26.6.08

Uma amizade antiga.

Os afazeres profissionais levaram-me ao Porto, a Invicta Cidade que sempre me recebeu de uma forma radiosa e sorridente. Conheço as quatro estações dessa cidade, o frio, a chuva, o vento, a neblina, a humidade desagradável, os dias de Primavera que me deixam de mau humor, os dias de Outono que me alegram. O Porto recebeu-me novamente com um sorriso, cálido, aberto, genuíno, próprio de uma amizade antiga que soubemos cultivar numa cumplicidade só nossa. A Ponte da Arrábida abre-me os braços num abraço fraterno e eu atravesso-a com um sorriso, deixando Gaia para trás e a caminho de Campo Alegre. Dificilmente consigo explicar este fascínio e, sobretudo, esta sensação de bem estar que o Porto desperta em mim. É porque não vives cá o ano todo, dizem-me alguns amigos. Pode até ser, costumo responder como o mesmo sorriso cúmplice com que atravessei a ponte para a margem norte do Douro. Considerar-me-ei um felizardo, então, por usufruir apenas do que é bom e da sensação sempre renovada de prazer que tu, oh Invicta, me transmites sem nada em troca pedires.

18 comentários:

fugidia disse...

:-)
Os meus irmãos mais velhos (5) vivem no Porto, Mike.
Adoraram África, têm saudades dela (eu, que fui a única que lá nasci, não tenho tantos sentimentos como eles por ela) e em Portugal só querem viver no Porto!
Sabe explicar-me porquê?
Eu não!
Gosto do Porto, mas gosto muito mais de Lisboa e sinto o Alentejo como a "minha terra".
:-)

Anónimo disse...

Hum... para quem nasceu em África, sentir o Alentejo como "nossa terra" é normal. Comigo acontece o mesmo. :)
Já o Porto, Fugidia, creio que não consigo explicar. É uma coisa minha, uma relação particular entre mim e a Invicta.

fugidia disse...

Pois, eles certamente também não devem saber...
(risos)

-JÚLIA MOURA LOPES- disse...

olha o malvado!!!

então veio ao Porto e nem disse nada?

nunca mais venho aqui :-(

Anónimo disse...

Mas eu continuarei a ir ao Porto, Júlia... (risos)

ana v. disse...

Também gosto muito de ir ao Porto, mas prefiro viver aqui. E não nasci em África mas adoro o Alentejo, onde já vivi por alguns anos.

Anónimo disse...

Ana, deve haver para aí uma costela de africano... (risos)

ana v. disse...

Ah, pois deve... e uma omoplata também!
;)

O Réprobo disse...

Pois cá vem mais um africano dizer bem do Alentejo, onde vivi 13 meses, na tropa que... adorei! Se um dia puder ter segunda casa, é lá.
Gosto do Porto, onde tenho bons Amigos, de que carrego o nome e que lamento por ter o FCP e idolatro por ter a Júlia...
É assim, temos de considerar o Passivo e o Activo.
Abraço e Beijinhos às Desconversadoras

Anónimo disse...

Caro Réprobo, o importante é que entre o Passivo e o Activo, seja este último o protagonista maior.
Abraço.

Luísa A. disse...

Também gosto do Porto, Mike. Não tenho dele nenhuma má memória, o que é notável, porque já lá vivi dias muito «quentes»! E o que há de sedutor no Alentejo das planícies ondulantes, como na África das savanas, é que é o que, em terra, mais se parece com o mar. :-)

Anónimo disse...

Luísa, cá me parece que também por aí haverá uma costela africana... ou será omoplata? :) :)

-JÚLIA MOURA LOPES- disse...

então eu sou do Activo, Paulo? :-)

Lindoooo!..:-)

beijo!

-JÚLIA MOURA LOPES- disse...

Mike eu tenho costela Africana, neta de avô africaníssimo e avó inglesa que morreu pedindo frutos tropicais e contando histórias de África.

Meu ex-marido nasceu em Angola e ainda frequentou faculdade em Angola, aliás voltou para lá há 6 meses...esse nunca deixou de viver o paradigma que é ter vivido lá.

Anónimo disse...

Júlia, não precisa de dizer mais nada. Isso não é uma costela e uma omoplata. É um corpo inteiro. :)
E não leve a mal o moço que esta coisa de África é um mal (?) que não tem cura. Um mal (?) pior que a poesia... (risos)

Corine disse...

...precisamente isso o que a passagem daquele rio nos faz sentir. Sou eu quando me sento algures na Foz...

Anónimo disse...

Corine, :)

Lina Arroja (GJ) disse...

O Porto abriga e agasalha, alimenta o coração, dá voz à alma e dá sentido ao dia seguinte.Passear na velha cidade e espreitar o rio que ali em baixo passa, lava os sentidos e devolve-nos as paixões.
É por isso que quem vem uma vez, nunca deixa de vir mais duas ou três. O Porto tem faceta de mulher e por isso tem de se sentir amada e conquistada à bela moda antiga.

Arquivo do blog