31.3.08

Vidas (I)

O sol começava a esconder-se por trás do mosteiro que se erguia majestosamente na praça principal da vila, anunciando o fim de mais um dia quente de final de Setembro. Mas o Verão teimava em ficar, desafiando o calendário das estações e do alto do campanário da velha abadia fundada pelos monges de cister no século XII, os sinos que marcavam há muitas gerações a vida local, preparavam-se para anunciar que a hora do jantar se aproximava. Mais um dia estava prestes a terminar na simpática, acolhedora, próspera e histórica vila de Alcobaça. Ela olhou-se ao espelho, ajeitou o cabelo e alisou o vestido que lhe assentava impecavelmente no corpo. Continuava bonita e não conseguia esconder a vaidade, apesar dos 40 anos se aproximarem mais depressa do que ela desejava. A maternidade e o passar dos anos tinham apurado as formas perfeitas de um corpo de menina e as feições aristocráticas de um rosto de pele branca, realçadas pelo cabelo claro e pelos olhos azuis quase transparentes, que ajudavam a vincar um ar doce e tranquilo, e onde as rugas teimavam em não aparecer.

6 comentários:

CPrice disse...

hum .. aventura-se nos contos Mr. Mike ? fico curiosa eu ..

José, o Alfredo disse...

Nos contos ou mesmo mais... cheira-me...

Anónimo disse...

Coisas antigas que são uma boa terapia, Once... (risos). Vamos escrevendo, um dia dá-nos vontade de postar, outros haverá que não e outros ainda haverá em que acharei que devo parar... por isso isto é uma desconversa pegada (mais risos).

Anónimo disse...

São mesmo apenas histórias, oh josé... como dizia, não passa de uma boa terapia ;)

cristina ribeiro disse...

Então faça o favor de continuar com a terapia, porque não só lhe faz bem, como a gente gosta...

Anónimo disse...

Cristina, :)

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