18.10.07
Há males que vêem por bem?
Não gosto dos males que vêem por bem. Gosto mais do bem que vem por bem. Nem tão pouco aprecio quando se escreve direito por linhas tortas, que as linhas devem ser tão direitas quanto a escrita e essa gosto dela direita, rectilínia, sem vacilos, mesmo quando de uma prosa sonhadora se trata. Evito, porque não gosto, do I hate to say I told you so. Se detestamos dizer, porque haveremos de fazê-lo? Para deixarmos claro que tínhamos razão? Devíamo-nos ficar pela sensação de a termos sem necessidade haver de humilharmos o prevericador. E isto tudo porquê? O assunto não é assim tão interessante quanto isso, apesar de ultimamente lhe prestar a atenção pelo facto do meu Banco estar nas bocas de toda a gente e nas manchetes dos jornais e revistas. Meu por dele ser cliente há mais de dezasseis anos e, já agora, por ser accionista, mesmo fazendo parte do lote dos míseros accionistas. As trocas e baldrocas, as situações mal explicadas, os perdões de dívidas, aparentemente indevidos ou à margem da lei que os estatutos do maior Banco privado impôs a si próprio... um sem número de episódios que tem deixado preocupados os grandes accionistas. Acções para cima, acções para baixo, guerras internas pelo poder, e os tubarões, claro, à beira de um ataque de nervos, ou pelo menos com eles em franja. Como estão os meus, mas por razões diferentes. Para eles a questão fundamental é o dinheiro. E a razão deve estar do seu lado, porque, como diz o anúncio, no Banco trata-se de dinheiro. Para mim a questão fundamental é a verdade... ou a mentira, ou a omissão, ou o que elas escondem. Falando de verdade, a verdade é que se não fosse por causa do dinheiro, a omissão, ou a mentira, não conheceriam a luz do dia. Se não fossem os Joes Berardos da praça e outros influentes (leia-se influente$), muitas coisas não se saberiam. Ora bolas, afinal, apesar de não gostar, sempre se escreve direito por linhas tortas... ou se calhar... nem tanto, que em casos como este, a escrita é tão torta como as linhas... quando são os Joes Berardos a escrevê-la, a escrita é sempre torta. E continuo a não gostar dos males que vêem por bem.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Acerca de mim
Arquivo do blog
-
▼
2007
(96)
-
▼
outubro
(18)
- África XVII. E por falar nos flagelados do vento-l...
- África (XVI). Naquela tarde matei saudades do mar ...
- Sou um péssimo cidadão. Sou um hipócrita. E o pio...
- África (XV). Eu? eu vou para o pontão.
- África (XIV). Morabeza?... Morabeza não se explica...
- Há males que vêem por bem?
- Nas tuas mãos.
- Eu, curioso, sinto-me desapontado.
- Fazes-me bem, filho.
- África (XIII). A aventura inesquecível dos big five.
- Einstein era um génio.
- EUA estendem a mão à junta birmanesa.
- Errare humanum est.
- A mão de obra estrangeira subtrai emprego aos port...
- Que contrariedade... Agora torço pela Argentina!
- Alguém merecia que Portugal não fosse ao Europeu d...
- Quem diria?... entretanto fale com a sua filha ant...
- O problema não está apenas nos ditadores...
-
▼
outubro
(18)
À conversa com
- A Curva da Estrada
- Acto Falhado
- Adeus, até ao meu regresso
- Ares da minha graça
- Coisas da Vida
- Corta-fitas
- Crónicas do Rochedo
- Delito de Opinião
- Designorado
- Esconderijo
- Estado Sentido
- Grande Jóia
- Miss Pearls
- O privilégio dos caminhos
- Pátio das Conversas
- Saber viver numa multidão
- Sonhos nas Pontas dos Dedos
Sem comentários:
Enviar um comentário