4.11.08
Esses doces chamados travesseiros.
Há uns doces que se chamam travesseiros, certo? Começo assim para que ninguém pense que estou a ficar senil, mas apenas me sinto ultrapassado por algumas coisas que, ironia das ironias, nunca chegaram a andar à minha frente. Há dias o som de mensagem recebida no telemóvel deu sinal de si e constatei que a minha mais nova me enviara uma mensagem. E li, estranhando, que ia com umas colegas fazer uns doces, mais concretamente travesseiros. Estranhei e com toda a legitimidade, já que sendo um pai presente, me teriam passado ao lado dotes culinários que não adivinhava na mocinha de dez anos. Mas não devia estar nas aulas? Que raio! Havia que reler a mensagem já que a sensação de estranheza e incredulidade se tinham, definitivamente, apoderado de mim. Reli mais duas ou três vezes. “Pai vou com Júlia, a Ana, a Luísa e a Leonor fazer doce ou travessura a casa de uma amiga delas”. Riam-se, riam-se de um pobre pai atarantado que só ao fim de largos minutos concluiu que era Dia das Bruxas e a mais nova e as amigas não iam, afinal, fazer nenhuns daqueles doces que dão pelo nome de travesseiros. Não! Não estou a ficar senil, apenas, como disse, me sinto ultrapassado por algumas coisas que nunca chegaram a andar à minha frente. E por coisas destas não me importo de me sentir ultrapassado. Até nem gosto de travesseiros, ora.
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24 comentários:
Mike, por que será que os nomes das amigas da sua filhota me são, todos eles, estranhamente familiares? É certo que Júlias, Anas, Luísas e Leonores há muitas, e que capazes de fazer «doces e travessuras» haverá ainda mais… ;-)
(Senil, está senil, coitado...)
Oh Mister, deixe lá, às vezes... hã... acontece... (risos travessos)
:-)
Pão-por-Deus, Mike... essa é a nossa tradição e não essa moda importada que por cá nunca foi festejada, o dia das bruxas. Na tradição portuguesa só há "candy", não há "trick".
É engraçada, realmente, a coincidência dos nomes das amigas da sua filha.
PS: Não gostar de travesseiros é crime de lesa-Piriquita, sabe? ;-)
(risos, muitos risos)
Não Luísa, não são os nomes das amigas, de que já não me recordo, e sim nomes que me são familiares. E, quiçá, capazes de "doces e travessuras". ;D
Não estou nada, Fugidia. Não estou! Não estou! :-)
Por-Deus-Ana, eu fui criado em Angola e até onde a minha memória recua, não me lembro nada dessas tradições. Engraçada e coincidência, não? (risos)
p.s. - eu sei Ana, eu sei, mas não gosto nada mesmo... aliás não sou amigo de doces e bolos, por isso comigo a Piriquita ia à falência. :-)
Querido Mike, eu gosto dos doces conventuais do Marão, mas não lhe digo o nome :-P
tem que colocar primeiro a bolinha vermelha LOL
ps- Ana, adoro Pão de Deus. é o mesmo?
Adorei o texto :-)
Júlia, doces conventuais então... nem vê-los. Vou tratar de pôr a bolinha vermelha porque fiquei curioso... me aguarde, moça. (risos)
Obrigado, Leonor. :-)
mas pão-por-deus não é na páscoa??
esta tradição não tem muito que se lhe compare parece-me...
oh mike comonão gosta de travesseiros?? como é possível??...
Está a ver Corine? Nem as senhoras se entendem quanto às tradições... (risos)
Detesto travesseiros, Corine, é mesmo verdade. :-)
O Pão-por-Deus é no dia um de Novembro no concelho de Mafra, excepto na Ericeira que é a dois, e em alguns outros concelhos, mas poucos. A Norte não há esta tradição e há quem diga que tem a ver com o terramoto de 1755. As crianças vão de porta em porta e pedem Pão-por-Deus, dão-se guloseimas habitualmente. Este ano foram-se uns quatro quilos de rebuçados e caramelos, mais dois quilos e meio de moedas e bolinhas de chocolate e cerca de 60 chupa-chupas :-)
É-no-Pão-por-Deus-que-as-bruxas-dão-no-dia-delas-e-aproveitam-para-dar-60-chupas-chupas-de-1755-às-crianças-da-Ericeira...
Ó valha-me Deus, com ou sem pão pelo meio, que ninguém se entende. Acho que em Angola era mais simples, Luísa. Não havia nada destas coisas. ;D
Meu Caro Mike,
por muito que a moda Te fique... atravessada, não faças como um ex-Primeiro Ministro de Portugal, que, confundindo os provérbios "vamos dormir sobre o assunto" e "o travesseiro é bom conselheiro", se saiu com um "vamos dormir sobre o travesseiro". Espero que sim, não gostaria de saber que um dignitário do meu País não tinha apoio para a cabeça!
Abraço
Eu não sou capaz de travessuras, é, Mike :)
Em Angola não sei, Mike, mas no Ribatejo também há a tradição do pão-por-Deus no dia de Todos-os-Santos.
E quanto à sua memória, bem... não tenho muita certeza de poder confiar nela... se a Fugi diz que está senil, eu acredito... :-)
upps! (esta vai sair-me cara)
(gargalhada estrondosa)
Vai sair-lhe cara, sim, Ana :-)))
(chiuuuu... baixinho: mas há alguma dúvida, depois de se ler este post, Ana?)
:-D
(risos)
Meu caro Paulo, dá-me a sensação que a maioria dos políticos apenas tem a cabeça apoiada nos ombros. Quanto a saber usá-la...
Abraço.
Ó Cristina julgo-a capaz de fazer travessuras, menina. (risos)
Ana, essa vai sair-lhe muito cara, menina travessa. No Ribatejo não sei, mas na China dizem que a vingança é um prato que serve frio. ;-)
Fugidia, a menina não se ria, também. Quem se vinga uma vez, vinga-se duas. Humprfff!!!!
Mike, que sorte a sua serem esses os travesseiros. Daqui a mais uns tempos bem vai precisar de ouvir muito BB King...(risos bem humorados)
A rodinha?
cadê ela?
Também a senhora, Grande Jóia? Raios, passará muito tempo até que volte a falar nesses malditos doces. :-)
A menina Júlia quer festa, é? ;-)
make us two!
nem nunca brinquei de halloween!!... (;*
Em Angola havia, ah isso é que havia sim senhor!!!
Nasci no coração de Angola (Bié) e durante toda a minha infancia, meus pais, vindos da Beira Baixa, me ensinaram a tradição do Pão-Por-Deus, a qual junto com meus irmãos e primos, adoravamos praticar. Hoje no Brasil divirto-me provocando os meus filhos, quando troco o nome da prática americana pela portuguesa.
Dulce:))
Linda filha... a bruxinha és tu, certo? (risos)
Ó Dulce, então isso era tradição lá no Bailundo, porque no Lobito nunca tal ouvi falar. (risos)
Bem aparecida seja. :-)
No Kuito (ex Silva Porto), mas passou perto. E nem sei se era em toda a cidade, ou talvez só na minha familia e amigos mais chegados.;))
Dulce
Por força familiar, li Bié e fui direitinho ao Bailundo, terra da minha mãe, Dulce. :-)
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