10.9.07

Sentir orgulho, mesmo na derrota.

Domingo, 16:45 h, muita curiosidade e expectativa aliadas a algum frenesim. Mais 15 minutos e Portugal faria história numa modalidade estranha para a maior parte das pessoas. O mais velho, que tem progressivamente aderido ao raguebi, estava bastante animado a ponto de me ter deixado a pensar, por brevíssimos momentos, se não lhe estaria a passar o meu desapontamento actual pelo desporto rei, principalmente no que diz respeito à Selecção Nacional do Sr. Luíz Felipe (eu já acho que é mais dele que minha, mas se calhar sou só eu). Se levarmos menos de sessenta já não é mau... que exagero pai, vamos jogar com a Escócia não é com os All Blacks... pois... deixá-lo estar assim que nem sonha que há dois anos atrás levámos 90 da Itália. Nem às paredes confessei mas estava à espera de um bom jogo dos Lobos. Bom jogo leia-se, organização, espírito de equipa, boa circulação de bola nas linhas atrasadas e muita, total, exemplar, entrega ao jogo, que no raguebi, porventura mais que em qualquer outro desporto, é meia vitória. Neste caso foi meia derrota e ainda bem, porque senão os números seriam outros. Era isso que esperava porque deixar o bom nome de Portugal bem visto e orgulhar o país e os portugueses, isso era practicamente garantido com aquela Selecção e aqueles atletas. E dei comigo irritado com os jogadores portugueses, com as falhas técnicas (a inexperiência tem um preço elevado) que resultaram nos inúmeros pontapés de penalidade bem sucedidos por parte dos escoceses, esquecendo-me durante o jogo que o adversário era apenas a histórica Escócia. Bom sinal, muito bom sinal. Há muito tempo que, mesmo na derrota, não sentia tanto orgulho naquelas camisolas das quinas (ultimamente no futebol, às vezes nem com as vitórias). Bravo Selecção, grande jogo rapazes (em especial o do Vasco Uva, o melhor em campo), parabéns Tomás.

2 comentários:

L. Rodrigues disse...

Eu que até gosto do desporto gostaria que esta selecção me ajudasse a desfazer a impressão de que cá o jogo é jogado por betos avantajados que se divertem a partir restaurantes e "comunas" nas horas vagas.

Era assim quando eu andava na universidade, e ainda não estou convencido de que seja diferente, o que era bom, porque eu gosto do desporto, não sei se já disse.

De qualquer modo, muito celebrado aquele ensaio, que eu pensava impossível.

Mike disse...

Raios... e o pior, caro l. rodrigues, é que eu, ex-praticante e apaixonado convicto por esse desporto, e que nunca me diverti a partir restaurantes e “comunas”, tenho alguma dificuldade, devo confessar, em convencer-te... infelizmente é um bocado assim (creio eu, que já há muito me afastei das lides)... mas já foi bem mais assim como dizes. Desconfio sempre dos desportos de elites (deve ser um preconceito meu), mas no caso da bola oval, foi paixão apesar de ser um bocado de elite... talvez este Mundial acelere um pouco a mudança de mentalidade... talvez...

Arquivo do blog