23.3.09

Porque hoje é segunda-feira.


As minhas actrizes favoritas:

Emmanuelle Béart

20.3.09

Bom fim-de-semana.

Foto: Jocope

19.3.09

Silêncio, câmara, acção.

Silêncio? Pedir silêncio é escusado, é tempo perdido. Vale sempre a pena tentar, mas sem acalentar grande esperança de ser bem sucedido. Somos cinco cá em casa e nem Fellini seria respeitado. Fellini? Porque será que pensei em Fellini e não noutro realizador? Câmara! Não há câmaras por aqui, e ainda bem. Havia de ser bonito, ou melhor, ainda mais bonito. Acção! Não, por favor, mais acção não. Há dias em que esta casa faria as delícias do cineasta italiano e entregar-lhe-ia a magia necessária para dar asas à sua criatividade e fantasia. Por falar em asas, talvez agora alguém acredite que quem as tem por aqui, mesmo que esturricadas, sou eu. Todos os outros são diabinhos. E nem os mais velhos escapam, que as diabruras pegam-se, safa. Fosses tu vivo, Federico, e para o ano convidava-te a vir rodar um filme a 19 de Março, aqui para estas bandas. Agora vou recolher as asinhas e entregar-me a um sono angelical. Mas afinal o dia é de quem?

Se tu o dizes, quem sou eu para desmentir.

O meu pai é: lindo, forte, não dá palmadas, muito alto, tem o cabelo preto, olhos castanhos, é magrinho.

O meu pai gosta de: brincar comigo, de contar até mil, de ir trabalhar, de comprar coisas, gosta de ver futebol e que o Sporting ganhe sempre. E de ir passear.

O que eu gosto de fazer com o meu pai: de brincar com legos, de me divertir com ele, de comprarmos coisas.

O desenho é dele, mas a letra é da candidata a nora. Mas vamos lá esclarecer umas coisas. Se há algum tempo que não te dou uma palmada é porque te tens portado bem. Magrinho, eu? Os pais dos outros meninos é que devem ser gordos. E tu é que gostas e me levar a comprar coisas (leia-se guloseimas).

Ser pai é mais difícil que ser mãe.

É com uma inabalável convicção que afirmo que ser pai é mais difícil que ser mãe. Ser pai é algo que nos é imposto e nos força a conviver com uma lei que desconhecemos, e por mais que a estudemos nunca a compreenderemos na sua plenitude. Por isso ser pai é mais difícil que ser mãe. Quem houve e sente as horas do relógio biológico? As mães. O significado de maternidade é sublime, mas à palavra paternidade nem sempre estão associadas boas razões. Uma das formas de adjectivarmos superiormente o amor é associando-lhe o conceito maternal. O pai e a mãe concebem, mas só ela vive a outra vida desde o primeiro momento. Quem vive os momentos inesquecíveis de trazer um ser dentro de si? A mãe. O pai apenas sente os movimentos desse ser no ventre da mãe. E quem tem o privilégio de dar à luz é a mãe. Ao pai está apenas reservado o direito de assistir ao parto. O pai é um ser estranho a todo esse fenómeno, que tem de se esforçar para fazer parte dele, numa tentativa árdua de convívio com essa lei que desconhece, que é a lei que a natureza concebeu e reservou apenas para as mães. Ser mãe é algo que se vive com naturalidade. Ser pai exige um esforço e uma entrega adicional a esse algo que na mãe é natural. Por isso ser pai é mais difícil que ser mãe.

Porque hoje é quintaag... e eu estou preguiçoso.

16.3.09

Porque hoje é... maandag.

As minhas actrizes favoritas:

Hilary Swank

13.3.09

Página 161, 5ª linha.

O testemunho foi-me passado pela Teresa Ribeiro do Delito de Opinião. Como a página 161 é um separador, passo a considerar a anterior que, na 5ª linha, diz assim: Nada disso exclui a necessidade de uma hierarquia que, do livro Limites Sem Trauma de Tania Zagury. Creio que não se perde nada se partilhar o parágrafo inteiro.

"Nada disso exclui a necessidade de uma hierarquia que inclua a autoridade dos pais que, em última instância, esgotados todos os demais recursos – esgotados todos os recursos, repito – a última palavra até que eles sejam adultos, independentes financeira, afectiva e profissionalmente, e sem que isso constitua autoritarismo, nem forma alguma de violência ou desrespeito (antes representa cuidado, responsabilidade e amor), será ainda a palavra dos pais".

12.3.09

Bom fim-de-semana.

Estás com frio?

Ela prepara-se para se deitar sem parar de resmungar. Tem vestido um pijama de flanela por cima de uma camisola de manga comprida e calçadas umas meias de lã grossa. Dir-se-ia que apenas lhe falta um cachecol e um gorro, daqueles com protecções para as orelhas. E não pára de reclamar com o frio que diz sentir. Deita-se na cama onde a esperam lençóis que adivinha gelados e ele, nu, que lhe diz atenciosa e carinhosamente, vem cá mulher, que eu aqueço-te.

Foto: Anita Canita

9.3.09

Porque hoje é... Понеделник


As minhas actrizes favoritas:

Susan Sarandon

(Porque à vontade da Júlia juntou-se a reclamação da Fugidia.)

7.3.09

Les uns et les autres.

Arrisco a que me digam o que eu já sei e, em certa medida concordo. Que salvo raras excepções, temas, conceitos ou fenómenos, não devem ser generalizados, muito menos quando se trata ou envolvem o ser humano. Generalizemos, então. As mulheres são seres mais intuitivos, dotadas de uma sensibilidade superior à do sexo forte, com uma inteligência emocional mais desenvolvida e de sentidos mais apurados, dizendo-se até, sem que nunca tenha sido confirmado tecnicamente, serem possuidoras de mais um sentido. Creio também serem mais emotivas e, aparentemente, serem mais frontais e com uma relação mais próxima do que é essencial. Julgo, também, serem menos apegadas a bens materiais. Será? Dois grupos de amigos, um apenas com mulheres, outro só de homens, reunem-se em locais separados para confraternizarem. As agendas são, claro, diferentes, tendo somente como ponto comum o encontro com uma amiga arredia no grupo feminino, e um amigo desaparecido no grupo masculino, ambos com casos novos nas suas vidas sentimentais. Elas vêem a amiga feliz e, todas ao mesmo tempo, disparam as perguntas que a curiosidade não conteve. No grupo das mulheres, com a amiga acabada de chegar e ainda atordoada com os olhares que a trespassam e sem saber a quem responder, a primeira pergunta é o que é que ele faz? No grupo dos homens, depois dos abraços e das saudáveis parvoeiras, a conversa vai fluindo, sendo que a pergunta o que é que ela faz? nunca se coloca, apenas ficando para alguns pensamentos maliciosos, e quiçá invejosos, dos restantes homens. Talvez por ser desnecessária, face à alegria e ao ar feliz do amigo. Sou levado a concluir que o que se diz das mulheres é verdade, menos o menor apego aos bens materiais.

6.3.09

Bom fim-de-semana.

Praça Antônio Prado 1952, São Paulo.

Não conheci Vittorio Fasano, um italiano de Milão, e apenas conheço parte da história da sua vida depois de ter chegado a São Paulo em 1902 e ter inaugurado a Brasserie Paulista, estabelecendo uma tradição familiar gastronómica que o filho Ruggero se encarregou de dar continuidade. Conheci Rogério, a quarta geração da família, que expandiu o negócio da restauração e criou o Fasano que eu tive o privilégio de conhecer, ainda na Rua Haddock Lobo, no Bairro dos Jardins, e antes de passar a fazer parte do hotel da família, uma referência na América do Sul, para ser comedido no elogio. No restaurante Fasano respira-se uma atmosfera única em que o projecto do arquitecto Isay Weinfeld impõe uma simplicidade austera mas acolhedora, onde o ambiente está, acima de tudo, ao serviço do desfrutar da mesa, cuja responsabilidade está a cargo do chef Salvatore Loi, que executa com o seu toque delicado e contemporâneo, receitas com mais de duzentos anos. Ele e Rogério deliciam-nos com uma cozinha inspirada nos sabores de várias regiões de Itália, regada superiormente por vinhos de uma adega administrada com requinte e ciência por Manoel Beato, e que Rogério se incumbe, ele próprio, de pesquisar nas viagens que faz às regiões de Piemonte e Toscana. Não existe uma só Cozinha Italiana, há várias, costuma dizer Rogério Fasano, acrescentando que quando se fala de gastronomia, a Itália é uma colcha de retalhos. E que bela colcha, Rogério. Uma colcha em que o requinte e a sobriedade dos retalhos nos fazem viver uma experiência única e inesquecível. Razão tem a revista Condé Nast Traveller, quando na sua edição The Best in the World, inclui e referencia, com toda a justiça, o restaurante Fasano.

2.3.09

Porque hoje é segunda-feira.


As minhas actrizes favoritas:

Charlize Theron

1.3.09

Entre a paixão e a razão, onde fica o casamento?

Eu diria no meio, que é onde está a virtude. Não disse que não tinha o talento, discernimento e lucidez para num só post divagar sobre mais que um tema, à semelhança de alguém que o fez com mestria? Sou benevolente comigo porque, para além do talento, se trata de uma senhora. Não se ergam, sobrolhos, e não se fechem, rostos, que é um dado adquirido as senhoras terem uma capacidade inata de abordar vários assuntos ao mesmo tempo, coisa que os cavalheiros quando fazem, os torna ininteligíveis. O casamento não deve justificar-se pela paixão, do mesmo modo que a paixão não justifica um casamento. Não vejo como rebater esta afirmação, nem procurarei fazê-lo porque quando confrontado com sabedoria apenas me limito a absorvê-la. Mas!... há sempre um mas, não há? Mas há uma palavra, imagine-se, uma só palavra, que me habituei a considerar como sendo a chave de um casamento duradouro e feliz. Competência. Mais sobrolhos erguidos e rostos fechados? Calma, que há outras palavras que não podem ser ignoradas. Pronto, vamos lá enumerá-las para evitar mal entendidos e interpretações erróneas. Amor, respeito, atenção, dádiva, convergência de projectos de vida, experiência, capacidade de nos moldarmos, haver uma boa cama, e outras que não cito por pudor, e para que os sobrolhos e os rostos se mantenham impávidos e serenos. Mas para mim, insisto, a palavra-chave é competência. Se um amigo me diz que quer casar apaixonado o “mundo não pula” nem recua. O casamento acaba por ser uma das nossas profissões. A principal. Não casar apaixonado remete-me sempre para a ideia que tenho dos engenheiros que se vêem obrigados a ser docentes (sem crítica implícita nos tempos que correm), ou dos enfermeiros que gostariam de ser médicos, isto apenas para citar exemplos de profissões que, a meu ver, requerem uma vocação especial. Ter como ponto de partida a paixão em relação a algo ou alguém, é, para além de um bom ponto de partida, uma mais valia. Mas depois é preciso aprendermos a gostar do que fazemos e não fazermos apenas o que gostamos, e não passarmos a vida a lamentarmo-nos sobre o que gostaríamos de fazer ou ter feito. Não acho que seja muito diferente com o casamento, em que, volto a insistir, a competência é basilar. E se a competência é a palavra-chave, eficácia é a palavra que o define. Resumindo, que se mais escrevo, mais me baralho e corro o risco de me tornar incompreensível (sou homem, não se esqueçam), o casamento fica onde está a virtude. Bem no meio, entre a paixão e a razão, e exactamente por essa ordem.

Meus companheiros inseparáveis (IX)


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