24.2.08

Romance platónico.

Ela é mágica, com um corpo feito de sonhos. Nela perdemo-nos na tentativa vã de procurarmos um sinónimo do sentimento de estar lá, de estar ali. Sentimo-la bucólica e ela invade-nos de nostalgia, de memórias de outros lugares. Parece flutuar sobre pequenos murmúrios, sussurros que seguimos involutariamente com o olhar perdido no Grande Canal. É sedutora, uns dias misteriosa, outros sorridente, com a alma espelhada na sombra altiva da Torre Campanile. Com ela tem-se um affair inesquecível, vivendo na ilusão de a termos só para nós eternamente. Tem um humor variável, de manhãs madrugadoras, sombrias e ameaçadoras, e dias preguiçosos, ensolarados, sorridentes e sensuais. E noites em que sucumbimos ao seu charme. A ela nos entregamos com pudor, sem ela nunca se entregar. Vivêmo-la com uma agitação interior sem nunca a possuirmos, num romance platónico, embriagados pela beleza e magia, e guardando-a numa memória que o tempo não consegue apagar.

4 comentários:

Anónimo disse...

que grande

mulher

para mergulhar

e nadar

abraço

L.

Anónimo disse...

Veneza é assim, meu caro. Deixa-nos embevecidos a ponto de pensarmos que é nossa para sempre...
Abraço para ti l.

Rosa disse...

Cidades e sentimentos, claro! gosto disto assim.

Anónimo disse...

Há lugares que nos marcam para sempre... Que Saudades!!

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