6.12.08

À desconversa com os meus posts.

Uma destas noites dei por mim a reler o que escrevi desde que dei início a este desconversar. Invadiu-me uma súbita sensação de me estar a despedir dos posts. A minha relação com o passado, conhecem-na. Passado, para mim, é apenas uma palavra da Língua Portuguesa, com um significado infinitamente menor que as outras duas que enquadram a vida. Presente e futuro. Olhar para trás ou perder uma hora que seja a pensar no passado, é um dos maiores desperdícios de tempo a que jamais me entreguei. Não guardo cartas, notas ou bilhetes de ninguém que não sejam ou digam respeito ao presente. Nem um. Não tenho fotografias antigas cá em casa, estão todas em casa dos meus pais. Depois dos divórcios, nada me rodeia que pertença ao passado. Nem uma colher de chá. A minha mãe costuma dizer que sou fundamentalista e rimo-nos os dois. Não conheço o significado da palavra nostalgia, quiçá porque nunca lhe dei sequer hipótese que me fosse apresentada. Voltando aos posts antigos. Quando os reli chegou-me um certo odor a naftalina. E não gostei, mesmo tendo mau olfacto. Eles percebem-me porque me conhecem. Novo ano, velhos posts? Nem precisei de lhes perguntar, eles sorriram quando viram o meu olhar, parecendo dizer-me ora, sabes qual é a tecla, Mike. E eu ri-me com eles, sem me rir deles.