Bem sei que a maior solidão é a do ser que não ama, Vinícius. E que o maior solitário é o que tem medo de amar, o que tem medo de ferir e ferir-se. E sei que sabes que a vida nem sempre quer assim. E sei que sabes, também, tu que escreveste e eu li, que a distância não existe. Partiste, há vinte e oito anos, do lado de lá do Oceano, um oceano que aos teus olhos, não aos meus, só é belo ao luar. Mas a Canção sim, Vinícius, só tem razão se se cantar, assim como a nuvem só acontece se chover. Assim como o poeta, como tu, poetinha, só é bem grande se sofrer. Existo sem ti. Será porque estás sempre presente?
Vinícius de Moares, o poetinha, afastou-se de nós no dia 9 de Julho de 1980.
16 comentários:
"Porque a vida só se dá pra quem se deu"...
Um texto enigmático e, sem qualquer dúvida... poético.
Para quem está sempre a dizer que não gosta de poesia...
Cristina, também penso assim... se bem que... :)
Oh Ana, mas prosa poética não é, definitivamente, poesia, pois não? O resto são incongruências do Mike. Não gostar (e não gosto, de verdade) de poesia mas gostar de Vinícius, não ser fã de música brasileira no geral mas adorar Elis Rigina... :)
A fronteira é muito ténue entre as duas. Mas se isso o deixa mais descansado nas suas alergias... não, não é exactamente a mesma coisa. ;)
Mantém-se o enigma, que é comum a ambas.
"E por falar em saudade
Onde anda você
Onde andam seus olhos
Que a gente não vê
Onde anda esse corpo
Que me deixou morto de tanto prazer
E por falar em beleza
Onde anda a canção
Que se ouvia na noite
Nos bares de então
Onde a gente ficava
Onde a gente se amava
Em total solidão"
Fico mais descansado, Ana... (risos)
Corine, grato pela sua visita. :)
A Ana tirou-me as palavras da boca.
..e diz o nosso amado Belzebu que não gosta de poesia!!!
A prosa poética é definitivamente poesia, sim senhor!
C'os Diabos! Não é, Júlia!
não é o quê? Meteu isso na cabeça e pronto. Você é um poeta e dos grandes, vá-se matar, tá?
Irra... quem se mata são os poetas. Eu quero-me bem vivinho... Vê como não sou poeta? (risos)
"eu faco samba e amor....ate mais tarde"....
Cantou o amor - cantou o sentimento sentido por ele e por outros...cantou-nos a todos quando amamos e a unica coisa que vemos eh uma mulher que um dia foi..
assim eh a a vida nao?...uns vivem-na outros morrem nela...lol....
grande vinicius, a cachaca eh uma coisa linda ;)
José, querido amigo, bons olhos te leiam. :)
Um abraço.
Meu Caro Mike,
muito bom o postal marcado pela melancolia da perda.
Sobre a Poesia e o Seu degosto dela, julgo perceber a causa eficiente da falta de empatia: desgosta-O a artifcialidade que detecta na quebra em versos.
Permito-me uma sugestão, pense-a como os limites de uma pista de que um Fórmula 1 não pode sair, embora dentro dela lhe seja dada liberdade de condução. É um aprisionamento que liberta, como afinal a Música, essa Poesia abstracta...
Abraço
Caro Réprobo, bem sei que, para além da simpatia clubística, também a poesia nos distancia. Abençoada a sua escrita para nos reaproximar. :)
Um abraço.
Sarabá, Mike
Sarabá, Grande Jóia. :)
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