20.5.09

Contem-me (as) histórias.

Vibramos com o final das histórias. Deixamo-nos encantar, suspiramos, sorrimos, não contemos uma lágrima ou lavamo-nos nelas. Os finais das histórias definem o sucesso e o insucesso, as vitórias e as derrotas, a felicidade e o fracasso. Os finais das histórias marcam a nossa memória, que parece pequena para tantos finais de histórias em que nos revemos ou sonhávamos viver. E as histórias, a parte mais importante da história, fica tantas vezes esquecida, quantas as vezes que recordamos os seus finais. Afinal, o que nos diz um final? Pouco, por vezes quase nada. Mas é ele que, implacavelmente, fica para a história, apagando injustamente tudo o que se viveu, leu, viu ou ouviu, como uma onda bravia e descuidada no seu vai-e-vem, que apaga os vestígios de uma caminhada em que uma história foi contada nas pegadas que a areia desejava perpetuar. Temos a tendência, que o nosso lado humano tem defesas que a razão conhece, em não mais nos lembrarmos das histórias que vagueiam esquecidas entre as recordações da última palavra, da leitura da última página e do último encontro. As histórias e os seus finais fazem-me lembrar os defeitos e as virtudes. Eles gravam-se na pedra e elas escrevem-se na água.

11 comentários:

fugidia disse...

Hum... hoje não ESTAMOS mesmo em sintonia, safa! (risos abafados)
:-D

fugidia disse...

P. S. Diga lá, Mister diabinho: ficava ou não estranho dizer que não SOMOS sintonizáveis?!
Ai as palavras...
(fugindo) :-p

Mike disse...

(risos)
Primeiro desconversa e depois sai de fugida... sintoniquê?...isto está bonito hoje... :P

-JÚLIA MOURA LOPES- disse...

ai que eu puxo do meu Quintana e arrumo com ele di verdadi.

Querido Mike, gostei de o ler, gostei ainda mais porque me surpreendeu. há finais que estragam tudo o que se viveu, alguns estragam-nos a vida e a capacidade que temos pra acreditar que algo aconteceu de bonito.. pronto vou embora senão descambo.

Lucia Luz disse...

Há finais que são reticências. Prefiro esses aos da Julia.

mike disse...

Júlia, :)
Vá, pode ir para não descambar. Mas volte. ;)

mike disse...

Também há esses, Lucia. Tem razão. Eu continuo a preferir as histórias. :)

sum disse...

Não sou de dar razão de bandeja a ninguém, mas desta vez vá!! Também prefiro as histórias.
Gostei deste post Mike :))

Luísa A. disse...

Mike, dou-lhe razão no que toca à força das últimas impressões ou dos últimos factos. A própria História é normalmente reescrita pelos vencedores. E dos «nossos mortos», apressamo-nos a esquecer os defeitos. Se calhar, é por isso mesmo, porque a realidade das pessoas e dos factos nunca é verdadeiramente conhecida senão por quem a viveu, que aprendemos tão pouco com os chamados «erros» do passado.

cristina ribeiro disse...

É por isso que por vezes a memória é lixada, no caso de, como diz a Luísa, a história ser vivida na primeira pessoa, e não contada.

Mike disse...

Pronto Sum, vou considerar que me deu razão num pirex. (risos)
Obrigado. :)

A Luísa também me dá razão? E eu a pensar que este ia ser um post controverso. Está visto que estou a perder qualidades. ;D

E a Cristina também concorda comigo? Aiiii... querem ver isto?... (risos)

Arquivo do blog