28.6.08

Não nos deixemos ludibriar pela opinião.

Considera que não são as acções dos outros que nos perturbam, pois que pertencem ao domínio das suas vontades, mas a opinião que sobre ela formamos. Suprime-a, pois. Trata de anular o juízo que te deixa indignado e a tua cólera se desvanecerá. Como suprimi-la? Meditando em que não há nisso nada de vergonhoso para ti, porquanto se houvesse outra coisa, além do mal moral, que fosse vergonhosa, tu também cometerias necessariamente muitas faltas. Tu te tornarias um bandido, de qualquer maneira.

Acho que tens razão, Marco Aurélio.

11 comentários:

fugidia disse...

:-)
Palavras e imagem... na mouche!
:-)

ana v. disse...

Não somos responsáveis pelas acções dos outros, Marco Aurélio, nisso tens razão. Mas é impossível ignorá-las quando nos tocam e é a nossa reacção a essas acções que nos define, para o bem e para o mal.
Não foi sem reacções que governaste o teu império, pois não?...
;)

Anónimo disse...

Fugidia, Marco Aurélio também era sábio, um homem "batido"... :)

Anónimo disse...

Não poderei responder por Marco Aurélio, Ana, mas acho que, como diz, não foi sem reacções que governou o império dele. Mas não se deixando ludibriar pelas opiniões... :)

Luísa A. disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Luísa A. disse...

Meu caro Mike, a sobrevivência social tanto nos exige que tenhamos e manifestemos muitas opiniões sobre coisas frívolas, como que não as tenhamos, nem as manifestemos sobre coisas sérias. Neste caso, também para que não se pense que agimos com subjectividade. Mas nunca, realmente, o fazemos de outra forma... pois não? :-)

Anónimo disse...

Não, não o fazemos de outra forma, Luísa. :)

Cristina Ribeiro disse...

Hummm! Este Marco Aurélio era um imperador sábio ,mas falar, ou pensar, é uma coisa, e ter de viver com os outros e com as suas acções...
A estes sábios falta o pragmatismo, ou, no limite,fazem de conta que podem passar-lhe ao lado...

O Réprobo disse...

Meu Caro Mike,
o estoicismo está muito bem no que nos impeça de ser surprendidos por acções alheias, mesmo más. Mas nada nos deve diminuir a capacidade de julgá-las. A vida é julgamento.
Abraço

Anónimo disse...

Cristina, tanto quanto sei, apenas o pragmatismo não levaria Marco Aurélio a construir o império que construiu. Creio que ele preconiza pragmatismo quando atendemos às opiniões que formamos das acções dos outros. :)

Caro Réprobo, estamos de acordo quanto à capacidade de julgar as acções alheias. Mas tenho que concordar com Marco Aurélio quando nos faz crer que uma coisa é julgar as acções e outra é deixarmo-nos perturbar pela opinião que sobre elas formamos.
Abraço.

Cristina Ribeiro disse...

Aí é que bate o ponto, Mike; eu acho que ele só o conseguiu com pragmatismo- outra coisa é teorizar e filosofar...

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