17.10.09

Que raio de ideia esta, do divã.

A Grande Jóia, GJ, para alguns de nós, é também uma grande amiga da onça. Ao ser envolvida numa situação em que se confessou atrapalhada, não foi de modas e convida-me a falar sobre três conflitos que me levaram ao divã. As regras são: publicar o selo (já está), mencionar quem atribuiu (ainda há dúvidas?) e falar sobre os tais conflitos. Agora há que ser honesto. No comentário que deixei no blogue da GJ, disse-lhe que não me lembrava de haver três situações e, na verdade, fui ao divã uma vez. Mas quem já foi ao divã sabe que, apesar de se ir uma vez, a razão que nos leva ou nos faz permanecer lá raramente é só uma. Tentarei desdobrá-la em três e mais honesto que isto não consigo ser. Mas deixem-me contar uma história curiosa antes de prosseguir. Eu já tinha 45 anos e antes de avançar telefonei ao dono do divã dizendo-lhe que, ou ele tinha uma cadeira e falávamos de frente um para o outro, ou então jamais me veria. É que eu me recusava falar para uma parede com um homem por trás de mim, que não havia situação mais ridícula, que eu tinha um preconceito com aquelas cenas dos divãs por serem “doenças” de ricos, que os pobres têm que resolver os seus problemas sem divãs… por aí adiante, um chorrilho de disparates. A gargalhada que ouvi do lado de lá e a resposta, ainda a rir, que sim, que se arranjava uma cadeira, deixou-me descontraído e fez com que fosse ao “divã”.

O meu (ainda na altura) segundo casamento levou-me ao divã. Digo “ainda na altura” porque já era tarde, quando fui ao divã e fui sozinho. Não posso falar por todos os que se divorciam pela segunda vez, mas no meu caso tive que lidar com uma sensação de fracasso e insucesso. Sim podem dizer, não fiquem só a pensar… sensação de incompetência, também. Esta foi a razão porque fui ao divã e que o divã não resolveu na prática, já que o estado civil do meu BI não me deixa mentir. Mas ajudou a resolver outras duas situações: saber lidar com a sensação de fracasso e incompetência, e saber lidar e proteger os meus filhos (todos, não só os do segundo casamento) face à nova situação com que todos nos deparávamos. Durante o processo do divã o meu pai resolveu partir, mas confesso que não dei uso ao divã por causa disso.

Não passo o divã a ninguém, que ao contrário da GJ, uma diabinha em pessoa, eu sou um anjo.

13 comentários:

Sophia disse...

:)

Se soubesse quantas vezes estive no divã...

(E no entanto, hoje, acho que é tudo treta. Todos temos esqueletos no armário, faz parte do que somos. Retirá-los de lá nem sempre é coisa boa. Fui quando vim para Portugal e por incapacidade de adaptação, fui quando me senti inadaptada no fim da adolescência e quando, depois de adulta, me senti inadaptada. )


(que se lixe.)

Mike disse...

Margarida,

Se o divã nos ajudar, seja lá de que maneira for, a passarmos para trás as agruras e amarguras, e contribuir para nos sentirmos em paz, não acho que seja treta. Digo eu, que até nem sou fã do divã. :)

ana v. disse...

Nunca fui ao divã, a não ser os dos amigos (que têm funcionado sempre muito bem, até agora). Mas gostava de experimentar um dia um divã profissional, para ver como é. E quero um divã bem confortável, para ficar deitada e talvez até dormir uma sesta!

Mike disse...

Ah, Ana, mas no divã dos amigos também já estive mais que uma vez, claro. :)

Luísa A. disse...

Também, como a Ana, não tenho experiência de divãs e nem de divãs de amigas(os), Mike. Sempre procurei resolver os meus problemas sozinha. Mas ultimamente, tenho sentido um grande impulso para me abrir com quem me queira ouvir. Há coisas que, com a idade, desistimos de combater pelos nossos próprios meios: no meu caso, as dores de alma e a insónia. :-D

fugidia disse...

A minha única (e excelente) experiência é com a cama, Mister (aiii, nada de pensamentos mão sãos :-p): deito-me e umas horas de aparente sono (com as repetições necessárias, conforme a complexidade do assunto) são essenciais para me resolver.
Mas conto com o colinho incondicional de três amigas, que me ouvem as lástimas antes das horas de sono :-)))

Mike disse...

Luísa,

Se e quando for o caso, escolha um divã confortável e bonito. E estou de acordo consigo, há coisas que com idade desistimos de combatê-las. :)

...................................

Fugidia,

Por quem sois, menina. Jamais me passaram pela cabeça pensamentos pecaminosos. (risada)
A sua receita parece-me muitíssimo boa: umas horas de cama e o colinho de três amigas... (gargalhada sonora)
(ai que rebolo a rir... as minhas desculpas, mas é mais forte que eu)

fugidia disse...

E rebola a rir de quê, ora!?! Humpfrt!

(correcção: "mal"são e não "mão"sãos... é da gripe :-p)

Mike disse...

Ups... de nada... às vezes dá-me para isto... (riso abafado)

Bacouca disse...

Mike,
Divã desses nunca precisei até hoje. Precisei foi de prancha de bodyboard para manter a cabeça fora de água...Remar contra a maré por vezes é dificil e desgastante (há quem se afogue)...
Agora acho é que se não conseguimos resolver sózinhos, que venhamos divãs, as pranchas, as camas, os amigos para ajudar.
Xi-coração

Mike disse...

Wise girl, you are, Bacouca.
Outro. :)

Lina Arroja (GJ) disse...

Mike,este divã tem um excelente design, não acha? (risos)

Mike disse...

Sem dúvida, GJ. :D

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