19.3.09
Ser pai é mais difícil que ser mãe.
É com uma inabalável convicção que afirmo que ser pai é mais difícil que ser mãe. Ser pai é algo que nos é imposto e nos força a conviver com uma lei que desconhecemos, e por mais que a estudemos nunca a compreenderemos na sua plenitude. Por isso ser pai é mais difícil que ser mãe. Quem houve e sente as horas do relógio biológico? As mães. O significado de maternidade é sublime, mas à palavra paternidade nem sempre estão associadas boas razões. Uma das formas de adjectivarmos superiormente o amor é associando-lhe o conceito maternal. O pai e a mãe concebem, mas só ela vive a outra vida desde o primeiro momento. Quem vive os momentos inesquecíveis de trazer um ser dentro de si? A mãe. O pai apenas sente os movimentos desse ser no ventre da mãe. E quem tem o privilégio de dar à luz é a mãe. Ao pai está apenas reservado o direito de assistir ao parto. O pai é um ser estranho a todo esse fenómeno, que tem de se esforçar para fazer parte dele, numa tentativa árdua de convívio com essa lei que desconhece, que é a lei que a natureza concebeu e reservou apenas para as mães. Ser mãe é algo que se vive com naturalidade. Ser pai exige um esforço e uma entrega adicional a esse algo que na mãe é natural. Por isso ser pai é mais difícil que ser mãe.
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26 comentários:
Ser pai é mais dificil e por isso bem mais fácil deixar de o ser, ao contrário das mães que só em situações raras abandonam o seu compromisso. Mas um pai esforçado, é um pai amado e admirado pelos seus filhos e pelas mulheres que estão à sua volta, a começar pela sua própria mãe.
Parabéns,Mike!
Uma lógica linear... sabes que mais? Dou-te razão!
(excepto na treta do "privilégio de dar à luz", que eu teria dispensado de boa vontade ao pai das minhas crianças. E eu ficaria, muito feliz, com o "direito de assistir ao parto")
;-)
Já me trocou as voltas, GJ. Raios! Abalou a minha convicção, ora bolas. (risada)
Obrigado, GJ. :)
Caramba, Ana... que tal esforçarmo-nos um bocadinho mais para discordarmos? (risos)
Olha, eu não assisti ao parto dos meus filhos. Porque não quis. :/
Mike, não sou pai mas sou pãe. Uma mistura de pai e mãe.
Em alguns momentos preciso dar suavidade do amor materno. Noutros preciso passar a segurança do amor paterno.
Creio nesse equilibrio.
E creio que ambos aprendemos a sê-los.
E como erramos! Como acertamos.
Antigamente era mais difícil ser pai. Havia mais distância. Hoje há pais que são verdadeiras mães.
Difícil é a tarefa de educar.
bjim
Concordo, Mike, numa perspectiva puramente biológica. Mas quando o instinto começa a ceder espaço ao esforço racional da educação, não será bem assim. Aí já entram em jogo outros factores, como afinidades. Imagino que ser mãe de anjinhos com asas esturricadas não seja pêra doce. ;-D
Estou com a Luísa: só concordo numa lógica puramente biológica.
A partir daqui, ser mãe ou pai é um acto de vontade e, para mim, só esta perspectiva engrandece quem é bom pai e boa mãe.
Tem toda a razão...
Concordo brutalmente!
E brutal, porque é o comportamento do pai do meu filho que no ano anterior o viu 2 vezes e este ano... nenhuma ainda.
O miúdo tem 7 anos e sofre há tantos outros pela distância, pela incúria, pela falta de respeito que o tem por ele.
Ainda assim lhe fez a prenda do DIA, um tabuleiro de Damas. Esperemos que lho entregue antes do Natal...
Há pais assim também, infelizmente muitos.
Parabéns pelo post.
Eu também não quis o pai dos meus filhos a assistir aos meus partos... e felizmente ele também não queria! Os homens só atrapalham nessas alturas, e geralmente não têm estômago para o espectáculo. :-)
Mike, vá mas é dar um abraço apertado aos seus rebentos e deixe-se disso...é difícil mas o Mike gosta... até porque o seu reguila deve ter um belo presente feito por ele e a Maggy para lhe oferecer!
beijinho
Se a Lucia é pãe isso faz de mim o quê? mai? (muitos risos)
Há uma coisa com que não concordo: de que antigamente era mais difícil ser pai. E a tarefa de educar, Lucia, essa será sempre difícil. :)
A Luísa concorda assim?... de caras? Hum... só não percebo de onde vem essa ideia dos anjinhos de asas esturricadas. ;D
Certo, Fugidia. Mas mesmo assim, porque o ponto de partida é natural na mãe, é sempre mais difícil ser pai. :)
Obrigado, Margarida. :)
####, lamento saber. Felizmente nunca precisei ser mãe dos meus filhos. Apenas pai e não é tarefa fácil. E obrigado. :)
Ana, eu acho que nesse momento deve estar quem deve: a mãe e os médicos. Penso como tu: pai só atrapalha. Mas um dia hei-de fazer um post curioso porque não assisti ao parto dos meus filhos, mas assisti ao parto do filho de uma amiga minha. :D
Tenho-os todos aqui comigo, Lady Bird. E meti-me em trabalhos porque teimei em fazer o jantar. (risos)
Não necessariamente só a mãe e os médicos, Mike. O que eu acho é que um parto é uma coisa de mulheres, daquele universo muito privado e íntimo que só elas percebem na totalidade. A um homem, quer o confesse ou não, um parto aterroriza e angustia sempre. É-me indiferente que isto seja politicamente incorrecto, mas até acho que um parto pode traumatizar um homem, com consequências em matéria de intimidade futura, if you know what I mean. Para se ser um bom pai e um bom marido não é preciso assistir ao parto, mais vale estar atento a mil outras coisas que muitos homens negligenciam.
Ana, fazes o favor de parar? É que assim não há maneira de discordarmos, menina. :)
Olhe o jantar,Mike...:) ou tem o teclado na cozinha, cigarro ao lado e a colher na mão?
É curioso como os mais novos pensam que têm de participar em tudo, de tal forma que chegam a retirar a privacidade às companheiras.
Um aparte a despropósito. Tenho reparado no elevado número de jovens que se apresentam nas salas de espera dos médicos. E quando chega a altura da consulta lá vão eles esteja a rapariga com ar de prenha ou não! Pelo contrário não me consta que as mulheres acompanhem os maridos e namorados ao urologista.
Um beijo, Mike, neste dia especial e que o jantar tenha corrido bem ;-)
GJ, cá em casa os computadores são todos wireless. E foi assim mesmo: cigarro ao lado e colher na mão. :D
GJ, vai ver que estão no início da tentativa esforçada de serem pais. Nem sabem o que os espera. (risos)
Quanto às consultas ao urologista, nenhuma mulher me acompanhou. Nem acompanhará quando começar a lá ir. (mais risos)
Correndo o risco de me chamarem machista, direi que há coisas que são de mulher e outras de homem! ;D
Obrigado, Leonor. E o jantar correu lindamente... mas já acabou... uff! (risada)
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