Ao percorrer as notícias dos media lá de fora - um hábito quase diário que tenho vindo a cultivar com prazer - tropecei neste artigo muito interessante do The New York Times.
Um artigo de interesse redobrado para mim, não por uma questão técnica ou de estilo - nada a apontar nesse sentido - mas do ponto de vista pessoal. A importância de dar nomes às nossas emoções deixou-me a pensar em como isso é tão difícil para mim. Não que eu não o soubesse já, tantas são as vezes que tenho dificuldade em exprimir o que sinto. No princípio pensei que se tratava de uma defesa, de evitar a exposição das minhas fragilidades ou de auto-preservação. É certo, e é um facto, que algumas vezes é disso que se trata. No último ano - um dos anos mais importantes da minha vida - uma das coisas que mais ganhei foi auto-conhecimento e a infeliz (ou feliz?) descoberta que a minha dificuldade em exprimir sentimentos advém, em primeiro lugar, do facto de não os conseguir identificar com rigor. É que há tantos sentimentos que, por serem ou ficarem difusos em mim, me retraem. Afinal, a maior parte das vezes, não os quero esconder ou omitir; apenas não os exprimo porque não lhes consigo dar nomes.
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