12.7.07
“A society that burns books... will eventually burn its people.” Heinrich Heine, poeta alemão do sec. XIX/
Conhecia esta frase célebre, não porque tenha lido uma sequer obra do seu autor, mas pela pior das razões: o recrudescimento do fundamentalismo nacionalista da alemanha nazi. Reli-a quando visitava o site oficial de Aushwitz num momento descontraído e satisfazendo a curiosidade do meu filho mais velho sobre a envolvente histórica do mais famoso campo de exterminação. Cerca de 2 dias depois fui confrontado com a notícia do fecho de mais uma escola em Portugal, notícia acompanhada pelas legítimas manifestações de repúdio da população local. As razões apontadas oficialmente são sempre as mesmas e para muitos são lógicas, fazem sentido. Devo estar a ficar velho. Há coisas que tenho dificuldade em entender e, pior, há outras que me recuso sequer a fazer um esforço para entender. A escola é um valor inestimável da sociedade. É como um bom livro. A escola não é apenas um local de instrução e educação, um local onde se inicia o ritual do conhecimento. A escola é um ponto congregador, de união das sociedades locais. Ao fecho de mais uma escola corresponderá, invariavelmente, um êxodo que, por menor que seja, será sempre uma perda para uma população local e não necessariamente um ganho para a outra. As razões para se fecharem escolas são as mesmas para não se fecharem empresas deficitárias. Sim, eu sei, a força dos votos e mais outras que também são lógicas e farão sentido. É que aquela escola tinha alocado um professor para apenas 4 alunos. E daí? É que não havia professores para aquela escola. Como assim se há professores desempregados? Onde é que está a lógica disto? Uma sociedade que queima livros, eventualmente, um dia, queimará o seu próprio povo. E uma sociedade que deixa que os seus governantes fechem escolas? Seppuku!
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