8.2.08

Haja fitas por mais anos, que a tesoura levo eu.

Temos a tendência de racionalizar as nossas escolhas porque faz parte da nossa natureza, porque apazigua as nossas incertezas e legitima as nossas decisões. Também sabemos que, na verdade, muitas das escolhas que fazemos na vida, independentemente do grau de envolvimento, foram feitas emocionalmente... depois há que as justificar, justificar o porque sim, o porque gosto, o porque me faz bem. Neste caso, nem sei como lá cheguei. E nem tenho a certeza porque continuo a lá ir... às vezes é por causa do gato de uma senhora, outras porque os assuntos de política me espicaçam, há outras ainda em que a culpa é do cinema e de bons filmes, há a vertente social e temas pertinentes como a justiça. Ah, sê honesto Mike, também há as sextas-feiras, que para aquelas bandas são as melhores sextas-feiras do burgo. Porque é que continuo e continuarei a lá ir? Olha, porque sim. Porque gramo. Gramo da sensação de toma lá uma tesoura e corta para aqui umas fitas. Consta que há gente que as corta faz precisamente dois anos... haja fitas por muitos mais anos, que a tesoura levo eu.

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