28.3.10

Sobre o Dia do Pai.

O Dia do Pai já passou. Não sou muito ligado a dias destes, impostos. E hesitei em escrever e tornar público este texto. O que me levou a fazê-lo, confesso, foi o facto de ter sido surpreendido, eu que até nem gosto de surpresas, pela manifestação da minha mais nova de onze anos. Uma menina independente, de nariz demasiado empinado para meu gosto, de resposta também demasiado solta e pronta e que me prova, diariamente, que a minha paciência já não é a mesma. Enviou-me este e-mail (os tempos modernos não perdoam) quase sem erros, o que já não é nada mau. Após autorização prévia dela, passo a partilhar convosco.

Pai, um obrigada não chega. Alimentaste-me, ensinaste-me, educaste-me, e nos muitos momentos em que eu estava em baixo e prestes a chorar, tu estiveste e sempre estáras lá presente para me apoiar e para me fazer sorrir. Ninguém é como tu . A paciência que tens para mim e para os meus dramas, é mesmo GIGANTE. Não sei como não te cansas de mim. Acho que não conseguiria encontrar um melhor pai que tu. Ya, és bué chato e por vezes, um bocadinho cansativo, mas acho que mais nenhum pai conseguiria fazer o que fazes, ter a paciência que tu tens. Os nossos risos e loucuras, vão ficar para sempre comigo, até ao fim dos meus dias :)
Por vezes , quando vens com a cena dos beijinhos e do " gosto muito de ti" eu digo para me deixares e isso, mas é mesmo porque estás a ser chato. Porque apesar de dizer isso, não quero que vás embora. Se isso acontecesse, sinceramente, não aguentaria. Não passei o Dia do Pai contigo, mas sei que estás a sorrir agora. :-p
Beijinhos, :-)


Achei curiosa a utilização dos verbos alimentar, ensinar e educar no passado. Deve-se achar já muito crescida, é o que é. E respondi-lhe que a minha paciência não era gigante, antes infinita, safa! E que se ela não sabe como não me canso dela, é porque não está atenta.

O mais novo fez um um cartão na escola, que me entregou com um abraço. Reza assim o texto: Para o meu pai fiz esta prenda, que lhe mostra a minha mão, bom amigo e companheiro é dele o meu coração. Eu gosto do pai porque ele brinca comigo e às vezes faz-me as vontades. Vezes demais, acho eu, que há dias em que me sinto mais avô que pai.

8 comentários:

Bacouca disse...

Mike,
Que delícia! Tanto a descrição da sua filhota como do "netinho"! A mistura dos dois textos dá-me para visualizar o Mike! Julgo se o vir na rua ou noutro sitio digo: é o Miguel!
(sabe que no seu perfil não vem o seu nome? Por isso é que lhe perguntei para dizer ao João. Sou Bacouca mas nem tanto!)
Um xi

Catarina disse...

Sabe bem receber missivas destas, Mike. Eu, que sempre tive a mania de guardar, fui descobrir desenhos, cartinhas e mensagens (não havia internet...)das minhas filhas, todas elas enternecedoras e deliciosas. Nunca se envergonhe de mostrar a ternura que tem pelos filhos.

Dulce Braga disse...

Pode botar fermento nessa sua paciencia, que essa menina bem o merece!:)

Luísa A. disse...

É tão bom, Mike, que os filhos se habituem a exprimir os seus sentimentos aos pais. No meu tempo, éramos educados com esse tabu – ou fomo-lo alguns de nós – e eu tenho pena (embora não remorso) de nunca ter conseguido vencê-lo (ao tabu)… pelo menos até hoje. :-)

Mike disse...

Bacouca,

Não esteja tão segura assim. ;-)
(Não está no perfil mas está no e-mail, menina).
Um xi.

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Catarina,

Ups!... ternura nunca tive problemas em demonstrar, mas guardar desenhos, cartinhas e mensagens, só há o faço há uns 3 anitos. :-/

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Dulce,

Então mesmo sendo pé duro na cozinha, vou meter fermento nesta minha paciência. ;-)

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Luísa,

Principalmente com a minha mãe, nunca tivemos (e continuamos a não ter) problemas de expressão de sentimentos. Com o meu pai as coisas eram um bocado diferentes. No meu caso não há tabus a vencer. ;-)

Ana Guedes disse...

É bom saber que ainda sabemos amar.
Um beijo

ana v. disse...

Que ternura! Ainda ontem estive com o meu filho mais novo a arrumar cartinhas dessas que eles me escreviam quando eram pequenos. Fartámo-nos de rir, mas acho que foi para disfarçar a emoção...

mike disse...

Ana Campos,

E porque não haveríamos? ;-)

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Ana,

Acho... quer dizer... tenho a certeza que foi para disfarçar a emoção... ;-D

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