12.12.10

PIB

Ouvi há dias na rádio (RFM), num daqueles momentos em que nos convidam a reflectir, algo muito curioso sobre o PIB. Algo mais ou menos assim: um país e um povo que mede a sua riqueza apenas e só pelo PIB, não vai no bom caminho e precisa rapidamente de se reencontrar. Concordei em silêncio.

28.11.10

Parabéns filha.



Há mais de um ano que foi para longe e há mais de um ano que não nos abraçamos. Ficámos os dois a saber o significado de antípodas, para além do que nos dizem os livros. Estamos mais longe, mas não estamos menos próximos. Hoje (lá onde ela está é quase amanhã), faz 26 anos. Hoje é o dia de aniversário da minha menina mais velha.
(Um dia destes voltarei aqui para vos falar da experiência dela).

23.11.10

Ainda sobre o dinheiro e a dignidade.

Comecemos por esta definição, antecipando parte da resposta ao comentário da Luísa e que, à falta de melhor evite apreciações subjectivas. É, com base nesta permissa, que elaboro as minhas respostas.

“Dignidade é a palavra que define uma linha de honestidade e acções correctas baseadas na justiça e nos direitos humanos, construída através dos anos e criando uma reputação favorável ao indivíduo. Respeitando todos os códigos de ética e cidadania e nunca transgredindo-os, ferindo a moral e os direitos de outras pessoas”.


Sobre a possibilidade de um comprar a outra, sou levado a concordar, infelizmente, com a Dreamer. E a dizer à Sum que continue a ser menina, esperando que possa e consiga continuar a sê-lo. Quanto ao benefício da dúvida, e como em tudo na vida, claro que só compra a dignidade de alguns. E é preciso que a tenham para poder ser comprada. Que tal assim, Sum? Rita Vasconcelos, se me permite vou discordar: compra ambos, silêncio e dignidade, entre outras coisas. Ah, GJ, o seu comentário daria pano para mangas, Colega. Concordo que não compre savoir-faire, gentileza ou sabedoria. Mas quanto a dignidade, minha cara GJ, estamos em desacordo. Atente na definição. Luísa, não pude deixar de me rir com o seu comentário sobre o monante. Que negociadora, me saiu a senhora!

Perante esta definição, da qual poderão discordar, nos tempos que correm e para quem o verbo e o acto de decidir são exercidos para além do campo teórico, continuo a achar que sim, que um compra a outra. Infelizmente!

22.11.10

Dinheiro compra dignidade?

Claro que compra!
(Infelizmente)

16.11.10

Acerca de comboios.

Também gosto de comboios, apesar de nunca ter chegado a estabelecer uma relação que possa ser apelidada de paixão. Fiquei a pensar, depois de um excelente texto da Luísa, o que nos poderá levar a relacionarmo-nos de uma forma para além da funcional, com alguns meios de transporte. Deve ser, porventura, por causa das sensações que cada meio de transporte nos transmite. E do que nós próprios somos. Os comboios, neste caso, creio serem os responsáveis por um conforto que vai para além do funcional, bem como uma sensação de segurança e de nos manter os pés bem assentes no chão. Ou as rodas nos carris, se bem me entendem. Resumindo, comboios significam conforto, segurança e uma sensação terrena. Tem a ver comigo, sem dúvida. Mas também me ajuda a explicar porque é que gosto mais de motas.

14.11.10

Poder, sexo e dinheiro.

Está a escapar-me alguma coisa ou são estas três, vamos chamar-lhes coisas, que regem na realidade as nossas vidas? Podemos sempre acrescentar “bem exercido” ao poder e “bom” e “muito” ao sexo e ao dinheiro. Respectivamente, claro. Também me lembrei de outras coisas, mas… vá, deixemo-nos de coisas.

O business e a vida.

Entre cenários de crise em que os gestores são postos à prova, num equilíbrio por vezes instável entre convicções, princípios e deveres; entre reuniões com interlocutores a quem os números tornam implacáveis personagens; entre viagens em que mesmo acompanhados, a solidão se mantém como fiel companhia; entre tudo isso, tive o privilégio de conhecer melhor o Otto. Já o conhecia mas mal me lembrava dele. Depois da última reunião e antes de apanhar o voo de regresso a Lisboa, fui até casa do Otto. Um lugar simples mas impressionante. Mas não foi esse lugar, ou mesmo a história da vida dele e da sua família, que me deixaram a pensar. Foi o que ouvi dele, pouco antes de me despedir do lugar, e já na rua enquanto acendia um cigarro e esperava que um táxi passasse e me levasse ao aeroporto. Dizia o Otto, de uma forma serena, que a maior parte dos pais não conhece os seus filhos. Ele, que privou com a filha durante anos, os últimos dos quais muito difíceis, e até que os campos de extermínio de Auschwitz e Bergen-Belsen fizessem, dramaticamente, parte das suas vidas, só soubera quem era a sua filha Anne depois de ler o diário que durante anos, e depois da sua morte, recusara sempre ler. “For me, it was a revelation. There, was revealed a completely different Anne to the child that I had lost. I had no idea of the depths of her thoughts and feelings.” O business levou-me, uma vez mais, a Amsterdão e foi o business que me levou até casa do desconhecido pai da menina eterna que escreveu um famoso diário. O business transportou-me, (ou devolveu-me?), desta vez e sem que ambos tivéssemos previsto, para a vida real. Tão cedo não esquecerei as palavras do Otto. Logo eu, que sou pai de quatro filhos.

1.10.10

Bom fim-de-semana.

Foto: Olhares

26.9.10

Comigo, aos cinquenta, é o contrário.

É normal ouvir dizer-se, eu próprio o disse várias vezes, mas há uns anos atrás, "queria ter vinte anos e saber o que sei hoje". Comigo é exactamente ao contrário. Gostaria de ter sessenta e cinco anos e queria lá saber o que sei hoje.

Bom fim-de-semana.

22.9.10

Pois tenho.

Tenho um bom filho. Um bom menino. Menino que é como quem diz, que já vai a caminho dos vinte e dois anos. Há muito que queria dizê-lo, escrevê-lo. Companheiro de vida. Gosto deste meu filho que comigo vive nesta casa, que agora nos parece grande e de quem tão pouco dou a conhecer. Tenho um bom filho. E sorrio ao dizê-lo. Apeteceu-me escrever, assim, simplesmente, e sem muitas palavras. Por não sentir falta delas, bastando-me o que sinto. Tenho um bom menino. Pois tenho.

19.9.10

Os espanhóis têm razão.

A credibilidade do futebol português é igual a zero. Depois do presidente do orgão máximo do futebol ter afirmado que a equipa portuguesa tinha capacidade para jogar em automático (com os resultados que se conhecem) e depois da novela Carlos Queiroz, faz uma enorme maldade ao profissional português com maior reputação internacional, ao fazer a disparatada proposta a José Mourinho. Espero que o Real Madrid diga que não. Eu diria que não, sem hesitar. É lata a mais e impunidade a menos.

Nós...

... hoje fizemos as perguntas que devíamos ter feito um ao outro quando nos conhecemos. E rimo-nos. Com as respostas e um para o outro. Hoje não era um dia especial. Passou a ser. Para nós.

9.8.10

3.8.10

Eu e a mais nova gostamos.



Robin Stone, mais conhecida por Robin S, quarenta e oito anos anos, avó de 5 netos e uma das rainhas da dance music. Não só porque é Verão, mas porque eu e a mais nova curtimos a batida de Show me love, um êxito com mais de 16 anos que continua a arrasar as pistas de dança.

1.8.10

Criatividade, ou...

Há dias, depois de várias tentativas em vão para entrar em contacto com a mais nova pelo telemóvel, a conversa ao chegar a casa foi breve e desenrolou-se assim:

Olha lá menina, porque tens o telemóvel desligado?
Tirei o cartão, pai.
E porque raio tiraste o cartão, podes explicar-me?
Para tocar guitarra... é que não encontro a minha palheta.
(...) ?!?!?!?! (...)


Fui ao quarto do mais velho buscar uma palheta de estimação, que me foi oferecida pelo Jorge Ben Jor, e entreguei-a explicando-lhe quem fora o dono da palheta. Sorriu, agradeceu-me, colocou o cartão no telemóvel e continuou a tocar guitarra, feliz, como se nada tivesse acontecido. Criatividade ou um pai a tentar entender-se com uma filha pré-adolescente? Estou pronto a escutar opiniões dos mais diversos quadrantes.

31.7.10

Está calor!

Gosto.

Gostei dela no primeiro encontro. Do sorriso luminoso, do olhar irrequieto, do rosto bonito e sereno, da gargalhada descontraída. Gosto dela. Gosto mais dela hoje do que gostava ontem. E é bom sentir que gostarei mais dela amanhã do que gosto hoje. Gosto mesmo dela.

30.7.10

Amigos de infância.

Três amigos de infância. Amigos de uma infância africana, numa Angola distante mas presente. Uma amizade construída entre pescarias, patifarias e travessias secretas de uma baía num barco rústico de bimba, só mais tarde confessadas aos progenitores. Sem data para se encontrarem, passam-se anos sem se verem ou falarem. Quando se encontram é como se tivessem estado juntos no dia anterior. E quando se separam não marcam o encontro seguinte. A conversa é de hoje, não de ontem, versa o presente e o futuro, e muito raramente o passado. Um passado que está lá, mas não torna o encontro nostálgico ou saudosista. Gosto dos almoços destes três amigos de infância. Gosto destes dois meus amigos de infância.

Bom fim-de-semana.


Este fim-de-semana está a apetecer-me pôr a criançada em cima da prancha...

... a criançada e não só.

29.7.10

A propósito de apreciações enigmáticas...

... venho aqui falar de uma actividade que me está próxima, tal como a caça, mas à qual não me tenho dedicado, já faz tempo. E como pescas há muitas, fiquemo-nos pela pesca à linha. Essa mesmo, com linha e anzol e que ainda é uma das principais formas de capturar peixe. Lembro-me de acompanhar o meu pai e o meu avô à pesca, desde menino de tenra idade. E é impossível esquecer-me dos tempos em que pescava nos esporões que entravam pelo mar revolto, ou no velho pontão de tábuas gastas e carcomidas que, timidamente, avançava pelas águas calmas da baía. E também sei porque a caça foi ocupando o lugar da pesca, na minha vida. A pesca é, pelo menos para mim, e arrisco-me a dizer para a maior parte dos pescadores que conheço, um acto de solidão. Momentos de silêncio e que nos trazem paz, momentos de poesia serena. Que nos convidam à introspecção, ao pensamento livre, apenas com as rédeas que quisermos ou formos capazes de lhe impor. Momentos de quietude, de contemplação e de cumplicidade com o peixe que jamais chamamos presa. Sim, na pesca submarina é diferente, mas também por isso lhe chamamos caça submarina. Na pesca que conheço, mesmo quando não estamos sós, o silêncio impera a maior parte das vezes. E quando esse silêncio é quebrado, é expectável que o seja com um tom de voz baixo e pausado. Apenas ao som do mar é permitido quebrar esse silêncio, sem que se quebrem os momentos de paz, introspecção e contemplação. Lembrei-me da pesca, a propósito de apreciações enigmáticas que se arriscam, porém, a verificarem-se equivocadas.

25.7.10

Colocaram um pecado capital no meu caminho.


Foi, definitivamente, a preguiça que se apoderou de mim. Por mais justificações, todas elas soando plausíveis, que dê a mim próprio sobre o meu afastamento da blogosfera, como por exemplo, a anormal carga de trabalho, a consequente falta de tempo e uma criteriosa redefinição das prioridades quotidianas, a preguiça desempenha um papel muito importante. Também há o cansaço e, como me dizia alguém há dias, quando estamos cansados, o corpo deixa de ser um instigador para passar a ser um mero executante. A mente, essa orienta-nos inteligentemente para o que deve e não para o que pode ser feito. Pelo menos a minha, e considero-a amiga. Mas a preguiça, que sempre considerei uma inimiga a combater ferozmente, foi posta, com argúcia, pela minha mente no meu caminho. Disse-me ela, a mente, quando discutíamos o assunto, naqueles momentos de solidão e silêncio de que falam, e melhor escrevem, a Luísa e a GJ: estás com problemas por ser um pecado capital? queres que te relembre outro que tenhas já cometido para te atenuar a culpa? não, obrigado, deixa estar assim, que há uns mais capitais que outros! e pelos vistos estás a lidar mal com a indolência… lido mal com ela mas neste caso está a saber-me bem… então porque não deixas que a preguiça se atravesse no teu caminho? é por causa da negligência? por teres pessoas que te querem bem e para quem o teu silêncio pode causar preocupação? também, creio que é principalmente por isso! então escreve, disse-me a mente, escreve sobre a preguiça. De caminho, porque é de caminhar que se trata, e me é imposta uma certa terapia por quem me ama, deixem que vos diga que já nem estou certo que este texto faça sentido ao falar de preguiça, de tão doridos estarem os meus gémeos e tão moídas estarem as minhas virilhas. Que raio de terapia esta, que transforma a areia molhada da praia quando o dia ainda é uma criança, em inimiga dos membros inferiores de um rapaz que já passou meio século de vida? Um dia destes pego na minha terapeuta e atiro-a, delicadamente, claro, para cima da prancha. Só para ter o prazer de ver o feitiço a virar-se contra a feiticeira.

Raios! Que o calor desperta em mim o pecado.

Mulher, está a apetecer-me melancia! Será gula?
Pode até ser, mas este calor e com este desejo irresistível de melancia, não só não evito, como me apetece pecar.

4.7.10

Programa familiar.

Foi bonita a 8ª Gala de Boxe Olímpico, com o Pavilhão Casal Privilégio engalanado para receber inúmeros apoiantes e apaixonados pela nobre arte. O orgulho do meu irmão, escondido com dificuldade, tinha origem no facto de ser o treinador de alguns dos atletas que representavam o nosso clube e não por ser o gerente de algo que inicialmente não passava de um velho barracão e hoje é, depois de esforços incalculáveis e de uma dedicação extrema, um respeitável clube de boxe amador da Grande Lisboa. Estou certo que é com muita dificuldade e hercúlea compreensão que alguém possa entender a ida a uma gala de boxe amador como um programa familiar. Mas foi assim ontem, com três gerações sentadas na primeira fila. A minha mãe nunca foi e não é agora, aos oitenta e dois anos, que se irá tornar apreciadora. Mas sente que cumpre uma missão, ao apoiar um dos filhos. Eu não, eu sempre fui fã mesmo de antes de praticar. Para o mais novo foi a sua estreia de boxe ao vivo, aos cinco anos. E gostou, principalmente quando pediu dois pares de luvas ao tio e subiu com o pai ao ringue, depois da gala ter terminado e o pavihão ser só nosso. Gosto de boxe, principalmente de boxe amador. Mas isso não interessa agora. O que importa é ter gostado de rever o Pelé, um dos meninos que "tirámos da rua". Venceu o seu combate e teve uma performance fantástica (está a combater muito bem o miúdo). Foi gratificante constatar que se mantém humilde e respeitador e sentir o meu momento de orgulho silencioso e solitário quando me disse que tinha passado o ano com muito boas notas. Afinal... afinal ainda há esperança.

3.7.10

Bom fim-de-semana.


Estes votos de bom fim-de-semana têm uma dedicatória especial à Luísa, a quem algo prometi e não cumpri.

(Foto tirada das traseiras da nossa nova casa "pé na areia" num momento em que fechámos os miúdos na cozinha)

1.7.10

Esperança (ou a falta dela).

Ainda sobre Luanda, apesar de ter dito que não haveria muito mais a dizer sobre a minha breve estadia nessa imensa e desordenada metrópole africana. Em Luanda vê-se e convive-se com a pobreza. Uma pobreza visível e assumida que, inevitavelmente, nos incomoda e faz-nos pensar. Diferente da nossa, que é uma pobreza envergonhada, complexada e escondida, a acreditar nos últimos estudos que apontam para números preocupantes que revelam o facto de 50% dos portugueses viverem abaixo ou no limiar da probreza. Dizia-me há tempos alguém que divide o tempo lá fora e cá dentro, que quando chega a Portugal, não fosse o desejo de estar com a família, iria de imediato das “chegadas” para as “partidas” sem sair do aeroporto, por sentir o país cada vez mais deprimido e depressivo. Mas voltemos a Luanda e aos seus habitantes. Porque se riem eles e se mostram optimistas se são na sua maioria pobres e enfrentam problemas básicos, muitos deles para nós já há muito ultrapassados? Creio, e não encontro outra razão, que é por terem esperança, viverem com ela. E esperança, ou a falta dela, não tem a ver apenas com pobreza, pois não? É caso para dizer que a pobreza é quase toda igual, mas esperança, uns têm-na e outros perderam-na ou vivem o sentimento de estarem a perdê-la (não sei o que é pior). Talvez tivesse sido, também isso, que me fez sentir estar numa cidade onde as coisas estão a acontecer e se vive um clima de optimismo, apesar de tudo.

A imagem foi escolhida em agradecimento à GJ, autora do texto "Pontos de encontro".

28.6.10

Fiquei feliz, mas não surpreendido.

"O P. termina o ano com muito bom aproveitamento. Continua muito interessado e trabalhador. Gosta muito de desenhar, é bastante pormenorizado nos motivos e harmonioso na escolha das cores. É meigo e bastante sensível. Às vezes também gosta de fazer as suas 'marotices'." Confesso que não fiquei surpreendido com o relatório escolar do mais novo. Esse é o filho que conheço.

Regresso à terra.

Não posso dizer que conheci a “nova” Luanda. Voltei lá trinta e cinco anos depois e estive muito pouco tempo. Luanda intrigou-me. Não consigo deixar de desapontar todos os que me questionam, emocionadamente, sobre este meu regresso a Angola. E sei que decepcionarei os que me lerão. Lembro-me bem do dia em que cheguei, de madrugada, sobrevoando uma cidade já acordada e em ebulição, com as avenidas repletas de carros, em filas intermináveis. Não senti nervoso miudinho, pelos eriçados nos braços, ou o coração a bater descompassadamente. Atravessei a cidade sem que ponta de emoção se apoderasse de mim, apesar do meu sentido de observação estar anormalmente apurado. Não fiquei abalado com a manifesta falta de cuidado das ruas, passeios e canteiros, mas chocou-me o estado de preservação (ou falta dela) dos prédios. É isso, concluí depois de pouco tempo, o problema está na vertical, não na horizontal, o que nos choca são os prédios, não o que os nossos olhos vêem nas ruas. A minha estadia foi de trabalho, muito trabalho e pouco, quase nenhum lazer. A influência que esse aspecto tem na nossa apreciação é considerável ou mesmo decisiva. Estou certo que voltarei mais vezes e nesses regressos procurarei dosear o tempo dedicado ao trabalho e ao lazer. Mas querem mesmo que vos diga o que senti em Luanda? Senti que tinha chegado a uma cidade onde estão acontecer coisas, onde se sente vida, onde um optimismo inexplicável, transmitido por uma população jovem, nos invade. Sim, é isso, porquê procurar mais palavras bonitas? Estou certo que Luanda é uma cidade que, actualmente, tem tudo para chocar "culturas europeias", mas senti que as coisas estão a acontecer. Ao contrário da cidade que me acolheu quando regressei, que, mais do que nunca, me pareceu suspensa. Suspensa no tempo, nas decisões não tomadas, no optimismo eternamente adiado, suspensa num fado que gostamos e de que não queremos vermo-nos livres. Suspensa, sem que nenhum de nós saiba explicar porquê. Foi esse o sentimento que ficou neste meu regresso à terra de lá e, já agora, à terra de cá. Não sei se voltarei a escrever sobre este meu primeiro regresso à terra. África, Angola, Luanda, não se descrevem em palavras como a Europa, França e Paris, por exemplo. Quem lá viveu sabe do que estou a falar. Creio que preciso de reviver mais Luanda para poder escrever sobre ela. E, já agora, ir ao Lobito, essa sim, a minha terra. Ah, quase me esquecia, irei formalizar o meu pedido de nacionalidade angolana.

5.6.10

Bom fim-de-semana.

Baía Azul (Benguela)

1.6.10

Um medicamento muito antigo: homem.

INDICAÇÕES: Homem é recomendado para mulheres em geral. Homem é eficaz no controle do desânimo, da ansiedade, irritabilidade, mau-humor, insónia, etc. POSOLOGIA E MODO DE USAR: Homem deve ser usado pelo menos três vezes por semana. Não desaparecendo os sintomas, aumente a dosagem ou procure outro. Homem é apropriado para uso externo ou interno, dependendo das necessidades da mulher. PRECAUÇÕES: Mantenha longe do alcance das amigas. Manuseie com cuidado, pois o Homem explode sob pressão, principalmente quando associado a álcool. É desaconselhável o seu uso imediatamente após as refeições. APRESENTAÇÃO: Mini, Midi, Plus ou Super Mega Maxi Plus. CONDUTA DE OVERDOSE: O uso excessivo de Homem pode produzir dores nas ancas, dores abdominais, entorses, contracturas lombares, assim como ardor na região pélvica. Recomendam-se banhos de assento, repouso, e contar as vantagens à melhor amiga. EFEITOS COLATERAIS: O uso inadequado de Homem, pode acarretar gravidez e acessos de ciúmes. O uso concomitante de produtos da mesma espécie pode causar enjoo, fadiga crónica e, em casos extremos, lesbianismo. PRAZO DE VALIDADE: O número do lote e a data de fabrico, encontram-se no bilhete de identidade e no cartão de crédito. COMPOSIÇÃO: Água, tecidos orgânicos, ferro e vitaminas do complexo P. CUIDADO: Existem no mercado algumas marcas falsificadas, a embalagem é de excelente qualidade, mas quando desembrulhado, verifica-se que o produto não fará efeito nenhum, muito pelo contrário, o efeito é totalmente oposto, ou seja, além de não ser eficaz no tratamento das mulheres, podem agravar os sintomas e até inibir o efeito do medicamento correcto. INSTRUÇÕES: 1 - Ao abrir a embalagem, faça uma cara neutra: não se mostre muito empolgada com o produto. Se fica muito seguro de si, o homem não funciona bem. 2 - Guarde em local fresco (homem fedorento não está com nada) e seguro (não se esqueça que ele é o sexo frágil). 3 - Mantenha-o fora do alcance daquela vizinha loira e sorridente. Ela pode danificar o seu produto. 4 - Para ligar, bastam uns beijinhos no pescoço pela manhã. Para desligar, providencie uma noite de sexo. Ele dorme que nem uma pedra e não diz nem boa noite (falta de educação é um defeito de fabrico). 5 - Programe-o para assinar os cheques sem fazer muitas perguntas. 6 - Carregue as baterias três vezes por dia: café da manhã, almoço e jantar. Mais do que isso provoca pneuzinhos indesejáveis. 7 - Em caso de defeito, algumas tácticas costumam dar certo: comece por esconder o comando da televisão. Se a falha persistir, cancele o futebol do fim-de semana e as imperiais com os amigos. Mas se o problema for grave mesmo, é preciso tratamento de choque: a única solução é greve de sexo. 8 - Coisas que ele sabe fazer bem (mudar lâmpadas, abrir latas em geral, trocar pneus, carregar malas, pregar pregos na parede, trocar torneiras, chuveiros, etc ) devem ser estimuladas. ATENÇÃO: Homem não tem garantia e todas as espécies são sujeitas a defeitos de fabrico, como deixar a toalha molhada na cama, urinar na tampa da sanita, deixá-la levantada, desarrumar, espalhar as coisas, criticar, reclamar, auto-exaltar-se, beber demais, esquecer-se de datas de aniversário, ressonar, etc. Não existe conserto. A solução, até à data, é ir trocando até que se descubra a fórmula ideal.

24.5.10

22.5.10

Reavivou-se a ideia dos frangos.












Tudo por causa de uma CEO Worldwide Conference. Uma boa conferência, devo dizer. Haja quem tenha uma visão para o futuro e aponte um caminho e, não menos importante, partilhe o que fazer e como fazer, para percorrer esse caminho, coisas que, aqui por estas bandas, têm andado arredadas há muito do nosso horizonte. Adiante, que descobri uma cidade que me seduziu. Uma cidade que, logo no percurso do aeroporto para o novo e moderno centro, erigido por causa dos Jogos Olímpicos de Inverno, se respira qualidade de vida. Ou não fosse Vancouver classificada como “a cidade mais habitável” do mundo há mais de uma década. Situada na longínqua costa oeste do Canadá, os seus habitantes têm o privilégio de estarem a menos de meia hora das estâncias de ski no Inverno e levarem ainda menos tempo para disfrutarem das praias no Verão. Agradou-me sobremaneira a ideia. Como me agradou a sensação de conviver com uma sociedade multicultural, tolerante, educada, jovem, respeitadora e trabalhadora. Viver em Vancouver é uma experiência que os seus habitantes não estão dispostos a trocar. Percebe-se porquê quando lá estamos. As fotografias que acompanham este texto falam por si e serão a mais as que possam descrever o que poderá significar essa experiência. Como não vi concorrência à altura quando de frangos assados se trata, a ideia de os assar e vender em Vancouver reavivou-se. E, já agora, espero que estejam a ter um bom fim-de-semana.

20.4.10

Rua Latino Coelho, 1, Lisboa. A melhor vista panorâmica de Lisboa.

Acedi ao convite sem hesitar. O espaço está lá há muito tempo mas esquecemo-nos que, provavelmente, é a melhor vista panorâmica de Lisboa, fazendo jus ao nome do restaurante. Uma vista deslumbrante, em que o casario se estende, ondulante, parecendo ter vida própria, numa vénia prolongada ao rio que o acolhe, sorridente, com uma cumplicidade rara e num caleidoscópio de cores que, segundo dizem, apenas Lisboa nos consegue oferecer, principalmente quando nos encontramos no tôpo do Hotel Sheraton. O Panorama está diferente. Mais descontraído, mais arejado e mais cosmopolita, predominando um ambiente casual chique. Almocei muito bem e apreciei a lounge music que nos acompanhou à refeição. Aderi ao peixe do dia, garoupa, seguindo o conselho do chef, muito simpático, e com quem tivemos a oportunidade de trocar impressões gastronómicas por breves momentos. Abri as hostilidades com uma heresia e encerrei-as da mesma forma. Bebi cerveja ao almoço, contrariando o conselho da Cila do Carmo, que teve a amabilidade de fazer o convite, e dispensei os deliciosos pastéis de nata à sobremesa. Reavivou-se um magnífico espaço, outrora esquecido, e que reúne os principais elementos para uma excelente refeição.

Sugestão: a galeria de fotos do site do Hotel não faz, nem de perto, nem de longe, jus à vista deslumbrante de que podemos desfrutar no Panorama. Eu corrigiria esse “detalhe”.

18.4.10

Bom fim-de-semana.

Foto: Luísa (Nocturno)

7.4.10

O Clero em apuros com o aumento do risco de enfartes?

Evito o mais possível os temas Igreja e Clero por razões que não sou obrigado a explicar. Mas hoje, ao ler uma notícia, não pude deixar de sorrir angelicalmente e de fazer uma associação ao Clero. O título da notícia diz que sexo a dobrar diminui o risco de enfartes. O desenvolvimento do artigo garante que é oficial e está comprovado cientificamente. Os homens que praticam sexo pelo menos duas vezes por semana têm 45% menos probabilidades de desenvolver doenças cardíacas do que aqueles que o fazem apenas uma vez por mês. Num primeiro momento ainda pensei que estivesse alguma marca de preservativos por trás da questão ou, porventura, um laboratório que tenha feito avultados investimentos em investigação na criação de uma espécie de aspirina mais leve, que suportasse algumas desculpas de ocasião. Confesso que foi um pensamento fugaz num primeiro momento, porque de imediato pensei no Clero. E no facto de poder estar em apuros com uma coisa séria como são os enfartes. E, confesso, também pensei em mim. É que o risco destas coisas nefastas acontecerem, segundo dizem, aumenta exponencialmente nos homens a partir dos cinquenta anos, o que significa que tenho que me acautelar. Assim como assim, e como sempre ouvi dizer, antes dois pássaros na mão que um a voar, não acham?

2.4.10

Bom fim-de-semana.

Foto: Olhares

1.4.10

Então está bem, pronto.

O desemprego chega a índices nunca atingidos nos últimos anos. Mas estamos a atingir o nível máximo, diz um porta-voz do governo. Ah, pronto, então fico mais descansado. As histórias de trocas e baldrocas multiplicam-se: cursos e diplomas, Freeports, PT, TVI, escutas, concursos públicos e agora submarinos. Mas nada disso foi provado. Ah, pronto, então desculpem-me. Também há salários milionários em Portugal, um país pobre. O presidente da EDP (por acaso uma pessoa que considero competente) aufere uma remuneração, entre fixa e variável, de oito mil e quinhemtos euros por dia. Claro, Mike. Estavas à espera de quê, se um jovem administrador nomeado pelo Estado para uma empresa que presta um serviço público auferia dois milhões e meio de euros por ano? Ah, pronto, então está bem, tudo faz sentido, agora. A CGD já “meteu” no BPN três mil milhões de euros, ou seja, 50% do seu capital social, e o presidente assumiu não ter um plano para a venda do BPN, nem temporalmente, nem faseadamente. Ah, pronto, então há que esperar, talvez quando o dinheiro lá “metido” forem dez mil milhões alguém se preocupe seriamente com o assunto. Ou com o facto dos responsáveis por uma gestão danosa nesse Banco terem recebido bónus referentes a 2009. Quem me dera que hoje fosse dia 1 de Abril, Dia das Mentiras. Ah é dia 1? Então está bem, pronto.

30.3.10

Fifties.

Tive quase todas as pessoas que queria que estivessem comigo. Digo quase porque faltou a mais velha, que às oito da manhã se preparava para ir apanhar ondas no mar da longínqua Austrália. Tive direito a uma muamba autêntica, com pirão e tudo. O mais velho esmerou-se na cozinha e um esplêndido arroz picante foi servido ao jantar. A "pensão estrelinha" tem novos hóspedes esta noite. Aos filhos juntaram-se a sobrinha, uma amiga da mais nova e a minha mãe. Dormem todos cá em casa hoje. A ti, que és especial e única, tudo agradeço. O momento especial e a muamba também. Amanhã será um dia como outro qualquer, apenas o primeiro depois dos cinquenta.

28.3.10

Sobre o Dia do Pai.

O Dia do Pai já passou. Não sou muito ligado a dias destes, impostos. E hesitei em escrever e tornar público este texto. O que me levou a fazê-lo, confesso, foi o facto de ter sido surpreendido, eu que até nem gosto de surpresas, pela manifestação da minha mais nova de onze anos. Uma menina independente, de nariz demasiado empinado para meu gosto, de resposta também demasiado solta e pronta e que me prova, diariamente, que a minha paciência já não é a mesma. Enviou-me este e-mail (os tempos modernos não perdoam) quase sem erros, o que já não é nada mau. Após autorização prévia dela, passo a partilhar convosco.

Pai, um obrigada não chega. Alimentaste-me, ensinaste-me, educaste-me, e nos muitos momentos em que eu estava em baixo e prestes a chorar, tu estiveste e sempre estáras lá presente para me apoiar e para me fazer sorrir. Ninguém é como tu . A paciência que tens para mim e para os meus dramas, é mesmo GIGANTE. Não sei como não te cansas de mim. Acho que não conseguiria encontrar um melhor pai que tu. Ya, és bué chato e por vezes, um bocadinho cansativo, mas acho que mais nenhum pai conseguiria fazer o que fazes, ter a paciência que tu tens. Os nossos risos e loucuras, vão ficar para sempre comigo, até ao fim dos meus dias :)
Por vezes , quando vens com a cena dos beijinhos e do " gosto muito de ti" eu digo para me deixares e isso, mas é mesmo porque estás a ser chato. Porque apesar de dizer isso, não quero que vás embora. Se isso acontecesse, sinceramente, não aguentaria. Não passei o Dia do Pai contigo, mas sei que estás a sorrir agora. :-p
Beijinhos, :-)


Achei curiosa a utilização dos verbos alimentar, ensinar e educar no passado. Deve-se achar já muito crescida, é o que é. E respondi-lhe que a minha paciência não era gigante, antes infinita, safa! E que se ela não sabe como não me canso dela, é porque não está atenta.

O mais novo fez um um cartão na escola, que me entregou com um abraço. Reza assim o texto: Para o meu pai fiz esta prenda, que lhe mostra a minha mão, bom amigo e companheiro é dele o meu coração. Eu gosto do pai porque ele brinca comigo e às vezes faz-me as vontades. Vezes demais, acho eu, que há dias em que me sinto mais avô que pai.

27.3.10

Lido mal com crianças mimadas. Imaginem como me sinto com adultos mimados.

Verão Quente e, se bem me recordo quente, de 75. Depois de pouco mais de um par de meses acampados em casa da minha avó materna, rumámos à Nazaré para uma casa emprestada por primos da minha mãe. A Metrópole decepcionou-nos e eu acho que, verdadeiramente, nunca me cheguei a recompor, entregando-me a umas pazes demoradas e ainda não concluídas, com ela. Nem sei porque comecei por aqui, porque o que me fez voltar a escrever fomos nós, portugueses. Deve ser de estar cansado da crise e, pior ainda, dos portugueses de uma forma geral. Já sei porque comecei por 1975! Hoje lembrei-me duma carta de resposta da minha mãe a uma das primeiras do meu pai que entretanto tinha voltado para Angola, onde se manteve até 1986. Falava ele da tristeza e da pobreza em que tínhamos encontrado os portugueses da Metrópole e de uma melhor vida que precisavam e mereciam. Respondeu-lhe a minha mãe, polidamente, e sabendo-o defensor desse Portugal que encontrámos, que o que os portugueses precisavam não era de dinheiro, era de educação e cultura. E que a pobreza que mais a perturbava era a de espírito. Passados quase trinta e cinco anos, continuo a achar que somos um povo que de tanto ter sido protegido nas últimas décadas, se tornou num adulto mimado. Pior: um adulto que se habituou a que pensassem e agissem por ele. Incapaz de lidar com regras e disciplina, sem rigor, civismo e perigosamente irresponsável. Um adulto preguiçoso, que embirra à mínima contrariedade, com tudo e por tudo e por nada, mas que fica tolhido, sem reacção e sem capacidade de decisão face às questões que tem e deve dar resposta. Esperando sempre que “alguém” decida e resolva por ele. Há que arranjar uma solução para isto, as coisas têm que se resolver são das frazes preferidas desse adulto. Há que, tem que se, devia-se. Talvez por isso ninguém queira ser amigo dele ou poucos o respeitem. Ele próprio tem sérias dificuldades em respeitar-se. O meu conhecido optimismo nunca desceu a níveis tão baixos no que diz respeito à saída da crise em que vivemos. Porque esse adulto somos nós. E nós, está visto, somos o nosso pior inimigo. Lido mal com crianças mimadas. Agora sabem como me sinto com adultos mimados. Generalizei, eu sei, que é uma coisa que não gosto de fazer.

19.3.10

Bom fim-de-semana.

Foto: Olhares (Nuno de Sousa)

Père-poule?

Nada bem o rapaz. O controlo e equilíbrio da respiração? Isso faz parte do passado e um passado longínquo. Nada cada vez melhor e as braçadas do estilo costas já são dadas com desenvoltura. Como o salto do bloco. Mais importante que tudo isso: sente-se que o faz com gosto, prazer, alegria. Desconcentra-se momentâneamente porque o pai está presente, mas isso não o impede de se aplicar com afinco, não escondendo o orgulho pela presença do pai. Do único pai presente. O mimo veio a seguir quando pediu que o pai o acompanhasse ao balneário e o vestisse. Porque falo de um filho quando hoje é o Dia do Pai? Porque o reservei (o dia foi apenas uma coincidência) para o ver nadar, como lhe tinha prometido há algumas semanas. O mar está bom, o corpo pede uma sova, os pés têm saudades da areia fria e húmida da praia deserta, já faz tempo que a prancha não vai à água e o Dia do Pai é reservado ao filho. Deve ter a ver com a idade. Ou melhor, tenho a certeza que tem a ver com a idade. Ainda bem que só há mães-galinhas, não fosse alguém confundir-se e criar a designação père-poule.

16.3.10

Passagem de nível para sono interrompido.










Pára. De dormir. Escuta. Escuta o que parece ser uma locomotiva a vapor que se aproxima com um andamento cadenciado. Olha. Olha melhor, apesar de estremunhado, e não vê locomotiva alguma. Mas continua a escutar. Não é uma locomotiva. Um beijo e um afago substituem um apeadeiro. A locomotiva pára. Deixou de a escutar.

15.3.10

Porque hoje é segunda-feira...

... abro uma excepção aos meus filmes favoritos e dedico este filme a uma pessoa que muito estimo e admiro, e que manifestou a sua preferência por filmes de guerra mas com submarinos. K-19 The Widowmaker é um bom filme, foi realizado pela a actual detentora do Óscar de Melhor Realizador (Kathrin Bigelow) e do elenco constam actores com reputação como são o caso de Harrison Ford e Liam Neeson. A bem da convergência cinéfila.

12.3.10

Bom fim-de-semana.

Foto: Olhares

10.3.10

Evidências e conclusões.

É evidente e facilmente constatável, que a minha ligação à blogosfera e vontade de desconversar já conheceu melhores dias e tem diminuído semana após semana, já há algum tempo. Aos textos de segunda-feira seguem-se os de sexta. Textos? só se forem os títulos. O trabalho, os compromissos familiares e o tempo que reservo para mim não explicam tudo. Mas entendo que as evidências devem ser monitorizadas para evitar que se tirem conclusões precipitadas. Por isso, e para que conste, não tenho a mínima intenção de ir comprar cigarros ou pôr-me, desalmadamente e por tempo indeterminado, a comer Kit Kat. Digamos que continuarei a monitorizar o estado de espírito que me tem conduzido a uma espécie de letargia em relação à blogosfera, por onde, se bem que cada vez mais selectivamente, gosto de navegar. Diria que isto há-de passar-me, mas creio que estaria a tirar uma conclusão precipitada.

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