17.10.09

Má vizinhança.

Ao contrário do que possa pensar quem inicia a leitura destas primeiras linhas, a responsabilidade da má vizinhança de que falo, não é da Maria. A Maria é uma moça onde habitam virtudes. Foi educada para ser uma fada do lar e consta que isso se deve à sua avó. A Maria hoje amaldiçoa a emancipação, tal como muitas outras mulheres, porque, emancipações aparte, nem que seja à força, têm que ser, senão fadas, pelo menos donas do lar, ou seja, trabalhos a dobrar. Mas se não é a Maria que causa má vizinhança, quem poderá ser? É que há um José na vida da Maria. O José, como poderão calcular, não foi educado para ser fada de coisa nenhuma, muito menos do lar. E o poço de virtudes do José pára a meio se comparado com o da Maria. Mas consta, também, que a mãe do José nunca o deixou pôr pé em ramo verde quando se tratava das tarefas caseiras e o José lá se foi habituando a dividir as tarefas do lar. Eis senão quando, por acasos e coincidências que só a vida consegue explicar, as vidas do José e da Maria cruzaram-se e é o José o responsável pela má vizinhança e mau estar conjugal de alguns vizinhos. Ela é a fada e ele ajuda-a no lar. Ela cozinha, ele estende a roupa, ela arruma os quartos, ele lava a loiça, ela passa a ferro, ele sacode a toalha da mesa e tira a roupa da corda. Parece que a vizinhança, principalmente a masculina, não está a lidar bem com este dia-a-dia do José e da Maria, havendo até quem, entre os vizinhos, sugerisse mais recato ao José. Perante isto a Maria e o José fazem uma das coisas que mais gostam de fazer. Riem-se.

Foto: Flickr

11 comentários:

Si disse...

Desconversando: a vizinhança masculina do José e da Maria prova bem provadinho que, no que toca a cortar em casacas alheias, há perfeita igualdade entre homens e mulheres... ;D

Teresa Ribeiro disse...

Eles rebentam de má consciência e elas aproveitam para lhes dar na pinha. Dá para imaginar o filme. A propósito, é mesmo filme, ou esse José existe mesmo? Se existe tem algum irmão gémeo disponível?

Mike disse...

Oh Si,

Nem tanto a mar, nem tanto à terra... não há como as mulheres para "corte e costura", ora... ;D

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Teresa,

É isso mesmo. O José existe (há tantos Josés, senhora!), mas parece que não nenhum irmão gémeo disponível. (risos)

Luísa A. disse...

E diga-me, Mike, o José também é dos que escolhem as cores das molas em função da cor da roupa? Ou é antes dos que escolhem a cor da roupa em função das cores das molas? ;-)))))
P.S.: A Maria e o José são um verdadeiro casal modelo. Vou tentar seguir-lhes o exemplo… E se alguém me sugerir recatos, a mim vê-me de mão na anca!!!

fugidia disse...

lololo
(a rir-me com o comentário da Luísa - a mim parece-me que a conjugação das roupas e das molas é mais mania da maria...) :-)


Gostam de se rir os safados, é? Hummmmmmmmmmmmmm...
;-)

Mike disse...

Luísa,

Vou ter que perguntar ao José. Mas não me parece que chegue a tal pormenor. (risos)
p.s. - seguindo ou não o exemplo, não deixe é de tirar fotografias. :)

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Fugidia,

Também me parece que isso é coisa da Maria. :P
Gostam, gostam bastante de se rir, os safados. Mas não há como criticá-los por isso... é que rir faz muito bem, não acha? :)

-JÚLIA MOURA LOPES- disse...

Menino Mike, para mim esse Zé nao servia. Ajudar é uma coisa, pendurar as molas é outra .

Patti disse...

Pois olhe SÔ Mike, que aqui no bairro há uns quantos assim.

Ass: Amélinha

mike disse...

Pois Amélinha, deixe-me que lhe diga que, então, o seu bairro é um bairro onde se adivinha boa vizinhança. :)

ana v. disse...

Coisa gira: eu também tenho essa mania de conjugar a cor das molas com a da roupa. Será que quer dizer que tenho mais de José do que de Maria?

Mike disse...

Não, Ana. Tu és, definitivamente, Maria, ora. (risada)

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