27.9.09
O povo é quem mais ordena.
Quem acompanha a desconversa que vou mantendo com quem me lê, já lá vão mais de dois anos, sabe que a política é um tema arredio por estas bandas. E, acreditem, também o é na minha vida pessoal, pelo menos de uma forma apaixonada e mercuriana. Prefiro o pragmatismo do quotidiano a conjecturas políticas, muitas vezes suportadas por jogos pouco claros ou nada transparentes. A respeito da vida política nacional e destas eleições, que eu me lembre, toquei duas vezes no assunto. Uma, a que me levou a este título, para relembrar todos os críticos de José Sócrates, nos quais me incluo, a admitirem publicamente que o povo português é tolo, ignorante e tem o que merece, aliás sempre teve. Outra fazendo menção a Manuela Ferreira Leite e manifestando a minha insatisfação por ter como expectro um primeiro ministro que devia estar em casa a cuidar nos netos e que não abria perspectivas positivas para o país. MFL, tal como o PSD, é uma marca gasta, envelhecida e conotada com uma vertente premium nociva, aburguesada, distante e pouco sedutora, por liderar um partido de barões. Marcas e produtos com estas características arriscam-se a perder. O consumidor não se identifica com elas e não as compra. Se juntarmos a isto uma campanha deplorável, sem nervo, com erros graves e sem uma, apenas uma, promessa com poder de conquista, então o mais provável é, e foi, ver as costas e não o sorriso dos consumidores. O povo é quem mais ordena e ordenou, tal como os consumidores são, em última instância, os juízes que declaram o sucesso ou o fracasso de uma marca ou de um produto. Apesar disso não nos esqueçamos, nem nos iludamos: quem sabe o que é melhor para uma marca é quem manda nela, ou seja, o markteer, e não o consumidor. Barak Obama, personalidade por quem não nutro simpatia, parece não se ter esquecido disso, mas o mesmo não aconteceu com o PSD e a MFL. O consumidor não é muito esperto, nem tão pouco muito inteligente. Acham que o povo, principalmente o português, o é? Obama deu a volta aos americanos porque foi competente, porque lhes prometeu o que eles desejavam e os convenceu. E o PSD e a MFL? Foram incompetentes e deixaram que o povo mais ordenasse. E o povo fez o quê? Ordenou!
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12 comentários:
Tirando a alusão a Obama, que apesar de andar mais engasgado e a ter de fazer maratonas de talkshows continuo a dar o meu voto,concordo com a falta de competência do partido que perdeu, face a outro que apesar de muitos desaires conseguiu convencer o povo do contrário.
O valor das marcas mede-se de várias formas, mas voltamos sempre ao mesmo - os intangíveis têm valor quantitativo :-)
...... (snif) ......
Eu gostava da MFL pela sinceridade. Gostava dela porque, ao contrário dos outros, não prometia. Também sei que na politica [como nos produtos] é preciso um certo show off que faça o povinho convencer-se que aquela é a melhor solução.
Eu de politica não entendo nada, mas também não entendo porque ninguém votava PS e ele ganhou. Não entendo mesmo. Ninguém votava nele. Ninguém. E pimba...
Adorei o melão do louçã, ao ver a direita de Portas a dar-lhe uma bofetada nas .... olhe, nas trombas mesmo!
Go get it!
GJ,
Ah, os intangíveis... tem toda a razão, têm mesmo mesmo valor quantitativo. Algumas pessoas é que pensam que não. :)
...................................
Luísa,
Tem a minha solidariedade. Mas como na vida (e na política) nada é perpétuo, não para o ano, mas daqui a 4 anos há mais. Vá, não fique assim. ;)
Margarida,
Normalmente, como em qualquer outra relação, em política e por causa do desgaste a que é submetido, são os governos que perdem eleições e não as oposições que as ganham. A MFL não precisava de show off, mas apenas de dizer o que as pessoas preisavam de ouvir. E saber dizê-lo. Não teve competência para o fazer, perdeu. Eu sempre achei que o PS ganharia sem maioria, tal como aconteceu.
...................................
Patti,
O resultado do CDS para mim foi uma surpresa. Mas bem vistas as coisas, se olharmos para trás e analisarmos a campanha do Paulo Portas, encontramos grande parte das explicações.
Por uma vez, concordo inteiramente contigo: a falta de competência (nos malabarismos da política, neste caso) é fatal. Como se viu. Teremos mais do mesmo, é será com certeza o que merecemos. Hellàs.
Ana, :)
The show must go on...
Empty spaces - what are we living for
Abandoned places - I guess we know the score
On and on, does anybody know what we are looking for...
Another hero, another mindless crime
Behind the curtain, in the pantomime
Hold the line, does anybody want to take it anymore
The show must go on,
The show must go on
Inside my heart is breaking
My make-up may be flaking
But my smile still stays on.
Whatever happens, Ill leave it all to chance
Another heartache, another failed romance
On and on, does anybody know what we are living for?
I guess Im learning, I must be warmer now
Ill soon be turning, round the corner now
Outside the dawn is breaking
But inside in the dark Im aching to be free
The show must go on
The show must go on
Inside my heart is breaking
My make-up may be flaking
But my smile still stays on
My soul is painted like the wings of butterflies
Fairytales of yesterday will grow but never die
I can fly - my friends
The show must go on
The show must go on
Ill face it with a grin
Im never giving in
On - with the show -
Ill top the bill, Ill overkill
I have to find the will to carry on
On with the -
On with the show -
The show must go on...
Ana,
The show must go on, apesar de eu e os Queen não sermos unha-com-carne. ;)
Mike,
Como fui durante quatro anos e meio secretária particular de secretários de estado dos 2 quadrantes politicos( em Macau)conheço um pouco como a política é "trabalhada". Vira o disco e toca o mesmo. Não aparecerá ninguém por aí a dizer: quem sou eu? quem sou eu? Aí era capaz de dar o beneficio da dúvida e gritar: És o Rei! És o Rei!!!
Será bacouquice...
Um beijinho
Bacouca, ;)
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