De tempos em tempos algumas marcas automóveis, pela mão talentosa dos seus designers e pelo arrojo de quem decide, brindam-nos com carros que se transformam em objectos de culto. Podem nunca chegar a campeões de vendas, mas colocam as marcas num patamar de desejo e admiração único. O VW Carocha (este foi campeão de vendas), o Mini, o Cinquecento, o 2CV, O DS (Boca de Sapo), são alguns exemplos. A meu ver, o Twingo também. O mercado manda que se evolua, que parar é morrer, e assim fez a Renault com o Twingo, que se mantinha practicamente inalterado desde que foi lançado em 1993 e depois de quase 2 milhões e meio de veículos vendidos. E fê-lo alinhando-o pelo ADN da família, tornando-o concerteza mais seguro, mais bem equipado, mais moderno, com um maior leque de oferta de motorizações, introduzindo mais tecnologia, etc, etc. Deve ter-lhe dado tudo de bom que a marca tem e sabe fazer, ou não seja a Renault uma das marcas mais competitivas naquela que é a vitrina tecnológica do mundo automóvel – a Fórmula 1. Hoje temos um novo Twingo, mas a marca perdeu uma das jóias da coroa. Confesso que não percebo porquê. O antigo Twingo era um automóvel único, ao qual ninguém ficava indiferente. Todos os jovens o desejavam como primeiro carro, ficava bem com uma mulher ao volante, fosse ela jovem ou avó, fosse ele estacionado por um executivo engravatado no parque de estacionamento do Ritz, ou por um surfista com as pranchas no tejadilho, na praia da Ericeira. O antigo Twingo tinha personalidade, carácter, era simultaneamente sedutor e irreverente, chic e popular. O novo Twingo é mais moderno, mas também banal, igual aos outros. Há dias cruzei-me com um e por breves instantes confundi-o com um Clio. Acho que se cometeu um erro, e não é a primeira vez que isso acontece, bastando atender às “evoluções” que foram feitas aos automóveis de culto. Algumas marcas emendam a mão, como é o caso da Fiat com o Cinquecento, outras tiveram visão. O Mini é um bom exemplo, eternizando o culto. Não tenho uma bola de cristal nem digo que não tenho dúvidas e raramente me engano, mas se tivesse um Twingo antigo, que agora deve valer muito pouco, não o vendia. Daqui por uns anos, quando o novo Twingo também já for velho, aquele com os faróis que parecem 2 olhinhos vivaços, alegres e bem dispostos, terá o preço que o seu dono quiser aceitar, não o que o mercado ditar. Até sempre antigo Twingo.
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5 comentários:
Gostei de ler Mr. Mike .. e deu-me alguma esperança também .. ;) é que o meu tem de durar mais 8 anos .. a princesa reclama-o para ela logo que o consiga conduzir .. :)
Dia bom por aí
Deixa lá que há coisas piores. Já viste o Clio Break?
Once, nessa altura a princesa conduzirá um carro de charme e tenho quase a certeza que a mãe vai reclamá-lo para se passear nele ;)
José, ainda não vi o animalzinho de que falas... mas olha que para ser pior... safa.
Deve ser por isso que a minha Mrs. já vai no terceiro e não ha maneira de o largar. Trocou o segundo ha um ano e tal, quando viu as primeiras fotos espias deste novo modelo. E podendo, tinha comprado mais, para ficarem em stock.
A tua senhora tem veia para o negócio, caro bife... não percebeste a indirecta? ela queria que tu a financiasses para bem do casal.
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