18.7.07

Parabéns a você... Senhor Nelson.

Desde Março deste ano, após uma decisão controversa para alguns e apenas difícil mas serena para mim, que me tenho dedicado a coisas que têm tornado a minha vida muito gratificante. Nem poderei dizer que fossem coisas das quais sentia saudade porque, na verdade, já me tinha esquecido do bom que elas podem fazer por nós. Ler é, indubitavelmente, uma delas. Com tempo para seleccionar os livros, escolhê-los criteriosamente e entregar-me à leitura sem pressas, antes me deliciando por vezes com os conteúdos históricos e outras vezes com a riqueza das narrativas, o envolvimento das histórias e o talento dos escribas. Há uma semana atrás, quando finalmente e por manifesta ignorância da minha parte, consegui resolver um problema que considerava técnico mas era somente humano e meu, e reiniciei a Desconversa, principiei a leitura de Longo Caminho para a Liberdade, a autobiografia da personalidade pública que mais admiro e quase venero. Nesse Longo Caminho um elevado e sublime exemplo de vida sobrepõe-se à exemplar referência política, retratada num texto admirável com um perfume poético, onde um homem simples coloca a si próprio uma missão por muitos considerada impossível mas que tornou possível o milagre da reconciliação de uma nação: libertar ao mesmo tempo o oprimido e o opressor. Parabéns Nelson Mandela pelo teu 89º aniversário neste dia de 18 de Julho de 2007. Se há pessoas que deviam ser eternas este senhor é uma delas. O homem não será mas os seus ensinamentos, a sua vida e o seu exemplo de carácter e coragem serão. Espero eu, para bem de todos e das gerações vindouras em todo o mundo, não só na África do Sul.

6 comentários:

L. Rodrigues disse...

Parabéns também para ti, por teres vencido as limitações que te impediam de andar por aqui connosco. Já agora, vou botar-te na minha barra de reciprocidades. Só não o fiz antes para dar algum tempo a amadureceres e dares subestãncia ao teu sítio.

L. Rodrigues disse...

eita.. subestância... quando vi já tinha clicado no "publish"...

José, o Alfredo disse...

O mesmo século que pariu os Tios Adolfo, os Zés dos Bigodes, os camaradas Maos, os Pols Pots e os Botas de toda a espécie, também foi capaz de nos dar um Churchill, um Gandhi, um Mandela (e um Marocas, para não deixar em branco o produto nacional). Séculozinho bipolar... Se calhar são todos assim, mas a gente tende a olhar com mais atenção para o nosso.

José, o Alfredo disse...

Subestância é um novíssimo conceito, muito útil e plurifacetado. Pode servir para designar uma estância turística de qualidade nitidamente inferior à média, ou uma parte de uma estância dos Lusíadas, ou uma estância qualquer de um poema menor... Como tantas vezes acontece, do acaso e do erro nasce a novidade e o progresso.
Claro que há sítios/pessoas/organizações que, por medo excessivo do erro, entravam totalmente a possibilidade do acaso e todo o seu potencial de criação. O que, não por acaso mas por obra do bom senso e da sanidade, faz com que algumas pessoas saiam desses sítios e vão à sua vida, fazendo nascer, por exemplo, novos blogs.

Mike disse...

Injustamente, talvez, mas neste caso tempo = substância. Reconhecido pela confiança l. rodrigues.

Devem ter sido todos assim, José, mas o nosso, o século passado, talvez tenha sido dos piorzinhos. Eric Hobsbawn (historiador) chamou-lhe o "Século Sangrento". A media, o facto de ser a era da comunicação e a globalização também devem ajudar.

Mike disse...

Ui, ui, ui, José... hoje não queria estar aí para te passar um briefing, mesmo que de uma pequena alteração se tratasse. Mas não me importava de ser chamado para um creative review. :)

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