23.9.08
Sucessora de Golda Meir?
A minha simpatia pelo Estado Judeu é confessada, pública e conhecida por quem lida de perto comigo. Uma simpatia que vem de trás, tão de trás que nem me lembro quando começou. Influência familiar? Com toda a certeza e posso levantar o dedo acusador ao meu pai. A simpatia pelo Estado Judeu não é maior que a admiração pelo povo de Israel. E sinto ambas, simpatia e admiração, por Tzipi Livni que, tudo aponta, se prepara para ser uma ilustre sucessora de uma grande estadista contemporânea. Golda Meir. Pelo que tenho lido, mais o que se tem escrito lá por fora, a senhora Livni tem demonstrado uma firmeza que a sensatez não abala, antes enriquece e legitima, principalmente em assuntos delicados, como é o caso do Estado Palestiniano. Junte-se à firmeza e bom senso, coragem, intuição e sensibilidade femininas, e acredito que o povo judeu que parece já se ter rendido a esta mulher de 50 anos, presidente do Kadima e Ministro dos Negócios Estrangeiros, lhe dará os votos que a tornarão primeiro ministro de Israel. Exprime-se bem, é culta, descontraída, as suas ideias são claras e é directa e sem rodeios, como a maioria dos estadistas judeus. É uma pessoa reservada e simples, mãe de dois filhos e casada com um publicitário. Mesmo correndo o risco de ser acusado de superficialidade, não resisto a acrescentar que ainda por cima a acho bonita e atraente. E agrada-me a alcunha “Mrs. Clean”.
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19 comentários:
Mulher, pois claro!
(olhar brilhante e sorriso orgulhoso)
P.S.: Partilho da sua simpatia, Mike. Provavelmente pelas mesmas razões familiares. Mas também porque não posso deixar de reconhecer valor a quem o tem (e sempre teve).
É preciso mais do que intuição e sensibilidade feminina para aceitar um cargo desses naquela zona do mundo... é preciso muita coragem! Tenho a maior admiração por todas as mulheres (pelos homens também, mas eles são aceites mais naturalmente) que fazem política séria nesses países sempre prontos a explodir, onde os assassinatos de líderes são tanto mais prováveis quanto melhores eles forem.
Também tenho simpatia pelo povo de Israel, por todas as características que o fazem um grande povo: tenacidade, orgulho, brio, espírito de sacrifício e de trabalho. Só me irrita neles a eterna superioridade que julgam ter em relação ao resto do mundo.
Caríssima ana v.: nesse campeonato entre 'eles' e o resto do mundo, 'eles' talvez tenham mais razões de queixa. Mas o que lhes tem valido, a 'eles', é perceberem que não adianta queixarem-se. O que 'eles' têm feito bem, apesar da má vontade nítida de todos os vizinhos e do alheamento do resto do mundo, é continuar a viver. Ao contrário de muitos outros países do resto do mundo, entre os quais todos os vizinhos, no 'deles' afastam-se primeiros-ministros por corrupção. Em estado de guerra há 60 anos, 'eles' não abdicam da democracia. Quem mais no resto do mundo pode dizer o mesmo?
E assim me deixa sem ter o que dizer, Luísa. :-)
Ana, o José antecipou-se sobre o que lhe ia dizer. Ou seja, o que a Ana entende e vê como eterna superioridade, eu entendo e vejo como necessidade de sobrevivência. E para não tornar este comentário num post, vou evitar explicar as minhas razões. Conto com a sua compreensão. :-)
José, tal como aconteceu com a Luísa, no further comments.
Assino a declaração!
Pois a minha simpatia por Israel não tem qualquer raiz familiar. Deve-se a estimar uma testa de ponte do modo de vida ocidental num ambiente cercado pelos maiores perigos para ele. E a uma velha admiração pela capacidade militar, nos nossos dias dificilmente igualável.
Ah, a P-M é giraça, apesar de uma desenvoltura gestual algo masculina.
Abraço, Caro Mike
Considere-a assinada, Cristina. :-)
A minha simpatia, não diria que tem uma raíz familiar, apenas influência, caro Paulo. Quanto à desenvoltura gestual da possível-futura-PM, estamos de acordo. Mas não impede que a ache atraente.
Abraço.
Também fiquei feliz ao ver que continuará a haver sempre mulheres daquele calibre!
isso de desenvoltura gestual, também a leticia de Espanha tinha ,acena que parecia que estava na praça da Figueira e ninguem referiu o facto improprio para a posição.
Mas Júlia, não comparemos a beira da estrada com a estrada da Beira. Ou a obra prima do mestre com a prima do mestre de obras. Com o devido respeito pela princesa Leticia. ;-)
Quanta susceptibilidade, caríssimo josé, o alfredo! O "eles" não tem nada de pejorativo, pelo contrário. E mantenho o que disse.
Mike, repito que tenho admiração e simpatia pelo Estado de Isarael. Dito isto, falar em mera "sobrevivência" é um pouco naif, tendo em conta que "eles" (desculpe, josé...) ocupam - e não nego que por mérito próprio - as mais altas posições em todos os campos realmente importantes, em todo o mundo ocidental. Não há razão para que os vejamos sempre como vítimas, porque o não são.
Ok Ana, mas eu não vejo os israelitas como vítimas e tenho sérias dúvidas que o prgamatismo deles faça com que se vejam assim. Depois há uma coisa muito pessoal da minha parte que tem a ver com "vítimas". Tenho simpatia em alguns casos, mas raramente admiração.
Não se trata de susceptibilidade, ana v. Trata-se da constatação de um facto: a sensação de 'eles' é a mãe de toda a separação.
Esse facto por sua vez gera uma sequência inevitável: a separação é a mãe da incompreensão, a incompreensão é a mãe do medo, o medo é o pai da agressão, a agressão é a mãe da retaliação e por aí fora.
Daí a dizermos que 'eles' é a mãe de todas as guerras vai apenas uma ligeiríssima figura de estilo, em que substituímos 'cacaravó' por 'mãe', e não um exagero totalmente descabido, como pode parecer à primeira vista.
Já agora, sobre a questão levantada por paulo cunha porto: a referida desenvoltura gestual é um item altamente apreciado na Mossad e no IDF (tropa macaca), sem distinções de posto nem género. Sendo a actual futura P-M um ex-produto dessas duas magníficas escolas de pensamento e acção, estranho seria que gesticulasse com a feminilidade de uma Sarah Palin, por exemplo.
Também tu, ó José... Sarah Palin?
Estás a confundir uma salada de mamão com... outras coisas, meu caro.
Talvez tenha razão genericamente e em abstracto, josé, o alfredo. Mas não no caso concreto: o meu "eles" não alberga qualquer sensação de preconceito ou segregação. É uma simples expressão que refere um povo específico (povo que, aliás, gosta pouco de misturas), sem essas cargas negativas que está a dar-lhe. Sinto-me tentada a brincar para aligeirar a coisa: não fui eu, juro, que lhes (a "eles") sugeri a eterna guerra com a Palestina. E também não fui eu quem fez a sugestão à Palestina, juro igualmente. :)
O Alfredístico José deve estar certíssimo. Esperemos que ela saiba transplantar essas capacidades para a governação.
Abraços
A julgar pelo discurso do mahmoudístico Ahmadinejad na ONU, só a perspectiva de ter a sra Livni pela frente já foi o suficiente para o fazer mudar de registo.
A não ser, claro, que a mudança se deva à hipótese (real) de a sra Palin vir a sentar-se na Sala Oval (e não quero com isto reavivar memórias do mandato Clinton).
Enfim. Enquanto houver mulheres e homens sobre o planeta, a emoção estará garantida. Depois há-de ficar o WallE para limpar os restos e esse por sua vez encontrará a sua Eva e por aí fora e tal. E isso, como dizia o Outro, é bom.
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