Os minutos contados de manhã à noite, numa cidade frenética que parece nunca parar como é São Paulo, refeições tomadas a correr e dias longos, muito longos, que pareciam não ter fim e em que as situações de tensão se sucediam, uma após outra. São assim as fases finais de grandes produções publicitárias que envolvem dezenas, para não dizer centenas de pessoas, e do sentimento de responsabilidade da gestão de um projecto importante de uma grande marca, e do investimento envolvido. Foi numa dessas manhãs em que os ponteiros do relógio pareciam competir entre eles e eu estava prestes a desesperar, apesar de ensonado, esperando pelo elevador que me levaria até ao piso térreo onde é servido o pequeno-almoço, numa das magníficas e aprazíveis salas do hotel Emiliano, que tive uma das raras visões da minha vida. Chega o indolente ascensor e as portas de alumínio escovado abrem-se preguiçosamente. Com um ar não mais desperto que o meu estavam lá duas pessoas. Mais precisamente uma mulher jovem e outra a quem não prestei atenção. A cortesia e a boa educação mandava que o primeiro bom dia fosse o meu. O olhar fixou-se na mulher alta, loira e lindíssima que estava à minha frente, naquele compartimento exíguo onde a noção de espaço íntimo e a fronteira que o delimita é muito ténue. Balbuciei qualquer coisa inaudível, tentei recompor-me, repeti essa mesma qualquer coisa que continuou inaudível e incompreensível, não desisti e quando me preparava para contrariar a incapacidade de falar que julgo estar em minha posse desde os dois anos de idade, abriu-se um sorriso no rosto incrivelmente belo da jovem e soou um sensual bom djia que pareceu preencher o pouco espaço que estava livre no elevador. Foi como se me pegasse pela mão e me tivesse ensinado a falar outra vez. Bom dia Gisele, respondi sem hesitar, e tentando ocultar a minha surpresa por ter acrescentado ao cumprimento o nome da bela jovem que estava à minha frente. Pareceu-me ainda mais bela ao vivo que nas fotografias e, pasme-se, vestida de forma casual e acabada de acordar. Safa. Tomei o pequeno-almoço a correr, que um longo dia de trabalho árduo me esperava, mas a imagem da Gisele e aquele momento acompanharam-me até o dia findar. Mesmo passados alguns anos.
Hoje telefonei-lhe (a troca de números de telefones não é para aqui chamada), para lhe dar os parabéns pelo seu vigésimo oitavo aniversário. Ela foi uma simpatia na breve troca de palavras em que me agradeceu o facto de nunca me ter esquecido da data. Ora, Gisele, um cavalheiro não esquece estas ocasiões, sua magricela.
23 comentários:
e agora falta aqui o Paulo para dizer algo sobre este assunto.
a mim não me diz nada :-))
A mim diz-me pouco... (risos)
Mike, esta veste pouco ;-)
bem,mas pouco :-)
a propósito, já é de noite :-)
e isto parece uma crónica do Mário Prata.
:-P
Pelo contrário, o nº de telefone dela importa imenso. Ouvi dizer que a menina é amiga do Chico Buarque... fora essa utilidade, não lhe vejo outro interesse.
;)
Ah sim, Ana?
Hum... Mike, pode, na sua infinita generosidade, interceder por nós, pedindo o n.º de tel do blue eyes?
:-)
005511 623 558 920
Este é o do blue eyes. O da green eyes fica para mim apenas. Façam bom uso dele. :)
ai , eu também quero o celular do blue eyes.
mas não acredito que ele d~e bola para essa garota,pô!!
acredito já que o telefone seja o dele ainda.sim,sim!
Caríssimo Mike,
agradeço penhorada a gentileza.
O blue eyes (Ana, vou postá-lo no sábado... :-p) atendeu-me e disse-me que está mais interessado nos meus green eyes do que nos da... Giselita...; é que eu sou morena e, em mim, os olhos ficam muito, mas muito mais giros...
(gargalhada abafada)
:-p
Digamos que são belezas diferentes... ;)
Hum... o blue eyes disse-me que gosta mais de morenas...
(risos)
Também lhe liguei e ele não falou muito... cantou-me ao ouvido!
A Gisele também canta... ou só encanta, Mike?
;)
(risos abafados)
Cantou qual, Ana? Não me diga que foi aquela que termina
«Te dei meus olhos pra tomares conta
Agora conta como hei de partir...»?
:-)))
Com aquela voz, Fugidia, qualquer uma estaria bem- mesmo sem música :)
Pode crer, Cristina :-)))
Mike, o mulherio adora o blue eyes e tomou conta do pedaço: xó, Giselita, xó (risos)
:-)))
Ana, a Gisela não é dada a cantadas... Se encanta? A mulher faz derreter uma tonelada de gelo em 10 segundos... não há descrição. Linda de morrer... e eu morri durante um momento. :)
eu já recebi retorno do meu SMS!
(suspiro)
Ó Gisele...
Jesus!
Quer um lençol para a baba, quer?
Homens... ainda por cima cotas...
:-p
Como é que adivinhou, Fugi? Foi essa mesmo! E no fim, quando eu já quase desmaiava de tanto charme, disse-me assim: "Foi aquela magrela da Gisele que te deu meu telefone, meu bem? Ah... finalmente ela serve para alguma coisa, pô!"
Expliquei-lhe que o Mike achava graça à Gisele, e ele respondeu: "Teu amigo é meio estranho, né não?"
(gargalhada)
Tem 10 lençóis Fugidia? :)
(mais suspiros)
Ana, acho que estranho é o blue eyes... ou devia dar-lhe outro nome? ;)
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