27.3.08

This is art.

Depois de inúmeras correrias a caminho do aeroporto, ainda o sol preguiçoso começava a dar os primeiros sinais de vida, e do Charles De Gaulle em direcção ao escritório em Paris, apressando o taxista que fazia de conta não os ouvir, e sem tempo para respirar antes das apresentações aos clientes, um dia prometeram-se mutuamente que as correrias deviam ter um fim. Não um fim triste mas feliz. Mereciam ou não mereciam? Claro que mereciam! Mereciam ir de véspera e desfrutar o que Paris tem de melhor quando o sol se põe. Começar por relaxar no hotel, jantar bem em bons restaurantes, conhecerem as melhores e mais afamadas casas nocturnas da Cidade Luz, até se sentirem anestesiados, para usar um termo carinhoso e apropriado, que as reuniões eram no dia seguinte. E dia seguinte, quer se queira quer não, significa depois. E amanhã é ou não é outro dia? É sim senhor! Numa dessas noites, encostados ao balcão dum Horse que há muito tempo que é Crazy e deliciados com o espectáculo, um deles não se contém e confessa ao amigo a sua estupefacção perante tanta e deslumbrante nudez. O amigo, sem tirar os olhos do palco e depois de levar calmamente o copo à boca saboreando o ambiente, segreda-lhe... isto não é striptease, isto é arte. Essa noite foi a confirmação que as correrias tinham chegado ao fim. E tinham conhecido um final feliz.

3 comentários:

José, o Alfredo disse...

E como seria bonito se esses dois amigos se reencontrassem antes do fim...

Anónimo disse...

Seria sim senhor...

José, o Alfredo disse...

Se não se reencontrassem seria verdadeiramente triste. Já estou a antever esse amigo, não com um copo na mão, mas com um garrafão. Um autêntico farrapo humano, destroçado, incapaz de apreciar a arte e a própria vida... uma miséria...

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