13.10.08

Achei estranho.

Não conheço Helena Fazenda. Só sei que é procuradora e que tem à sua responsabilidade o processo “Noite Branca” relativo à morte de empresários da noite no Porto. Hoje, entre várias notícias, uma delas àcerca dos 217 milhões % (?!?!?!?!) de inflacção no Zimbabwe de Mugabe, só no mês de Julho, fiquei surpreso com a afirmação convicta da procuradora e das explicações que a suportam, sobre o roubo do seu computador portátil onde, alegadamente e naturalmente, digo eu, haveria informação confidencial relativa ao processo. Diz Helena Fazenda que o assalto a sua casa foi um acto fortuito e sem relação com a sua actividade profissional, designadamente com as investigações. Franzi o sobrolho. Continua a procuradora, justificando a sua certeza com o facto de lhe terem furtado outros valores como antiguidades, dinheiro, ouro e jóias. Pasmei. Coloquei-me na pele de um possível mandatário do acto, sim porque se tivesse interesse em ter acesso à informação contrataria quem fizesse o serviço, e imaginei-me a dar instruções precisas para que o assalto parecesse um acto fortuito que apontasse para um crime contra o património, como concluiu de pronto a PJ. Tudo aponta para que os suspeitos estejam já identificados, mas o caso não impediu que me sentisse desconfortável e admirado com tanta certeza. É que eu não sou procurador nem investigador criminal, mas a facilidade com que me coloquei na pele do tal possível mandatário foi a mesma com que me colocaria na pele da procuradora. Acharia estranho e não teria tanta certeza.

6 comentários:

ana v. disse...

Sim, também me parece estranho. A não ser que essas declarações sejam estratégicas, para não atrair as atenções para a investigação da PJ...

José, o Alfredo disse...

No fundo no fundo até está certo. A senhora é procuradora, não é encontradora. A senhora procura uma explicação para os factos, não quer dizer que a encontre. E depois, como bem diz a ana v., pode ser uma manobra muito astuta tendente a induzir os meliantes em erro e assim desnorteá-los no intuito de mais facilmente catar os gajos. Provavelmente está tudo sob controlo e só mesmo nós é que não nos apercebemos disso.

Corine disse...

estranha certeza..por ser tanta.

Anónimo disse...

Pode ser, Ana. Mas mesmo assim continuo a achar estranho...

José, acho que deves ter razão, a malta é que não se apercebe disso. Mas continua a ser estranho, não?

Pois, Corine... tanta certeza junta...

Paulo Cunha Porto disse...

Ora, Mike, os larápios, diz-se, eram Romenos. Os costumes variam, devem ter deixado cartão de visita...
Abraço

Anónimo disse...

Cartão de visita e tudo hein, caro Paulo? Muito bem. Gente civilizada, portanto.
Abraço.

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