5.9.07

A obra feita já não tem assim tanta importância. É pena.

Não vou à missa, sou católico e baptizado porque sim e a minha opinião sobre a religião, sobre o Vaticano, etc, calculo que seja contrária à de muita gente (cada vez menos gente, presumo). Posto isto, o que me leva a escrever sobre uma senhora nascida albanesa, de seu nome Agnes, é o título da capa da Revista Visão da semana passada. “A vida secreta de Madre Teresa de Calcutá”, seguindo-se um pequeno texto na mesma capa, para aguçar ainda mais o apetite dos leitores e que faz referência às cartas escritas aos seus confessores sobre as dúvidas da fé (dela). Comprei a revista (um hábito às quintas-feiras) já contrariado sem saber explicar bem porquê, ou melhor, adivinhando um artigo de fundo focado no tema e omitindo ou esquecendo a obra. Os meus receios tinham fundamento. Fala-se de psicólogos, dissonâncias cognitivas, torneiras espirituais, desígnios divinos, perturbações interiores, etc. O artigo de fundo da Time que a Visão nos dá a ler omite a obra. Mas a revista portuguesa perdeu uma boa oportunidade de fazê-lo. Sei que houve sérios críticos à sua personalidade e à sua obra mas ela está aí, feita pela Prémio Nobel da Paz. “Não usemos bombas nem armas para conquistar o mundo. Usemos o amor e a compaixão. A paz começa com um sorriso” pode soar a uma frase batida mas nos idos tempos da Guerra Fria foi um pensamento expresso que causava algum desconforto, quiçà ao próprio Vaticano. E mesmo que fosse batido? alguém se atreve a discordar dele? Foi pena. Perdeu-se a oportunidade, os portugueses ficaram a saber a história pela metade, porventura a metade que menos interessa, mas é a metade que vende mais revistas.

4 comentários:

CPrice disse...

infelizmente sim .. e depois a falta de sentido de oportunidade é a nossa "história" mesmo .. !

CPrice disse...

precipitada eu .. bom dia Mr. Mike .. gostei da análise .. (ler em continuação ao comentário anterior que "alguém" enviou depressa demais .. risos)

Mike disse...

Dia bom para si miss once.

Tâmarinha disse...

As pessoas esquecem-se que Católicos são humanos, que a Fé nem sempre é eterna e que nem pessoas como a Madre Teresa de Calcutá têm certezas em relação às opções que tomaram! É sempre fácil falar dos outros... apontar o que é "negativo" (nem é... tanta indecisão e mesmo assim uma Grande Mulher) e esquecer o que de tão belo foi feito!! *

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