20.7.09

E se houvesse estrangeiros no poder executivo?

Gostaria que alguém me dissesse, e não, não estou a ser irónico, é mesmo pura ignorância, se a Constituição prevê a contratação de estrangeiros para ocupar cargos de responsabilidade no poder executivo, como os de ministros ou secretários de estado, para não mencionar outros. Onde eu quero chegar, a título de exemplo, é, se um ministro da saúde holandês fez um trabalho assinalável, ou se um ministro norueguês agiu de igual forma no campo da justiça, ou se um ministro dinamarquês se notabilizou pelo seu trabalho na educação, porque não contratá-los? O que não falta por aí são cases de sucesso que deviam ser estudados e, em última análise importados e implementados. Alguém dirá que estaríamos a contratar mercenários. E depois? se são pessoas com provas dadas e têm uma reputação a defender, acham que ficaríamos pior servidos do que com alguns boys incompetentes e de quem esperamos, em vão, a defesa dos interesses nacionais e o mais alto nível de serviço público? Se não prevê, acho que devia mudar-se a Constituição e, já agora, podia alterar-se o período das legislaturas para seis anos de mandato. É mais sério.

23 comentários:

fugidia disse...

Hum... "contratar".
Não gosto desta palavra no seu post, Mike.
Apesar de tudo quero manter a ideia (romântica?) do servir público.
Quero, ainda que possa parecer utópica.
Porque, na verdade, não é: depende da forma como cada eleito exerce o poder e é isto que deve ser exigido por quem o elege.
Independentemente de ser norueguês, espanhol ou português.

E sim, concordo que seis a oito anos seria mais inteligente, dado que as reformas a médio e longo prazo ficam sempre hipotecadas com o ano de eleições.

Mike disse...

Pois eu acho que essa sua ideia do servir público é mesmo romântica. :)
Quanto ao que deve ser exigido por quem o elege, deixo para outro post. ;)

L. Rodrigues disse...

Além disso, Mike, o teu raciocínio padece do principio de que um indivíduo poderia fazer a diferença, quando é claro que não.

Um norueguês poderia ter tido sucesso a governar noruegueses. Não é nada óbvio que tivesse sucesso a governar portugueses. Ainda assim arriscaria que o seu sucesso no país original é tanto maior quando a sua noção de serviço público.
O que é dificil é convencer os portugueses de que não se está no governo apenas para glória pessoal, ou ao serviço de uns quantos, poucos.
Estamos queimados...

No fim, as instituições são muito mais importantes que os individuos. E muito mais dificeis de mudar.

fugidia disse...

Mister,
pois eu acho que se entendermos esta ideia "romântica" como apaixonada (e não como sentimental), é excelente.
:-)

...

L. Rodrigues,
se as instituições «são muito mais importantes do que os indíviduos», não deveriam ser: as instituições são criadas e existem para servir o indivíduo.
E sim, às vezes, o indivíduo faz a diferença.
E eu não sou apologista do individualismo sobre a comunidade (ou o colectivo). Ou vice-versa.
Sou apologista do (muito difícil) equilíbrio entre os dois.

L. Rodrigues disse...

Cara Fugidia,

A minha afirmação era uma mera constatação.

Um idealista esbarra sempre com uma estrutura de poderes e interesses, de que ninguém é especificamente responsável, mas a que todos se submetem por uma questão de pragmatismo, sobrevivência, ordem, etc.

Há voltas a dar a isto, não sou fatalista. Implicam redesenhar as instituições ou criar novas. Mas são sempre elas que prevalecem.

Vi recentemente Paths of Glory de Stanley Kubrick. Está lá tudo.

fugidia disse...

Caro L. Rodrigues,
percebi como constatação mas não concordo inteiramente.
No filme/história verídica está, na verdade, a insanidade de um general.
E se falamos das instituições militares ou dos governos para quem, nos conflitos bélicos, as vidas de milhares ou milhões de pessoas são apenas carne para canhão, não podemos esquecer que as "instituições" são entidades abstractas: o miolo são os homens e as mulheres que delas fazem parte e que as representam.
E se a perspectiva for sempre esta, conseguimos responsabilizar.
Dá, é certo, muito trabalho, e preferimos, as mais das vezes, refugiarmo-nos no pragmatismo :-)

Bacouca disse...

Mike,
Não pudia estar mais de acordo consigo! Se houver uma petição eu assino na 1ª fila! Nós vamos trabalhar para o estrangeiro, marcamos pontos, damos provas, mas continuamos a manter a nossa identidade por isso não haveria o perigo de a perdermos com um estrangeiro no poder: haveriamos de continuar a achar que o melhor do mundo é o fado, as sardinhas e as romarias. Acho até que o termo "globalização" teria mais sentido: ensinavamos e aprendiamos o que de melhor havia.
Que se mude a Constituição e já, e que o mandato passe para 6 anos!!!

Mike disse...

Que raio, uma pessoa faz uma pergunta e logo começa uma discussão entre uma visão romântica e outra racional e ninguém me dá resposta à pergunta. Nós portugueses somos tramados. ;)

Afinal em que é que ficamos, L.? Achas que é de contratar estrangeiros ou não? Sabes que nós, até pela nossa maneira de ser submissa, nos damos bem mandados por estrangeiros. É assim em quase tudo, meu caro.

...................................

Bacouca, juntou a sua voz à minha. A ver vamos se mais alguém concorda. :)

L. Rodrigues disse...

Mike, em sintese, não.
Não partilho da ideia de quem quem vende sabonetes é igualmente bom a vender telecomunicações.
(Sabes do que falo...)

De igual modo, não creio que se possa governar sem se conhecer o país. E conhecer implica uma vivência, uma relação com a história, a cultura, a sensibilidade.

Quanto à submissão... só nos submetemos aos que não tentam mandar, ou não é?

Mike disse...

Quanto à primeira e à terceira parte estamos de acordo, L. Já quanto à segunda, a tua tese é, aparentemente irrefutável. Só que os factos, a história recente da governação, tem-nos mostrado que apenas temos tido isso (vivência mas pouca, relação com a história, cultura, também pouca e sensibilidade, quase nenhuma). Tem faltado competência e sentido de serviço público. E as pessoas têm maior capacidade de adaptação do que se julga. Se dependesse de mim e se a Constituição permitisse, fazia a experiência.

L. Rodrigues disse...

Além disso,
o sucesso de um governante estrangeiro no seu país, depende sempre de a quem perguntas... :).

Mike disse...

Tinhas que vir com essa... ;)

ana v. disse...

Não tens razão quando dizes que somos submissos e gostamos de ser governados por estrangeiros. Já os romanos diziam que somos um povo que não se governa nem se deixa governar. E a nossa história prova-nos que temos sempre reagido mal aos estrangeiros que nos querem dominar, mesmo quando é só por instinto e in extremis. Mesmo quando mais valia termos estado quietos... (bem, eu sei que esta última frase dava uma conversa sem fim)

Luísa A. disse...

Pessoalmente, acho que a ideia do Mike faz algum sentido. Não porque me agrade ser governada por um estrangeiro, mas porque julgo que a tendência será para que a noção de estrangeiro se esbata rapidamente. Vejam-se as rápidas e fáceis mudanças de nacionalidade por motivos futebolísticos. Se somos representados dignamente nos relvados por rapazes nascidos no Brasil, por que não havemos de ser representados dignamente nos ministérios por rapazes – e raparigas (atenção às quotas!) - nascidos na Holanda, na Noruega, na Dinamarca? É mais ou menos essa a sua ideia, Mike? ;-D

mike disse...

Ó Ana, os romanos disseram isso há muitos anos atrás. Hoje em dia veneramos o que é estrangeiro e se for um estrangeiro com reputação a dizer-nos como devemos fazer, seguimo-lo sem piar. ;)
Quanto à parte final do teu comentário, dava conversa para um bom par de horas. (risos)

...................................

É exactamente essa a minha ideia, Luísa. E olhe que apesar dos respeitáveis e bem fundamentados comentários que contrariam a minha ideia, não fiquei convencido. Pelo menos a experiência devia ser tentada, se a Constituição o permitisse. :)

Lina Arroja (GJ) disse...

E porque não? Se na América um português chega a deputado e se uma porto-riquenha chega ao Supremo Tribunal.
Tem é de saber a história de Portugal, os rios e as montanhas, os caminhos de ferro, apontar no mapa todas as províncias ultramarinas, saber de cor e salteado os nomes de todos os partidos políticos e de todas as pessoas que passaram pelas principais empresas públicas e tem de conhecer o fado e saber conduzir nas estradas da política e nas políticas da estrada da saúde, da economia, das artes e tem de passar nos exames do 12ºano e entrar numa faculdade pública portuguesa com média de 19.
Quanto ao tempo de mandato deve ser o mesmo que os CEO têm nas empresas multinacionais.

Mike disse...

Ora, GJ, pouca coisa para alguém competente e com provas dadas no seu país. ;)

Lina Arroja (GJ) disse...

E não somos todos europeus? Então a prova está dada. E se houver necessidade faz-se já aqui ao lado. (risos)

Anónimo disse...

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