29.3.11

Ela, a neta, descreveu-A assim. Eu, o filho, não A descreveria melhor.

Se há uma característica que distingue a avó Edith (e também distinguia o avô Miguel) das outras pessoas é o seu abraço. E os que tiveram a sorte de um dia sentir a energia do xi-coração da avó Edith, sabem do que estou a falar. Esta energia é mais do física e vai até ao ponto mais profundo do seu coração. O seu amor é tão infinito que não há forma alguma de, ao lembramo-nos dela, sentirmo-nos sós ou tristes. E estando perto dela fisicamente, paz é a sensação que se apodera de nós. Apesar de ser avó, e de estar neste mundo há tanto tempo, é a pessoa com a mente mais aberta que já conheci. Capaz de compreender o mundo e cada ser deste planeta, com uma abertura indescritível, a vovó Edith ensinou-me a ser tolerante, respeitadora e (por mais complicado que isso possa ser para uma pessoa como eu) paciente. Não existe barreira para a sua capacidade de compreensão para com qualquer situação e, naturalmente, todos os problemas têm uma solução para a avó Edith. Diz-me que essa solução está dentro de nós, que só precisamos de concentrarmo-nos no que há de positivo para encontrarmos a resposta. E, acrescenta, se não consegues vislumbrar nada de bom, então respira fundo e sente! Sente o amor que te rodeia e vais ver que tudo ficará mais claro. Ambas acreditamos na força do espírito e do sentir. E por isso, mesmo longe tanto tempo (e tão, tão longe), cada vez que falávamos eu dizia Tu sabes que eu te amo, não sabes avó? e a vovó Edith respondia Eu não sei filha... eu sinto. E hoje, sem poder estar aí convosco e apesar de me custar não poder abraçar os que tanto amo, eu digo Eu não sei avó... eu sinto e sempre sentirei o teu amor.