Na quinta-feira deitei-me tarde porque Portugal jogava com o Chile. Estava em causa a passagem aos quartos de final do Campeonato do Mundo dos sub-20, no México (maldito fuso horário). Confesso que não tinha muitas expectativas e que a esperança de ver um bom jogo não era muita, e a de ver Portugal ganhar era ainda menor, mas o meu filho ia ver o jogo e achei que era uma oportunidade de estar com ele, num momento de “gajos”. As expectativas, infelizmente, confirmaram-se nas duas vertentes, desportiva e nacionalista. O jogo foi medíocre e Portugal perdeu 1-0 com toda a justiça. Se os miúdos tivessem perdido por mais não era de espantar. Acresce o facto de, mesmo no fim do jogo, ter sido (eu e os provavelmente milhões de pessoas que assistiam por esse mundo fora) brindado com absurdas, impróprias e lamentáveis cenas de indisciplina por parte de alguns jogadores portugueses (leia-se miúdos). Ora bolas, perco um bom par de horas de sono e descanso para isto, para esta vergonha. No dia seguinte o caso era, legitimamente, tema de notícia. A meio da tarde oiço na rádio que a Federação Portuguesa de Futebol (o organismo máximo que tutela o futebol em Portugal) tinha emitido um comunicado. Que o comportamento dos jogadores teria consequências e não passaria impune (até aqui tudo bem) e que a Federação agiria em conformidade assim que fosse divulgado o relatório da arbitragem ao jogo (agora tudo mal). Agir depois da divulgação do relatório? Estão à espera de quê? Não terão visto como eu e os outros milhões o que se passou? As cenas são cristalinas e foram passadas exaustivamente na televisão. O relatório vai ter influência na punição? A minha mãe perguntaria o que é que o traseiro tem a ver com as calças. Um castigo não deveria ter a ver com o outro. A Federação deveria agir independentemente do relatório do árbitro e de acordo com as suas próprias regras disciplinares (deve tê-las, presumo).
Ora bolas, que belo exemplo para uns miúdos que precisavam de um valente puxão de orelhas, de uma punição exemplar e sem piedade!
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4 comentários:
Que é que se espera do Banana?
O homem cujo alibi favorito é: "Eu não sei de nada, eu sou só o presidente..."
Espera-se... nada!
Tens razão.
Eu vi. Já nem sei bem porquê (a fome de bola não explica tudo), mas vi. Já na altura, em directo, me custou a acreditar nestes dois que a terra há-de comer; agora então, lendo e ouvindo o que a Federação e o treinador têm a (não) dizer sobre o assunto, tenho a certeza: eu sou a Helen Keller, o mundo é uma ilusão (um bocadinho cara, diga-se de passagem) e o futebol é uma batata frita em banha de urso.
Vai ficar mal frita e incomestível, essa batata frita. Como o nosso futebol, certo?
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