22.1.08

Será que terei prestado um bom serviço à Igreja?

A mãe é baptizada, fez as comunhões todas que há para fazer e creio que o crisma é algo que consta do seu currículo religioso. O pai é apenas baptizado, e aqui “apenas” tem o significado que cada um lhe queira dar, tendo-se ficado por aí por opção pessoal apesar da decisão ter sido tomada em tenra idade. Aquilo na catequese não correu bem, e tivera a sorte de ter uma mãe que respeitou a sua vontade. Adiante... Os percursos religiosos dos pais, apesar de diferentes, não consistiram entrave para uma decisão consensual relativamente à educação religiosa da menina, por se tratarem apenas de percursos diferentes e não de diferentes convicções. E foram ambos criteriosos no que diz respeito à decisão tomada, com manifesto desgosto dos avós: a menina nem baptizada é, e a sua educação religiosa poderá ser, no mínimo, considerada deficiente, para não dizer inexistente, aos olhos de algumas pessoas. Hoje, e a caminho dos dez anos de idade, decidiu, como os pais desejavam que o assunto fosse tratado, que queria ir para a catequese e preparar-se para o baptismo. E está convicta da sua vontade. Tenho dúvidas sobre as reais motivações que a levaram a tomar tal decisão, mas quaisquer que sejam as razões, neste caso considero-as válidas e só me resta respeitá-las (às razões e à decisão). Acredito, sem ter certezas, que a Igreja poderá estar em vias de ganhar uma crente tardia, apesar do seu percurso e educação religiosa adivinharem o contrário. Curiosa esta ironia da vida... eu a dar conta que, sem saber e fazendo tudo aparentemente ao contrário, poderei ter prestado um bom serviço à Igreja Católica.

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