23.9.08
We will not go far enough.
Encontrei uma Londres submersa numa névoa de descrença e cepticismo relativamente à economia e ao futuro. Incertezas semeadas por uma visão liberal de um capitalismo selvagem, mas atraente e sedutor. Ao almoço dei comigo a pensar como podem ser felizes pessoas que comem pequenas sandwiches em pão de forma com mais alface dentro que o resto que lá estava. Ao almoço, dizia eu, falavamos descontraidamente sobre o início do ano lectivo cá e lá, não conseguindo evitar comparações entre as duas realidades. Cá, as filas nas livrarias para encomendar os livros escolares, os stocks esgotados, as não-respostas às perguntas mais elementares, a ausência de resposta aos emails enviados para os endereços que prontamente nos foram indicados, os telefonemas não atendidos, a indiferença de quem atende, como se de gelados se tratasse. Lá, apenas o início de mais um ano lectivo, sem que isso constitua preocupação, consternação ou crispação aos envolvidos, sejam pais ou alunos. E dei também comigo a pensar, verbalizando em silêncio apenas para mim e em inglês, we won’t go far enough, mate.
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13 comentários:
Pois não!
E ainda faltam os livros de inglês e português da princesa mais velha... :-(
Nunca mais encomendo pela net!
Ora, Fugidia, eu encomendei numa livraria e tem sido uma romaria quase todos os dias. Ainda falta o de matemática e outros dois que esperam decisão dos professores.
A grande diferença, Mike, é a qualidade do serviço. Eles têm essa cultura há
décadas. Nós começamos a tentar tê-la. Quanto às pequenas sanduíches de alface e de pepino, são velhas tradições alimentares das Ilhas, que não têm feito, tanto quanto sei, a infelicidade dos indígenas. Mas a nós, que gostamos das sólidas buchas de pão de Mafra com o chouriço ou a bifana, metem impressão. :-)
Luísa, :-)
Nós começamos a tentar, a tentar, a tentar, há anos que tentamos e... dá a sensação que ficamos pelo tentar. Safa, Luísa, neste caso não é a culpa que morre solteira, parece que a incompetência se casa com muitas pessoas. ;-)
Ah, e venha de lá o casqueiro de Mafra com chouriço. (risos)
O pepino é a praga de qualquer sanduíche. Se não comessem daquilo daquela maneira, provavelmente tinham conseguido manter o império e nada destas parvoíces pós-Guerra Fria nos apoquentaria a esta hora, quanto mais não seja porque não se teria chegado à Guerra Fria... No cucumbers for me, mate.
José, como dizem os brasileiros... os bifes metem-se em cada pepino...
Vivemos anestesiados, veja-se a vontade que os bifes demonstram em pôr no olho da rua o Sr. Brown e a olímpica forma como o Sr. Sócrates continua a planar nas sondagens...
Estamos por tudo.
Abraço, Caro Mike
Estamos por tudo e falta-nos quase tudo, caro Paulo.
Um abraço.
Aos ingleses as políticas de educação, aos portugueses a cozinha. Já não nos restam muitos trunfos, mas pelo menos no pãozinho caseiro com chouriço ninguém nos bate... (risos?)
(risos)... claro, Ana. ;-)
Mike parece que quase nos cruzamos, aliás vendo bem você era aquele que na Strand ali juntinho à Charing Cross Rd comia o pãozinho italiano, feito por brasileiros, com tanto carinho:))
Quanto aos livros, a diferença é que em Agosto andava a minha rapariga a receber emails dos professores congratulando a admissão, apresentando-se como o docente da cadeira e a recomendar a lista não só do livrinho a adoptar e mais uns tantos para ler, como um de revisão da matéria dada no ano anterior.
Isto é o que se chama "para português ver".
desculpe a insistência, coisas da informática...risos
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