Gosto das noites escuras, escuras como o breu, noites sem luar mas de céu estrelado, cristalino, como a noite de Sábado no Alentejo. Referem-se por vezes a ele como profundo. Profundo ou não, é bom, faz bem, é simples, despojado e amplo, inóspito e protector. À memória vieram noites de África no mato, ainda mais escuras, sem as luzes espaçadas do casario ao longe. Até a palmeira solitária e deslocada parecia querer dar-me as boas vindas e desejar-me uma boa noite de sono com as longas folhas pinadas agitadas pela brisa marítima. Gosto do som do ranger das botas na terra seca e do silêncio da noite no campo, quebrado apenas pelos murmúrios dos pequenos animais ou pelo ladrar longínquo dum cão. Gosto das noites escuras ao abrigo do vento que se faz sentir e ouvir. Sei que gosto do Alentejo à noite.
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2 comentários:
gosto tanto
do alentejo
do som
das arvores
perdidas
do cheiro
dos campos
perdidos
das palavras
dos amigos
gosto tanto
no meu alentejo
perdido
Também gosto do teu Alentejo perdido, para o encontrar e chamá-lo igualmente meu... ;)
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