melhor argumento, para além das nomeações para melhor actor principal, melhor actor secundário, melhor fotografia, melhor montagem e melhor banda sonora). As interpretações irrepreensíveis de Humphrey Bogart e Ingrid Bergman foram marcos nas carreiras de ambos e referências pessoais na forma como passei a olhar para o cinema. Casablanca tem, porventura, os diálogos mais memoráveis do cinema. E tem tudo o que a vida tem. Cinismo, paixão, medo, homens que se dão com Deus e com o Diabo, mistério, incerteza, corrupção e esperança. Casablanca não foi, para mim, o início de uma bela amizade com o cinema, mas uma amizade que, estou e crer, se perpetuará até ao fim da minha vida. E sim, a Ingrid Bergman era linda.

Porque hoje é segunda-feira.

As minhas actrizes favoritas darão lugar aos meus filmes. Não direi que são os favoritos porque defini-los como tal seria uma missão quase impossível. Os filmes marcam-nos de maneiras diferentes e fazem-no com maior ou menor intensidade, consoante a fase da nossa vida e o dia ou o momento em que os vemos. Para além disso, como não sou capaz de me abstrair da componente técnica que envolve o cinema, há filmes que me marcaram por esse lado e outros que me tocaram pelo lado emocional da história. Mas, confesso, que “os meus filmes” deixaram mais marcas pela técnica. E leia-se técnica um conjunto de atributos que vai desde a realização à riqueza do argumento, passando pela fotografia, interpretação, montagem, banda sonora ou mesmo produção. Não sou imune ao lado emocional da história, por isso “os meus filmes” passarão por aqui às segundas-feiras, algumas vezes associados a uma visão muito pessoal, outras sem uma linha que seja que assinale ou fundamente a minha escolha. Até pode muito bem ser porque achei a actriz fantástica. Pelo competente desempenho, claro.

13.11.09

Isto é a sério?

Bom fim-de-semana.

O que é nacional é bom (XIX)

É o realizador mais velho do mundo em actividade e autor de trinta e duas longas-metragens. É professor honorário da Academia de Cinema de Skopje, recebeu o Prémio Mundial do Humanismo, é doutor honoris causa pela Universidade do Algarve, recebeu distinções nos festivais de cinema de Cannes, Veneza e Montreal, as suas obras foram reconhecidas com o Leão de Ouro por duas vezes, recebeu uma Palma de Ouro e foi condecorado pelo Presidente da República com a Ordem de Sant’iago e Espada. Manoel de Oliveira é um cineasta admirado, respeitado e com reputação mundial. Manoel de Oliveira é nacional e é bom.

11.11.09

4 & 1 Quarto?

Uma mulher e um homem.
Outra mulher, outro homem.
As almas suspensas, adiadas, dilatadas, transidas.
Atrevem-se e gozam. Juntos. Os quatro. Até ao fim.
Dois homens agora. Duas mulheres de fora.
Onde fica o amor? Que sobra a alma?
Talvez pouco. Talvez tudo.
Não sabem. Alguém sabe?

Não vos vou contar o fim do mais recente romance da Rita Ferro, até porque ainda não sei como é o princípio. Mas mesmo que soubesse, não contava. É que em 20 anos e depois de 20 livros, a Rita não gosta que lhe contem o fim.

Business as usual, mas...

... mas estava em Amsterdão e tinha uma manhã livre, numa cidade de que gosto e onde me sinto bem, por isso decidi apontar a agulha da bússola ao Museu Van Gogh sem me preocupar com a reunião, habitualmente dura, que me esperava a seguir ao almoço. Acreditem ou não, a maioria das pessoas que encontrei no museu eram jovens. Bem sei que se tratava do Museu Van Gogh e não do da Marinha, mas mesmo assim o facto não me passou despercebido e não consegui evitar uma fugaz comparação sobre o que se passa em Portugal. E eu não sou fã de museus, mas isso agora não interessa. A segunda surpresa, e esta divertiu-me mais, foi ter descoberto que o Vincent nasceu a 30 de Março, exactamente 107 anos antes da minha mãe me ter dado à luz. Van Gogh, um dos meus pintores favoritos, sempre me intrigou na sua abordagem. Um homem cheio de fantasmas, avesso à cidade e que amava o campo. Um homem que manifestava na tela o seu lado mais naif quando a natureza era retratada, mas quando se tratava do ser humano era incapaz de pintar um sorriso. Um homem atormentado que o talento e a mestria do pintor não traíram, tão sofridos e marcados são os rostos que a sua obra nos oferece. Descobri, também, que o Vincent, como é carinhosamente tratado no país das tulipas, escrevia bem, com uma caligrafia exemplar e que, nas suas inúmeras cartas dirigidas a amigos e ao irmão Theo, raramente deixava que transparecessem os seus tormentos. Afinal, tal como na vida e no business, fui ao Museu Van Gogh para me deliciar com a obra do pintor e descobri o homem e parte da sua vida. Como eu gosto.

9.11.09

Vou ali mas hei-de voltar. Até breve.

Amsterdão, onde me espera, de novo, a defesa de mais um business plan.

6.11.09

Bom fim-de-semana.


O que é nacional é bom (XVIII)

No Reino Unido é conhecido como the special one. Percebe-se porquê depois de, na sua passagem por Terras de Sua Majestade, ter revolucionado o Campeonato Inglês de Futebol. Inquieto e controverso, mas competente e eficaz, José Mourinho conta na sua fulgurante carreira com inúmeros títulos e troféus. Dois Campeonatos Nacionais, uma Taça de Portugal, uma Supertaça portuguesa, uma Taça UEFA, uma Liga dos Campeões, dois Campeonatos Ingleses, uma Taça da Liga Inglesa, uma Taça de Inglaterra e um Campeonato Italiano no seu ano de estreia, caminhando a passos largos para o bi-campeonato. É reconhecido mundialmente, é nacional e é bom.

2.11.09

Porque hoje é segunda-feira.


As minhas actrizes favoritas:

Catherine Zeta Jones

31.10.09

Mudam-se os tempos...

Sempre ouvi dizer que, quando o Benfica perdia, qualquer coisa servia de pretexto para a mulher apanhar do marido benfiquista. Fosse o silêncio, uma simples pergunta, uma resposta ou mesmo um sorriso. Não sabia é que isso, hoje, dava direito ao marido ficar a "pão e água" por tempo indeterminado, decretado pela mulher benfiquista. Mudam-se os tempos...

30.10.09

Bom fim-de-semana.

Foto: Outros Olhares

27.10.09

Porque ontem foi segunda-feira.


As minhas actrizes favoritas:

Glenda Jackson

23.10.09

Bom fim-de-semana.

Foto: Outros Olhares

22.10.09

Assim na vida, como nos negócios.

Os momentos em que se joga, em parte, a vida das empresas, o seu sucesso e a possibilidade de um futuro a curto prazo mais desafogado e risonho, são sempre momentos de tensão, mesmo que tal não transpareça, para isso contribuindo a experiência, consciência do trabalho competentemente elaborado e um ou outro ice-break desanuviador. Vida das empresas leia-se, acima de tudo, vida de uma ou outra família, que é como deve ser encarado cada funcionário. Responsabilidade acrescida, portanto. Esses momentos desaconselham excesso de protagonismo, arrogância, ausência de ponderação e dificuldade em ouvir mais do que falar. Aparentemente, poucas pessoas haverão que possam discordar desta postura e, porventura, serão menos ainda as que acreditam poderem manifestar-se comportamentos contrários. Porque, como disse, a responsabilidade é elevada e está muito em jogo. Recentemente, num desses momentos, um jovem advogado que representava uma empresa concorrente sucumbiu ao excesso de protagonismo e foi atraiçoado pela arrogância, evidenciando a tal dificuldade em escutar e revelando uma verdadeira paixão pela sua voz. Ainda nada foi ganho, é verdade, mas já sei quem ficou a perder. E, estranhamente, restou em mim a sensação de pouco ter feito, para além do imenso trabalho já desenvolvido por toda uma equipa dedicada, no sentido do concorrente estar agora com o irremediável e desagradável sentimento comum aos que já perderam alguma coisa, mesmo sem que alguém tenha ganho algo. Limitei-me a pôr em prática, e de uma forma disciplinada, racional e com o mínimo de emotividade que a situação requeria, alguns dos ensinamentos em que a vida é pródiga. O flair-play também é um deles, por isso foi usado como quem põe uma cereja em cima de um bolo. Neste caso de chocolate, porque desejo saborear pelo menos uma das fatias dele. Como saber esperar, dizem, é uma virtude, mesmo uma pessoa onde ela nem sempre esteja presente, deverá saber fazê-lo. Resta-me, por isso, esperar. Neste caso, com um sorriso, porque a espera será tranquila, como a consciência.

20.10.09

The (new) Diva.

Beyoncé Giselle Knowles tem vinte e oito anos, é cantora, dançarina, compositora, produtora e já se aventurou pelo cinema como actriz, tendo sido nomeada para um Globo de Ouro. Canta desde a infância e aos dezoito anos era já a líder das Destiny’s Child. Do seu currículo constam nada mais, nada menos, que dez Grammys, dos quais sete em carreira a solo. Ela própria recusa comparar-se a Tina Turner, que idolatra. Eu venero a Tina. Venero a cantora e admiro a mulher. Para as pessoas da minha geração é comum reparar-se que existe, normalmente, um estigma em relação a estas novas vozes de R&B. Direi que se trata de preconceito. Não há lugar a comparações e se tivermos a lucidez de pormos de parte o lado nostálgico, que não mais representa que a nossa tendência para nos quedarmos no passado, a Beyoncé é, sem margem para dúvidas, a cantora do momento. Ela tem tudo. Uma voz fantástica, presença, um corpo de arrasar, encanto, sedução. É bela, tem glamour e impulsiona musicalmente a nova geração como a Tina impulsionou a minha. Tudo isso aos vinte e oito anos? Beyoncé é a nova Diva da música.

O que é nacional é bom (XVII)

Foi jornalista, é romancista, dramaturgo e poeta. José Saramago nasceu no Ribatejo, filho de uma família humilde. Vive nas Canárias e foi galardoado com o Prémio Camões e o Prémio Nobel da Literatura. É português, é bom e é respeitado em todo o mundo. E já agora, porque não, está também a revelar-se um marketeer de primeira água.

19.10.09

Porque hoje é segunda-feira.


As minhas actrizes favoritas:

Penélope Cruz

17.10.09

Má vizinhança.

Ao contrário do que possa pensar quem inicia a leitura destas primeiras linhas, a responsabilidade da má vizinhança de que falo, não é da Maria. A Maria é uma moça onde habitam virtudes. Foi educada para ser uma fada do lar e consta que isso se deve à sua avó. A Maria hoje amaldiçoa a emancipação, tal como muitas outras mulheres, porque, emancipações aparte, nem que seja à força, têm que ser, senão fadas, pelo menos donas do lar, ou seja, trabalhos a dobrar. Mas se não é a Maria que causa má vizinhança, quem poderá ser? É que há um José na vida da Maria. O José, como poderão calcular, não foi educado para ser fada de coisa nenhuma, muito menos do lar. E o poço de virtudes do José pára a meio se comparado com o da Maria. Mas consta, também, que a mãe do José nunca o deixou pôr pé em ramo verde quando se tratava das tarefas caseiras e o José lá se foi habituando a dividir as tarefas do lar. Eis senão quando, por acasos e coincidências que só a vida consegue explicar, as vidas do José e da Maria cruzaram-se e é o José o responsável pela má vizinhança e mau estar conjugal de alguns vizinhos. Ela é a fada e ele ajuda-a no lar. Ela cozinha, ele estende a roupa, ela arruma os quartos, ele lava a loiça, ela passa a ferro, ele sacode a toalha da mesa e tira a roupa da corda. Parece que a vizinhança, principalmente a masculina, não está a lidar bem com este dia-a-dia do José e da Maria, havendo até quem, entre os vizinhos, sugerisse mais recato ao José. Perante isto a Maria e o José fazem uma das coisas que mais gostam de fazer. Riem-se.

Foto: Flickr

Que raio de ideia esta, do divã.

A Grande Jóia, GJ, para alguns de nós, é também uma grande amiga da onça. Ao ser envolvida numa situação em que se confessou atrapalhada, não foi de modas e convida-me a falar sobre três conflitos que me levaram ao divã. As regras são: publicar o selo (já está), mencionar quem atribuiu (ainda há dúvidas?) e falar sobre os tais conflitos. Agora há que ser honesto. No comentário que deixei no blogue da GJ, disse-lhe que não me lembrava de haver três situações e, na verdade, fui ao divã uma vez. Mas quem já foi ao divã sabe que, apesar de se ir uma vez, a razão que nos leva ou nos faz permanecer lá raramente é só uma. Tentarei desdobrá-la em três e mais honesto que isto não consigo ser. Mas deixem-me contar uma história curiosa antes de prosseguir. Eu já tinha 45 anos e antes de avançar telefonei ao dono do divã dizendo-lhe que, ou ele tinha uma cadeira e falávamos de frente um para o outro, ou então jamais me veria. É que eu me recusava falar para uma parede com um homem por trás de mim, que não havia situação mais ridícula, que eu tinha um preconceito com aquelas cenas dos divãs por serem “doenças” de ricos, que os pobres têm que resolver os seus problemas sem divãs… por aí adiante, um chorrilho de disparates. A gargalhada que ouvi do lado de lá e a resposta, ainda a rir, que sim, que se arranjava uma cadeira, deixou-me descontraído e fez com que fosse ao “divã”.

O meu (ainda na altura) segundo casamento levou-me ao divã. Digo “ainda na altura” porque já era tarde, quando fui ao divã e fui sozinho. Não posso falar por todos os que se divorciam pela segunda vez, mas no meu caso tive que lidar com uma sensação de fracasso e insucesso. Sim podem dizer, não fiquem só a pensar… sensação de incompetência, também. Esta foi a razão porque fui ao divã e que o divã não resolveu na prática, já que o estado civil do meu BI não me deixa mentir. Mas ajudou a resolver outras duas situações: saber lidar com a sensação de fracasso e incompetência, e saber lidar e proteger os meus filhos (todos, não só os do segundo casamento) face à nova situação com que todos nos deparávamos. Durante o processo do divã o meu pai resolveu partir, mas confesso que não dei uso ao divã por causa disso.

Não passo o divã a ninguém, que ao contrário da GJ, uma diabinha em pessoa, eu sou um anjo.

16.10.09

Bom fim-de-semana.


Foto: Outros Olhares

Contemplação.

Não sou contemplativo. Sei-o há muito. Os museus, por exemplo, foram um aliado precioso na compreensão desta minha faceta. Não me chega observar o belo, preciso de o sentir, preciso que se entranhe, que se apodere de mim. Acho que para ver o belo, preciso de o viver. Contemplar não me preenche. É como um prato bem confeccionado que nunca chegarei a saborear. Não me chega admirar o quadro ou a escultura. Posso apreciá-los, mas sinto que a plenitude do belo só chegaria se visse o artista a concebê-los e a executá-los. Se sentisse o calor da mansarda e vivesse o desespero do criador em cada pincelada ou contorno do barro. Não sou contemplativo. Não é a imagem do sol a tingir de vermelho o céu, ao pôr-se, que me faz vibrar. Não é o azul do mar que faz tomar-me de amores por ele. São a aragem soprada do dia a despedir-se e o calor que resta a afagar-me a pele, o cheiro a marzia, a areia a entranhar-se entre os dedos dos pés e as ondas a baterem-me no corpo, que me fazem viver esses momentos. Contemplar, para mim, é igual a pouco.

15.10.09

Nossa companheira inseparável.

Angie Stone

Partiu.

Partiu hoje. Partiu como nós dois queríamos que tivesse partido. Partiu sorrindo e acenando-me da porta de embarque. Partiu depois de nos termos rido os dois, enquanto esperávamos pela hora em que o abraço tomaria o lugar da espera. Partiu como se fosse até ali e voltasse no domingo. Partiu sem lágrimas. Partiu feliz, sentindo que o mundo a aguardava, num desafio incontornável e inadiável. Senti o abraço ainda mais forte quando lhe disse que tinha muito orgulho nela. Partiu confiante e corajosa, sem receio de me olhar e acenar uma última vez, com o mais belo sorriso do mundo. Partiu. Partiu e não consigo explicar, nem espero que alguém me entenda, que sou um pai feliz.

Foto tirada da net.

12.10.09

Porque hoje é segunda-feira.


As minhas actrizes favoritas:

Michelle Pfeiffer.

9.10.09

Bom fim-de-semana.


Foto: Outros Olhares

8.10.09

Meus companheiros inseparáveis (XVIII)

Alicia Keys

O que é nacional é bom (XVI)

Consta que terão origem no século XV, quando o açúcar, após a colonização da Ilha da Madeira, substituiu o mel na tradição gastronómica dos conventos. Com uma enorme e muito rica variedade, os doces conventuais podem variar consoante a região. Há quem se perca por eles, por isso devem ser bons. E são nacionais.

5.10.09

Porque hoje é segunda-feira.


As minhas actrizes favoritas:

Gillian Anderson

2.10.09

Bom fim-de-semana.

Foto tirada da net.

30.9.09

Meus companheiros inseparáveis (XVII)

Florent Pagny

O que é nacional é bom (XV)


São cerca de cinco milhões espalhados pelo mundo. Tenho um profundo respeito e admiração pelos nossos emigrantes. Pelas razões que, creio, todos sabemos, e mais alguma. São portugueses e consta que, na sua esmagadora maioria, são bons.

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