Hoje faz 55 anos que foi anulada a Lei de Segragação Racial na África do Sul e faz 47 anos que, ao abrigo do apartheid, houve o Massacre de Sharpeville na mesma África do Sul: uma carga policial com fogo real contra um grupo de manifestantes negros desarmados.
Hoje faz 44 anos que foi criada a Mônica, por Maurício de Sousa.
Hoje faz 42 anos que Martin Luther King liderou mais de três mil pessoas no início da terceira e finalmente bem sucedida marcha pelos direitos civis de Selma, até Montgomery, Alabama.
Hoje já faz 27 anos que Jimmy Carter anunciou o boicote dos Estados Unidos aos Jogos Olímpicos de Verão de 1980 em Moscovo. Motivo? A invasão soviética ao Afeganistão.
E hoje faz 17 anos que a Namíbia se tornou independente depois de 75 anos de governo sul-africano. Só 17? Tardou mas foi.
Hoje o saudoso Airton Senna da Silva faria 47 anos. E Ronaldinho Gaúcho, do Barcelona, faz 27.
E hoje faz 390 anos que morreu a Pocahontas, essa mesmo, nativa americana que o cinema nos deu a conhecer e cuja história continua a encantar os nossos filhos.
21.3.07
Quem disse que havia almoços grátis?
A vida é, indubitavelmente, mais difícil para as mulheres de uma forma geral. Seja em que cisrcunstância for, têm sempre de provar mais que os homens para chegar, em paridade, onde eles chegam. Mesmo nos tempos que correm, tempos de mudança de mentalidades e de atitudes, nelas continuam a recair a grande maioria das tarefas e responsabilidades diárias. É evidente que nós, homens, somos mais participantes hoje, face a gerações anteriores, mesmo assim cerca de 70% das tarefas diárias continuam a estar, injustamente, nas mãos das mulheres. Esta constatação continua, claro, a ter por base uma visão generalista do fenómeno, porque, como em tudo na vida, há casos e casos. O difícil é, para além da constatação, poder aferir as causas, que também como em quase tudo na vida, não têm apenas uma única origem. Uns dirão que são os sinais dos tempos vividos nas sociedades modernas e na sua dura realidade, outros apontarão o dedo acusador aos homens que continuam a revelar uma lentidão atroz na mudança de atitudes e comportamentos. Outros ainda serão partidários da opinião que foram as próprias mulheres que, legitimamente, escolheram o seu novo caminho. Em meu entender e correndo o risco de ser interpretado à luz de um pragmatismo cruel, com razão. Porque a razão lhes assistia e porque é legítimo que assim seja, as mulheres recusaram ser encaradas como seres marginais do ponto de vista social e laboral. Mas não há almoços grátis e neste caso, principalmente neste caso, mais uma vez, como em tudo na vida, há um preço a pagar. E que preço. Não só o preço imediato, como o preço a pagar para se mudar no futuro. Porque o que levou gerações para se construir, levará gerações para se reconstruir. As sociedades e as economias baseadas no capitalismo moderno e liberal estão hoje dependentes das mulheres, que aqui e ali, começam a manifestar o sofoco natural de uma vida dura que elas próprias escolheram. Claro que é justíssimo que as mulheres queiram ter acesso a carreiras profissionais, claro que é justíssimo que queiram ser reconhecidas profissionalmente e obter o sucesso profissional, claro que não só é justíssimo, como um desígnio da sua própria natureza, que queiram um dia vir a experimentar esse papel sublime e superior de serem mães, papel que só elas podem desempenhar.
E é aqui que chegam as primeiras contradições, os primeiros conflitos e frustrações. Há que escolher, não se pode ser exemplar nestas duas grandes vertentes das nossas vidas. Mas dirão, “Então e os pais? Que papel lhes está destinado”? Um papel menor comparado com o da mãe. Que injustiça, que crueldade! Pode até ser, ou melhor, é concerteza. Mas voltando a fazer uso do tal pragmetismo, vejamos: passaram-se cerca de trinta anos desde que se queimaram soutiens em Lisboa, e só escolho este facto pelo que ele encerra como um marco, em meu entender despropositado, de reclamação de emancipação. Em trinta anos mudou-se muita coisa, porque será que houve outras coisas que não mudaram? E não mudaram só aqui, também não mudaram noutros países ditos mais avançados por essa Europa e esse mundo fora. Porventura não mudaram porque há leis, as da natureza, que não são passíveis de legislação e não seremos nunca capazes de mudar. Ser mãe é diferente de ser pai e esse papel está destinado às mulheres desde o dia em que nasceram meninas e desde o momento em que ao “chamamento” disseram que sim. “Ah, mas estava à espera que comigo fosse diferente”. E porque seria assim? E porque ao invés dos lamentos de hoje não se luta por uma vida diferente como as mulheres já o fizeram outrora? Afinal os destinos da vida, das sociedades e da família sempre estiveram nas mãos das mulheres e não vislumbro nenhumas razões, para além do comodismo e da distracção com coisas supostamente mais importantes, para que elas não mantenham em mãos o seu destino. Elas, tão nobres e lutadores seres. Se escolheram um caminho poderão sempre escolher outro e neste caso acredito que terão, surpreendemente, mais apoio dos homens.
E é aqui que chegam as primeiras contradições, os primeiros conflitos e frustrações. Há que escolher, não se pode ser exemplar nestas duas grandes vertentes das nossas vidas. Mas dirão, “Então e os pais? Que papel lhes está destinado”? Um papel menor comparado com o da mãe. Que injustiça, que crueldade! Pode até ser, ou melhor, é concerteza. Mas voltando a fazer uso do tal pragmetismo, vejamos: passaram-se cerca de trinta anos desde que se queimaram soutiens em Lisboa, e só escolho este facto pelo que ele encerra como um marco, em meu entender despropositado, de reclamação de emancipação. Em trinta anos mudou-se muita coisa, porque será que houve outras coisas que não mudaram? E não mudaram só aqui, também não mudaram noutros países ditos mais avançados por essa Europa e esse mundo fora. Porventura não mudaram porque há leis, as da natureza, que não são passíveis de legislação e não seremos nunca capazes de mudar. Ser mãe é diferente de ser pai e esse papel está destinado às mulheres desde o dia em que nasceram meninas e desde o momento em que ao “chamamento” disseram que sim. “Ah, mas estava à espera que comigo fosse diferente”. E porque seria assim? E porque ao invés dos lamentos de hoje não se luta por uma vida diferente como as mulheres já o fizeram outrora? Afinal os destinos da vida, das sociedades e da família sempre estiveram nas mãos das mulheres e não vislumbro nenhumas razões, para além do comodismo e da distracção com coisas supostamente mais importantes, para que elas não mantenham em mãos o seu destino. Elas, tão nobres e lutadores seres. Se escolheram um caminho poderão sempre escolher outro e neste caso acredito que terão, surpreendemente, mais apoio dos homens.
Dia Internacional da Mulher
A 8 de Março, todos os anos é celebrado o Dia Internacional da Mulher. Um dia comemorativo para a celebração dos feitos económicos, políticos e sociais alcançados pela Mulher. No início do século XX houve vários factos, que pelo sacrifício das mulheres, justificaram a sua implementação. No Ocidente, nas décadas de 1910 / 1920 ainda se comemorou com convicção o Dia Internacional da Mulher mas depois o assunto foi esmorecendo, sendo revitalizado pelo feminismo na década de 60. Mas eu cá sou contra a existência do Dia Internacional da Mulher. Bem sei que os direitos adquiridos diferem de país para país, ou, em alguns casos, de continente para continente, mas que raio, haver um dia que está perfeitamente banalizado, sem conteúdo aparente, em que as pessoas, por obrigação se vêem forçadas a comportarem-se de um modo diferente porque sim, não faz muito sentido nos dias de hoje, em sociedades como a nossa. Ary dos Santos escreveu, Fernando Tordo musicou e Paulo de Carvalho interpretou um poema que dizia que o Natal é quando um homem quiser. E o mesmo se devia passar com a Mulher. Todos os dias, sem excepção, deviam ser dias da Mulher. E do Homem, e da Criança, e da Árvores, e do Ambiente e do Que Mais for Importante para as Nossas Vidas. A existência desse dia até é, a meu ver, desvalorizante para a própia Mulher. Conota-A com um lado de “coitadinha” o que não faz sentido nenhum, é despropositado e infeliz. Creio que a nós, homens, até nos dá jeito a sua existência. Sempre se fazem as pazes após uma semana de brigas, ficamos bem vistos porque nos lembrámos que o dia existe e damos os parabéns às mulheres, sem sabermos muito bem porque o estamos a fazer, oferecemos as flores que devíamos ter oferecido há algum tempo atrás e os mais espertos até as levam a jantar colocando um ar interessado e animado enquanto não tiram os olhos do ecran da televisão. Mais uma vez confesso: não percebo porque é que este dia continua a existir e a ser comemorado. Mas há uma coisa que ainda percebo menos: porque é que as mulheres continuam a deixar que ele exista.
Uma carga de trabalhos
O sentido genérico da palavra trabalho, tal como hoje lhe é atribuído, teve início no século XIV e pode ser resumido como "aplicação das forças e faculdades (talentos, habilidades) humanas para alcançar um determinado fim". Com a especialidade das actividades humanas, imposta pela pela evolução cultural e especialmente pela Revolução Industrial, a palavra trabalho tem hoje uma série de diferentes significados. Na Idade Média, ao trabalho era associado um significado mais simples e directo: actividades físicas produtivas pelos trabalhadores em geral, fossem eles camponeses, artesãos, agricultores ou pedreiros. Contudo não deixa de ser curioso que em tempos idos havia um instrumento de tortura constiuído por três paus (tri paliu) e que, originalmente, trabalhar significava ser torturado no tripaliu. Tripaliu: um vocábulo do latim onde a palavra trabalho tem a sua origem. Pelo menos a mim ajudou-me a explicar porque é que passado tanto tempo (vários séculos) às vezes nos metemos numa carga de trabalhos.
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